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Mudanças
Olho para fora da janela do carro em movimento, vendo os grandes prédios de New York. Onde irei morar agora em diante.
O frio na barriga ainda está presente, pra outras pessoas é bom conhecer lugares e pessoas novas, mas não pra mim. Saí da minha zona de conforto nunca foi minha "praia".
Morava no Texas desde muito pequena, minha família e amigos estão lá. Irei tentar seguir o conselhos dos meus pais, que é ver com o lado bom as coisas da vida. Papo furado!
- chegamos! - diz o motorista, e assinto com a cabeça.
Abro a porta do carro, e logo os empregados vêm até mim. Tiro meus óculos para observar a enorme mansão, que parece mais um castelo, é maior que minha antiga mansão.
- Srt. Caccini, como foi a viajem? - pergunta Jack, o mordomo.
- foi um pouco cansativa pra ser sincera. - falo pegando uma pequena maleta, que é tomada da minha mão. Reviro os olhos com a sua atitude. - francamente...
- A sua banheira está pronta, não se preocupe com nada.
- sabe dos meus pais? - pergunto andando para dentro.
- Estão na empresa. - fala me acompanhando.
- hm, não sei porque ainda pergunto.
Meus pais vivem para o trabalho, a empresa Caccini é muito mais importante do que sua filha. Quando criança, eu costumava cobrar bastante a atenção deles, mas hoje não me importo nem um pouco, claro que temos nossos momentos e sei que eles me amam, mas sinceramente nada vai preencher o vazio que sinto.
Coloquei na minha cabeça que não posso reclamar, e nem questionar nada. Afinal, são eles que me dão um teto e comida! Eles me dão tudo desde pequena, então é minha obrigação obedecer calada. Ao menos que eu tenha minha própria renda.
[...]
Depois de um banho demorado na banheira, me reconhi em uma camiseta e uma calcinha boxe. Abro um pouco as cortinas da grande janela de vidro e ligo o ar-condicionado. Me deito com um travesseiro entre minhas pernas, e com outro abraçado em meus braços.
Sim, eu amo travesseiros e não consigo dormir sem!
Meus olhos vão fechando aos poucos, até a escuridão me dominar por completo. Nada como um demorado sono depois de uma longa viagem, do Texas a New York!
[...]
Acordo com o barulho do meu celular tocando e vibrando sem parar, o pego do criador mudo, forçando a vista para poder ver quem era. Era uma chamada de vídeo da minha melhor amiga Clara.
