LUCA - EM ALGUM LUGAR

Capítulo 30

CAPÍTULO 30

ALESSIA

Depois de compartilharmos aquele momento inesquecível, abraçados na noite anterior, Luca e eu finalmente chegarmos a um acordo e juntos, subimos para o meu quarto, onde utilizamos o computador para buscar a localização exata na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Acreditávamos firmemente que aquela mulher poderia ser a chave para resolver o nosso dilema.

Trocamos uma série de beijos apaixonados antes de nos despedirmos, e ele se retirou para o seu próprio quarto. A confiança reinava em nossos corações, e a esperança de encontrar respostas estava mais forte do que nunca.

Sentindo-me confiante, mas também exausta, me deitei na cama e logo adormeci.

Na manhã seguinte, eu acordei por volta das sete horas. O sol brilhante iluminando o céu de Lido di Venezia com seus raios dourados, refletindo através da janela do meu quarto, despertou em mim uma sensação de urgência.

— Luca! — Fui diretamente para o quarto dele acreditando que o encontraria ainda por lá, queria me despedir e desejar-lhe boa sorte em sua jornada até Goiás.

Mantinha uma certeza de que Luca encontraria a mulher que me auxiliou na fuga, há seis anos, e traria respostas positivas para todos nós.

Corri pelo corredor até chegar ao quarto de Luca e encontrei a porta entreaberta. Adentrei o quarto e deparei-me com a cama arrumada e sobre ela repousava um bilhete dobrado. Ansiosa, abri o bilhete e li a mensagem deixada pelo meu amor:

"Oi, Alessia. Assim que fui para o meu quarto, ontem à noite, comecei a pesquisar voos de Veneza para Brasília. Para a nossa alegria, encontrei um voo disponível durante a madrugada. Não quis te acordar, por isso deixei este bilhete para te informar. Estou confiante de que trarei boas notícias para nós dois! Quero que saiba que te amo muito, meu amor."

À medida que meus olhos percorriam aquele bilhete, uma emoção absurda me envolvia. Uma ansiedade que não cabia em mim e transbordava através dos meus olhos marejando, minhas mãos tremendo, um frio intenso na boca do estômago.

— Luca, seu lindo! — suspirei apaixonadíssima e coloquei aquele pedaço tão importante de papel contra o meu peito, bem sobre o meu coração batendo aquecido. E mirei o horizonte atrás da porta da varanda, sendo presenteada por aquele horizonte tão azul que se estendia diante de mim.

Não havia nenhuma nuvem no céu nessa manhã ensolarada de Lido di Venezia, estava tudo perfeito, a beleza da paisagem contrastava com a agitação das minhas emoções à flor da pele. Inquietação e esperança se misturavam em meu coração enquanto aguardava notícias de Luca. Confiava fielmente que coisas boas vinham em minha direção, em nossa direção, minha e do Luca. Pois não havia mais volta, minha vida e a dele estavam entrelaçadas, e ainda podia arriscar em proferir que foi obra do destino.

Sentia que o Luca estava predestinado a mim.

— É claro que está! — afirmei em alto e bom tom.

Era uma certeza real, a mesma que girava em torno da volta dele a Lido di Venezia. Ele traria as soluções necessárias para me unir com a minha amada irmã.

Preferia acreditar que o destino não nos separou, que ele apenas a protegeu por um período e agora estava nos devolvendo essa chance de estarmos juntas. Nós compartilhávamos o mesmo sangue e devíamos permanecer unidas para toda a vida. SEMPRE! Não permitiria que Enrico usasse minha irmã como moeda de troca para barganhar meu amor.

"Quem ele pensa que é?", questionei a mim mesma.

A verdade era simples e inegável: eu não conseguia sequer imaginar a possibilidade de viver longe da Elena.