Culpado

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Oie
Eu real não to acreditando que consegui terminar. 

Foi bem difícil esse final, mas no fim acho que deu bom. 

Obrigado a todos que acompanharam e me desculpe pelas lágrimas que causei. 

Eu não revisei a parte final, só pra não perder o costume kkkkkkkkk amanhã vejo isso.

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- Ramis? - Bateu na porta azul do quarto. - Ramis, fala comigo, por favor. - Chamou com a voz trêmula. - Ramiro? - O silêncio gritava dentro da sua cabeça e então ele resolveu ignorar todas suas normas de etiqueta e boa educação.

Kelvin segurou o trinco e abriu a porta em apenas um golpe. O que viu lá dentro fez seu coração errar uma batida. Caído no chão estava o boné que o peão nunca deixava no quarto, sobre a cama um verdadeiro caos de lençóis desarrumados, o cabideiro caído lhe mostrava que não era só um desleixo do homem que ocupava aquele quarto. Algo de errado estava acontecendo e seu coração gritava que Ramiro estava em perigo.

Teve certeza disso quando viu a arma do peão jogada atrás da porta.

- CACÁ, ELES FIZERAM ALGUMA COISA COM ELE! - Gritou saindo apressado do local.

Como assim? - O olhar perdido demonstrava que nada fazia sentido, mas Kelvin o mirava com tanto medo que sentiu seu próprio peito se apertar. - Amiga, do que tu tá falando? - Segurou-o pelos ombros.

- Ele não tá aqui e... e as coisas... - ora gesticulava assustado e agitado, ora passava as mãos pelos cabelos - tá tudo atirado e... a arma, Cacá! - Agarrou a gola da camisa do amigo e sentiu o nó se fechar com força em sua garganta. - Ele não sai sem aquela porcaria e ela tá jogada atrás da porta.

E não precisou de mais nenhuma prova.

Dentro de alguns minutos Marino já estava ali com seus homens. Para desespero e alívio de Kelvin, o delegado já estava a caminho quando ligou, pois recebeu uma denúncia anônima delatando o sequestro de Ramiro.

- Sequestro?! - Sentiu as pernas tremerem quando suas suspeitas se confirmaram.

- Desconfiamos que tenha dedo dos Lá Selva nisso. - Marino esclareceu, e quanto trocava o olhar entre Kelvin e Cacá.

- Contra ele? Mas o Ramiro sempre foi... sempre... - frustrado, não conseguiu nem mesmo se convencer do que pensava.

Sim, Ramiro era o braço direito dos Lá Selva, mas também nunca recebera o devido valor; muito pelo contrário, sempre foi escorraçado e ridicularizado diante de seus erros, bem como sua falta de conhecimento.

- A gente sabe a verdade, amiga. - Cacá acolheu o outro em um abraço lateral, o qual Kelvin aceitou.

Fraco.

Era como Kelvin se sentia nesse instante, sem saber onde seu namorado estava. Acostumado às loucuras cometidas por Ramiro, sempre temeu o momento em que o alvo se tornasse ele.

- Como vamos saber para onde levaram ele? - Havia medo em seu tom de voz.

- Nós vamos achar o Ramiro, Kelvin. - Marino tocou-o no ombro e esboçou qualquer coisa semelhante ao esboço de um sorriso. - Nós vamos encontrar.

A partir daquele momento, as coisas aconteciam quase como em um filme. Kelvin tentava o máximo possível se manter forte, mas a verdade é que por dentro estava morrendo aos poucos só de imaginar algo de ruim acontecendo com seu grande menino.

Esse era seu ponto fraco.

Ramiro é um homem adulto, forte, grande, capaz de matar, ou foi algum dia; no entanto, sua essência é pura, a ignorância diante do mundo o faz ser tal qual uma criança possível de manipular, sem que esta seja capaz de discernir o certo do errado.

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