Fiz o mais sensato, paguei pelo livro e pedi que Ana o guardasse que amanhã eu voltaria para pegá-lo.
E então quando coloquei o pé na calçada ele ainda estava lá, estático, sentindo a chuva bater contra sua face, sua roupa totalmente grudada ao corpo, não deixava muito espaço para a imaginação, seus músculos marcavam, naquela roupa all black, uauu.
E então percebi que estava parecendo uma psicopata com um pé na calçada molhado enquanto secava ele.
-acho que uma foto dura mais-disse ele simplesmente sem olhar de volta.
Comecei a caminhar para o lado oposto, beem devagar apenas apreciando a chuva, não pensava mais em nada, só queria sentir o momento, e então pensei em visitar eles, eles amavam a chuva, dançavam e pulavam comigo, eram dias felizes.
Mamãe e papai, "A vida é muito curta para não ser louco às vezes." Era o que me diziam, e tinham razão. Sunshine era como me chamavam, como apelido. Ah claro que falta de educação em, meu nome é luz, prazer.
Então continuei a caminho do cemitério, faz tempo que vim aqui, preciso conversar com eles.
A chuva aos poucos diminuía.
Fui passando pelo portão, e mesmo que eu quisesse seguir tentando não chorar, a dor ainda era muito presente, então deixei as lágrimas rolarem. Parei em frente a lápide.
olá mamãe e papai, desculpa por não ter vindo aqui antes.. sinto a falta de vocês, perdi meu emprego também, o que eu devo fazer? Não queria continuar nesse mundo sem vocês. Mas eu vou tentar ser forte viu? Então eu preciso que vocês me iluminem, preciso de um caminho. Tenho que ir agora, desculpa.
Me virei e segui, não olhei para trás, por mim queria apenas chorar e chorar, mais eu disse que seria forte, minha vida mesmo sem rumo, eu dareii um jeito nisso pra orgulhar eles.Segui o caminho de onde eu morava, a chuva continuava fraquinha, então fui andando sem pressa.
Enquanto eu andava pelas ruas desertas, estranhei, aparentemente perdi a noção do tempo, já estava bem tarde, então apressei meus passos. O cheiro de terra molhada era perceptivo, as nuvens aos poucos se dissipavam, e eu estava mais próxima ao lugar que eu morava. E enfim estava em frente a porta, peguei a chave em baixo do tapete da entrada, porém enquanto eu me erguia para abrir a porta, senti um olhar em minhas costas, sexto sentido? Ou apenas imaginação? Não Me virei de imediato para descobrir, coloquei a chave na porta e destranquei, escutei passos vindo em minha direção então sem perder tempo entrei de uma vez em casa e em poucos segundos tranquei a porta. Respirava ofegante, tremja de medo, quem seria o doido ou doida?
Batidas foram desferidas na porta, não sabia o que fazer, devia perguntar quem era? Ou ignorar?

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fim de inverno
RomanceApós um inverno de incertezas, melancólico, e tão vazio, a primavera chega, os medos e receios também aparecem, Luz se vê dividida entre o passado e o presente. Em um dia pacato e tão solitário, o pesar em seu coração transborda, então seus passos...