Branca de Neve particular

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Era o primeiro dia do verão. E Naruto sabia disso não somente por ser dia 21 de junho, mas por causa dele. Ele sempre aparecia nos seus sonhos durante verão. A pele branca como uma pétala de copo-de-leite enquanto seus olhos e cabelos são tão negros quanto o vazio do Universo. Como se fosse sua Branca de Neve particular.
Nesse sonho ele estava sem camisa e fazendo carinho em um lindo alazão preto, que os olhos do alazão eram azuis. Azuis como os olhos do dono do sonho. Naruto se aproximou com cuidado, como se estivesse se aproximando de um animal exótico, porque ele sabia o que aconteceria. O que acontece todas as vezes que ele tenta se aproximar. E, dessa vez, não foi diferente, no momento em que os olhos de ônix se puseram sobre si, Naruto acordou.

Como era de costume em todos os verões, Naruto acordou logo que o sol nasceu. Ele foi até o jardim e aproveitou o silêncio do início da manhã para poder criar em paz. Ele deixou sua mente vagar pelos lugares que costumavam ser os cenários de seus sonhos, lugares com tantas cores e sons e cheiros que ele sabia que não existiam de verdade. Apenas na sua imaginação.

Depois de um certo tempo, sentiu um par de olhos o observando. Ele não precisava olhar para trás para saber quem era. Então, apenas continuou pintando.

- Eu imaginei que te encontraria aqui.

Naruto sorriu, ainda sem se virar, ao escutar aquela voz.

- Você está de férias, por que está acordado tão cedo? - Logo, a velha Chiyo apareceu em seu campo de visão, com uma faixa verde mantendo seus cabelos longe dos olhos.

- A senhora sabe que eu não consigo dormir até tarde. - O loiro deixou o pincel repousando no líquido dentro do seu copo furta cor e olhou para a tela, a qual a velha senhora estava olhando. - O que a senhora acha?

- Está tão lindo quanto uma noite sem nuvens. - Ela fez um sinal com as mãos e logo Gaara apareceu ao seu lado. - Você não acha?

- Sim, está tão lindo quanto tudo que você faz.

- Quais são os planos para as nossas férias? - Temari apareceu de lugar nenhum, assim como o vento, e começou a bater palmas, até todos se levantarem para ir até a mesa do café da manhã.

- Bem, o de vocês eu não sei, mas o Chouji conseguiu uma vaga para eu trabalhar no café do pai dele. - Naruto serviu uma xícara de chá de limão para si e uma para a velha Chiyo.

- Não, isso não está certo. - Gaara engoliu a comida que estava em sua boca rapidamente. - Você não pode usar as nossas férias da faculdade para trabalhar.

- Não queira que ele seja um vagabundo só porque você também é. - Kankuro esconde o sorriso por baixo da xícara ao perceber o olhar do irmão.

- Eu me matriculei em um dos cursos de Verão da faculdade. - Naruto come uma rodela de banana com açúcar e canela para, em seguida, colocar mais açúcar. -  Um curso de desenho de anatomia. Vocês sabem que esse é o meu ponto mais fraco e para eu conseguir pagar o curso eu vou fazer esse bico lá com o Chou.

- Você sabe que eu poderia te ajudar, querido. - Chiyo franziu as sobrancelhas brancas para ele.

- A senhora já me ajudou demais.

Naruto morava com aquela família desse os dezesseis anos e não tinha nem como agradecer por tudo o que fizeram por ele. Ele fora abandonado em um templo quando tinha alguns meses de vida, sem nenhum documento ou algo do tipo. Em seu registro o seu sobrenome era Otsutsuki, que ele ganhou da diretora do internato onde foi entregue. Depois disso, ele passou por vários lares de várias famílias diferentes, mas nunca vingou. Parecia que o caos o seguia para onde fosse, ou o seu irmão ficava doente, a casa era infestada por formigas, as plantas começavam a morrer ou, então, a crescer de forma fora do normal. E as famílias sempre o devolviam, acreditavam que ele era o causador de tudo aquilo.

Sonho de Uma Noite de Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora