Capítulo 1/2

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Sandro e Ricardo eram amigos de infância. Cresceram juntos, já que suas mães eram amigas, e para alimentar ainda mais essa amizade, sempre moraram no mesmo bairro, estudavam nas mesmas escolas, e etc. Estiveram juntos a todos os momentos, desde brigas até quando Sandro se assumiu homossexual, e Ricardo no embalo, se descobriu bissexual. Nunca houve uma real malícia na amizade de ambos os rapazes, fora claro, pensamentos que nunca iriam se externar, como "ele é tão lindo." ou "eu poderia gostar dele...", e no máximo alguns elogios em forma de provocações leves. Até pouco tempo, quando conforme o passar do tempo, as mentes foram amadurecendo, e as pequenas e inocentes provocações se tornaram flerte maliciosos e com teor sexual maior. E os pensamentos inocentes, passaram a ser "Que potranca... como será que fica com a marca da minha mão?" ou... "Já pensou aquela corrente batendo na minha cara...". Mas como sempre, nunca algo demonstrado.

Aquele era mais um dia comum, mais especificamente o horário de intervalo da faculdade, onde Sandro e Ricardo se viam, o que seria conveniente para o paulistano já que tinha uma pergunta em mente. - Durante a aula, Sandro em seus devaneios de lembrou que nunca havia mostrado para Ricardo que dançava, e nem nunca havia se quer contado a ele, e aproveitando que estava pensando em postar um vídeo dançando iria perguntar a opinião de Ricardo sobre sua coreografia da música Chantaje da Shakira, já que a opinião dele era sempre muito bem recebida pelo paulista. - E a oportunidade perfeita surgiu quando viu o carioca andando pelos corredores com seus amigos, João e Eduardo - Ou Buco e Edu, para os mais íntimos. - Logo parou o carioca no corredor, chamando sua atenção com um fraco tapa na nuca do maior.

-Carioca! Bora lá pra casa hoje? Preciso da sua opinião pra um bagulho. - Sandro disse calmamente, enquanto Buco e Edu pararam perto da dupla para escutar descaradamente a conversa.

-Fala tu, boneca! Vou sim, bora junto hoje? - Ricardo dizia bagunçando o cabelo de Sandro.

-A gente sempre vai, Ricardo. Mas é, vamo direto pra minha casa beleza? Tem roupa sua lá da última vez - Os amigos de Ricardo estavam com um "O" quase perfeito formado em seus lábios, muito provavelmente em choque com o rumo e falta de contexto da conversa.

-Beleza, ah e, posso dormir lá hoje? Tua irmã foi viajar mesmo, tu ta sozinho né? - O carioca brincava com o cabelo do menor.

-Aham, e se você tentar dormir de conchinha de novo, eu te jogo no chão sem travesseiro e coberta! - O mais pálido direcionou um tapa na mão de Ricardo, a qual mexia em seus cabelos negros, e puxou um cigarro.

-Tu sempre rouba a coberta mesmo. Mas da última vez a gente dormiu e você nem reclamou! - O mais alto se fazia de triste, dizendo em um tom choroso.

-Ah Ricardo! Me erra, mano. Até a saída, peste. - Sandro deu um leve tapa no ombro do bronzeado, e saiu, indo em direção ao mineiro, o paranaense e a capixaba que estavam mais na frente o esperando e acenando para o mesmo.

-Vala, os recém casados! - Eduardo disse, rindo junto a João.

-Qual foi, para aí! - Ricardo logo começou a andar, e seus amigos o alcançaram.

Enquanto isso, assim que Sandro alcançou seu pequeno e fiel grupo de amigos.

-Iá, que demora é essa! - A pequena Ana iniciou a conversa do grupo.

-Tava só avisando pra ele que ele ia dormir lá em casa hoje, preciso da opinião daquela praga pra uns bagulho. - Disse o paulistano, simplista como se falasse do tempo.

-Uai, opinião de que? - Miguel até então aéreo na conversa, perguntou.

-Deve ser opinião pra Lingerie nova, daí - Philipe rindo com a mão na boca ria fraco.

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