CAPÍTULO 4

304 38 9
                                    

Capítulo Quatro

Sentia como se eu não estivesse em meu corpo. Eu via as pessoas vestidas de branco andarem pelo corredor branco sem perceber. Engoli em seco sentindo minha garganta seca e afundei o rosto entre as mãos.

Deus o que eu faço?

- Josh? – ouvi alguém me chamar e um homem jovem me olhava.

- Sim?

- Olá eu sou Bailey. – o olhei sem acreditar.

- Como?

- Eu sou o segundo em emergência.

- Já aconteceu antes?

- Ela não te contou. – ele afirmou e o olhei esperando respostas. Ele suspirou e sentou ao meu lado com o rosto triste.

- O que tem para contar? – perguntei impaciente e ele me olhou serio.

- Any está morrendo.

- Como? Ela...

- Eu sei. Ela parece saudável. Mas seu coração é instável. Sabíamos que isso podia acontecer. Mas ela foi contra ficar internada até aparecer um coração.

- Transplante? – sussurrei e ele assentiu.

- Ela está na lista de espera, desde que descobriram. Remédios e tratamentos não funcionam mais. Não desde Gabriel.

- Desde que o irmão dela morreu? – perguntei e ele assentiu.

- Sim. Foi quando descobriram. Ela teve um ataque quando recebeu a noticia e quando fizeram exames descobriram seu estado. Ela fez toneladas de exames e tratamentos. Mas a única solução para ela é o transplante.

- E ela tem chances... – eu nem conseguia falar. Meu coração estava esmagado.

- Sim. Ela agora é a primeira. Mas só se, se cuidar. Os pais dela viajam em busca de tratamentos que prolonguem a vida dela até acharem um coração para ela. É só ouvirem algum caso novo que viajam.

- E por que ela não vai junto?

- Ela foi durante primeiros meses. Mas eram sempre tratamentos que deixavam à pessoa tão desgastada que ela não aguentava mais.

Passei a mão pelos cabelos e suspirei assimilando tudo que ouvi. Ela estava morrendo. Agora sua lista fazia sentindo. Sua conversa ao telefone, o remédio.

Voltei a olhar para o rapaz moreno de olhos escuros e que parecia tão aflito quanto eu. Um pensamento me passou pela cabeça e acabei falando sem pensar.

- Como ela te convenceu a ajudar no meu seqüestro? – o garoto corou e evitou me olhar.

- Oh. Ela apelou para a culpa. Ficou dizendo que ia morrer e eu ia sofrer sabendo que não a ajudei em seu ultimo pedido. – sorri e esfreguei o rosto. Levantei-me e ele fez o mesmo.

- Eu preciso ir um momento...

- Vai voltar? – eu conseguiria voltar? Fiquei em silêncio e ele assentiu sem me olhar.

- Eu digo a Any que você teve uma emergência de família. – Assenti e fui para a saída. Eu precisava pensar em tudo o que aconteceu.

Assim que sai do hospital respirei um pouco o ar puro. Que queria falar com ela. Dizer que tudo estava bem. Mais eu sabia que não estava. Como eu podia ficar ao seu lado, sabendo que talvez eu nunca mais a visse? Ela podia me deixar a qualquer momento.

Chamei um táxi que passava e assim que ele me perguntou aonde eu ia, eu me vi dizendo a casa de Any. Eu queria ir ver meus pais, mas ainda sim, eu não falei nada. Fui até a casa dela.

SHORT FIC -ONDE ESTÁ JOSH BEAUCHAMP ??? - ADAPTAÇÃO BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora