O rei de copas.

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Longe dali, Nerian tragou seu narguilé, o submundo tremia de magia, e ele sabia muito bem o que significava, o garoto estava de volta. 

Trabalhando em suas porções, o Rei branco, foi incomodado por seu guerreiro. Soren entrou na sala com a respiração ofegante, sua presa estampada no rosto, por um minuto se esqueceu que estava em frente ao rei. 

– ele voltou__ Soren fala com a voz rouca. 

– eu sei__ Eiran fala tranquilo__ consigo sentir-lo.__ o rei branco levantou o olhar, mesmo que não fosse tão severo quanto seu irmão, ele ainda era antiquado e gostava do respeito a sua pessoa. Soren começou a ficar desconfortável com o olhar sobre si.

Ele se inclinou para frente, e saudou o rei.-- me desculpe alteza.

Eiran suspirou e abriu um sorriso.-- tudo bem __ ele largou as coisas e saiu de trás da mesa __ vamos nos preparar para a chegada dele ao castelo. 

A raiva dominou o rei de copas, ele começou a atirar coisas contra os pilares do castelo. 

– eu achei que tivesse sido claro__ ele grita com seu bobo da corte__ eu queria aquele menino morto.

Zyon estava parado ouvindo os berros, suas mãos atrás das costas, ele havia dado as ordem do rei as cartas guardas, mas pelo visto, alguém teve compaixão.

Rune parou de jogar as coisas e caminhou até Zyon, bateu o taco de golfe no chão e olhou bem no fundo dos olhos do rapaz, bom, pelo menos em um deles. Zyon havia perdido um dos olhos ao defender o rei de um ataque, fora assim que virou seu bobo.

– traga pra mim, a cabeça do imprestável que deixou ele vivo.__ mesmo soltando quase em um suspiro, a voz do rei Rune saiu alta.

Zyon encarou o rosto de seu rei, Rune tinhas os olhos azuis de nascença, mas ao ficar com raiva, suas iria ficavam em um tom de vermelho, a cor de sua magia, deixando seu olhar assustadoramente roxo. Zyon afirma e sai andando. 

O castelo de copas era enorme, se não conhecer bem cada passagem, pode acabar se perdendo para sempre, Zyon já conhecia tudo de co, sabia até onde as cartas guardas gostavam de se esconder para namorar. Certo de quem tinha sido o imbecio, o bobo da corte foi direto até ele, nem precisou se aproximar, só teve o trabalho de levantar sua mão direita e atirar a besta, a flecha pequena disparou rapidamente, o barulho dela atravessando o pescoço da carta guarda foi quase silencioso, o sangue começou a jorra, se não fosse normal Zyon decapitando as cartas guardas do rei, o pátio teria se enchido de grito. 

O bobo começou a caminhar devagar, o corpo já estava no chão, formando uma enorme poça de sangue. Os olhares dos outros cartas guardas foram seguindo Zyon até ele parar sobre o corpo, se agachou e tirou uma faca da bota, com um corte preciso, arrancou a cabeça do homem morto, e a pegou pelos cabelos.

Zyon voltou a sala do trono, o sangue pingando por todo seu caminho. Ao se aproximar do rei de copas, se curvou em respeito.

– aqui está a cabeça, daquele que teve piedade diante de ti, magestade. 

Rune encarou a cabeça ainda pingando sangue.-- bom trabalho, Zyon__ ele se levantou, posturado, ficando ainda mais alto do que já era__ agora, traga pra mim aquele garoto.

O bobo encarou seu rei, era um pedido fácil, o único problema era que, ao pisar no submundo, o garoto ficava sob a supervisão do rei branco e seus aliados. O chapeleiro, o coelho branco, o gato Cheshire, a largaria fumante, e o que ele mais desejava ver, a lebre de março.

Rune encarou o rapaz.-- vai demora? Eu não tenho o dia todo.

– desculpe me alteza.__ Zyon se curva e sai da sala do trono. Ele recruta algumas cartas guardas e segue para o jardim do chá.

O chapeleiro sente um arrepio subindo por suas costas, o vento canta a ele o que está para acontecer, Faris saca o olhar do amigo, a lebre para de gritar, vai até koa e cheira seu rosto, sem se preocupar Han passa a língua no rosto do garoto, com um salto koa se afasta dele.

– hum, você e salgado__ Han solta uma risada rouca.

Quando a lebre se afasta, koa leva a mão ao rosto e limpa a baba, sontanso um “eca” baixo.

– é ele, não e?__ a lebre pergunta bem perto de Kenji, seus lábios quase tocam o chapeleiro. Ele afirma.__ finalmente, o bobo vai dar as caras novamente. 

– não se anime, ele ainda e nosso inimigo.

– seu inimigo, não meu __ Han abre um sorriso malvado__ Zyon e meu destino.

– só está do lado errado__ completa Faris com um riso.

– quem?__ koa pergunta curioso.

– alguém__ o chapeleiro fala olhando para o garoto__ apenas alguém.__ ele se volta para a lebre__ avise aos outros, vamos ter uma ótima festa do chá.

– chá, chá__ Han começa a grita, seus berros assustadores__ e hora do chá.

Eles assistem ele sair pulando.

– ele está vindo__ falou o chapeleiro rindo.__ se aproximando rápido pelo oeste.

Koa encarou o chapeleiro, ele via que as tonalidades do homem, haviam ficado muito escuras, um ar sombrio se formou a volta dele.

Faris segurou o rosto de koa com gentileza, fazendo assim, o garoto encara-lo.-- você parece cansado__ o garoto ia rebater, mas sentiu uma onda de sono__ por que não fecha os olhos?__ a voz suave do coelho penetrou seus ouvidos.

– eu não… eu não quero dormi.__ koa fala sonolento.

– mas você está com sono__ os olhos do coelho ao poucos se tornam um relógio, koa fica preso olhando para eles, as íris começam a balançar__ com muito sono.

A voz de Faris se torna mais baixa, os olhos ainda balançando para colocar koa em um sono profundo. O garoto cai pra frente, Faris apara seu corpo, e o pega no colo. 

– levo ele para sua casa, Kenji?

O chapeleiro encara o garoto a dormir nos braços do coelho.-- não, Zyon vai querer procurar lá, leve-o para o castelo branco, e mais seguro. 

– claro. 

Faris parte com koa nos braços, a magia se vai com eles, o chapeleiro volta a mesa de chá, se senta, estrala os dedos, e todas as guloseimas são substituídas por novas, depois do rei de copas e seu irmão, o rei branco, o chapeleiro, ainda tinha um pouco de sua magia, mas se koa não os ajudassem, o pobre chapeleiro nem sabe o que irá acontecer ao submundo.

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