012 - Segurança

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TAYLOR SWIFT POINT OF VIEW

Consigo sentir o som do relógio tocando no meu ouvido. O Tic-Tac faz uma melodia irritante, a ponto que sinto em meus ossos a necessidade de correr. Consigo ver claramente o horário 23:10 e sinto no meu coração o Tic-Tac de um novo minuto como os batimentos do meu coração.

— Amanhã podemos pedir a comida por algum aplicativo — O som da voz masculina parece alto. Por que tudo parece tão alto? — Não dá pra sair de casa, não é seguro.

Não dá pra sair de casa, não é seguro.

Eu estou morrendo, eu vou morrer aqui sem ninguém pra ver.

Ninguém nessa merda de cabana no meio do nada.

Eu fico calada e na minha mente vem a manchete de um jornal com um título grande anunciando minha morte, fotos dessa cabana no meio do nada e pessoas que ao invés de chorar, sorriem com a notícia, o arrepio toca minha pele como se eu estivesse na merda de uma paralisia do sono, A mente acordada e meu corpo ainda dormindo.

Não, não, não.

Eu sangro na mesa, mas como alguém que não se importa, ele continua falando. — Não me sinto bem com câmeras no meu rosto, acho que podemos sair de madrugada para o apartamento em Nova York e voltar pra aqui. Eu sinto que aqui é como se estivéssemos cobertos por uma névoa, apenas nós dois.

Eu sinto que não consigo respirar.

23:30

Ele leva mais uma garfada de carne assada à boca.

— Podemos cavalgar amanhã, o que acha?

23:40

Abro a boca e minha língua parece pesada quando digo: —Não quero cavalgar, não quero fazer piquenique, não quero colher flores ou cozinhar. Quero fazer algo.

Seguro firme nos lados da cadeira.

Eu quero gritar, quero que as pessoas que me fazem mal sejam penalizadas, quero que o mundo entenda o meu ponto de vista, quero que todos saibam que eu não quero ser a inocente, mas que também não sou a vilã.

Eu quero ser vista.

A realização me bate, então. Sim, eu quero ser vista. Não quero ser conhecida como alguém que recua. Eu tenho o que é preciso pra seguir em frente. A garota que precisava ser protegida, que queria estabilidade e conforto morreu. Ela morreu. Deixou traços de sangue por toda essa porra de cabine e ninguém se importa.

23:45

— Taylor? — Seu tom parece curioso, e eu olho para o mesmo após uma longa respiração.

— Eu não...— A palavra morre enquanto tento falar. Mas ele fica calado, então limpo a garganta falar novamente.

— Não consigo mais fazer isso

Ele parece com dúvida

— Claro que consegue, você quer viver tudo de novo? — fala, mostrando o que eu já sabia, ele pensa que estou falando da minha carreira, quando estou falando de nós dois.

Quando estou falando de tudo.

— Isso não tá funcionando pra mim — respiro fundo — Eu não consigo bloquear isso — a parte de mim que quer viver a fama, ser reconhecida pelo meu trabalho, pelo que eu gosto de fazer. De ser reconhecida por ele, DELE se sentir orgulhoso de mim.

— Eu prometo, está tudo bem — Ele segura na minha mão em cima da mesa. E eu queria tanto que ele lutasse por mim que deixo ele me tocar mais um pouco, se aproximar, me beijar, me abraçar. — Eu juro, estamos bem, você está bem.

Meant to be | TayvisOnde histórias criam vida. Descubra agora