dentes afiados [1]

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Seus lábios, com cheiro forte de chiclete, e levemente escorregadios. Como uma armadilha. Não sabia quem era, e muito menos estava com a sua consciência para poder pensar em tal. Poderia dizer que não o queria saber, saber poderia tirá-lo do estado de despreocupação que pensava que estava.

Seus braços apoiaram levemente sobre seus ombros, e encostando sua testa levemente na sua e fitando os seus olhos. Katsuki Bakugou se sentia observado, íris vermelhas vibrantes, nem ao menos o mísero segundo que é necessário para os olhos de quaisquer pessoas normais precisam para se fechar, o dono das fortes íris vermelhas não necessitava, ou pelo menos não o fazia.

Katsuki pensou que talvez não era normal, tanto o próprio quanto a pessoa que o encarava como se fosse carnívoro, como se fosse devorá-lo. Afinal, a forma que o tal respirava sobre si e sua atenção super-humana não era para uma pessoa normal. Já o próprio Bakugou sentia-se anormal por poucos mas fundamentais motivos:

1 - Ele sabia que reconhecia aquele olhar, o que poderia ser extremamente problemático dependendo de quem poderia ser por trás daquela máscara vermelha a qual estava. Mas como o bolo de erva que pegou antes era de ótima qualidade, mal conseguia lembrar do próprio nome.

2 - Ele queria gritar, agarra-se nestes lábios sabor chiclete que estavam tão desprotegidos a sua frente.

Honestamente, ele queria. Ele necessitava. Ele precisava.

Qual a probabilidade de ser alguém conhecido?

O dono das íris vermelhas estava receoso. Katsuki não queria tomar a iniciativa, ele não queria dar o gatilho para tudo aquilo. Ele queria se sentir desejado da mesma forma que desejava aquela boca por cada centímetro de seu corpo. Mas a necessidade falava mais do que sua inexistente noção. Por isso avançou nos lábios a sua frente, e como ele tinha previsto, isso foi apenas o gatilho para o sentimento indescritível crescer dentro do dois.

O outro queria saber se ele tinha a permissão de poder fazer, e a iniciativa de Bakugou confirmou que ele não só podia, mas que deveria fazer aquilo.

Separou-se do beijo e levou suas mãos aos quadris de Katsuki, que mordeu seu lábio inferior. Não queria se mostrar tão oferecido, não estava com a intenção de que se mostrar com tanto desejo quanto realmente estava.

Apenas uma pessoa sabia que ele estava lá, só uma única pessoa sabia que por trás da máscara preta com detalhes azuis era Katsuki Bakugou, mas o medo de o reconhecem tão vulnerável daquele modo, era extremamente desconfortável. Então, como um reflexo, agarrou o pulso do desconhecido, levando-o em passos largos, empurrando quaisquer que aparecessem a sua frente. Subiu as escadas tão rapidamente que em menos de dois minutos já estava se encontrando dentro do banheiro do local. Pressionando o joelho em suas partes íntimas, encostando o loiro sobe a pia, com os olhos lacrimejando e com sua respiração pesada em seu pescoço.

Não poderia falar, o medo de reconhecerem a sua era algo inevitável. Mas não pode deixar que uma maldita palavra escapasse de seus lábios:

— D-droga — Bakugou falou entre gemidos arrastados. Instantaneamente levou suas mãos ao seus lábios, seus olhos arregalados como se tivessem acabado de descobrir tudo do seu passado, como se tivesse arruinado tudo.

– Relaxa, eu tô tão chapado que não vou lembrar da sua voz amanhã.

" Não mais chapado do que eu " Bakugou pensou, encarando seus olhos e mordendo seus lábios.

– Tens tanto medo de que descubra quem você é?

Mas nada respondeu, não conseguia formar palavras.

– É disso que você realmente tem medo?

Presunçoso, era a única palavra que passava pela cabeça de Bakugou.

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