XV. Cigarros pós aula

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                - Black, posso falar com você?

O Lupin apareceu ao lado de Adhara enquanto andava para ir a comunal, tinha acabado de sair da aula de trato de criaturas magicas e fazia carinho no livro que tentou morder sua mão mais cedo.

O garoto estava mais alto e mais bonito. Seu cabelo estava maior, fazendo lindas ondas. Seu rosto ainda tinha algumas cicatrizes, algumas bem perceptíveis.

Ano passado, depois de Adhara pegar um livro de DCAT do terceiro ano, a garota descobriu que Remus John Lupin era um lobisomem. Demorou para descobrir isso, como tinha um lobisomem na nossa escola? Bem, isso fez Adhara quase ter uma crise de pânico. Sirius compartilha dormitório com ele, ele pode estar em perigo! A garota evitou o Lupin por um tempo até perceber que Remus não poderia fazer mal a nem uma mosca.

- Pode ser mais tarde? Estou cansada dessa... patética aula. – Adhara disse, apressando os passos. Realmente tinha achado que trato de criaturas magicas seria mais interessante.

Foi difícil ignorar o fato de estar falando com um lobisomem, afinal, era um lobisomem das histórias que Monstro costumava a contar quando Adhara não conseguia dormir (o que, sinceramente, monstro deveria começar a escrever uns livros), mas também era Remus Lupin. Um garoto que se encolhe até virar uma bolinha para poder fazer carinho em gatos sem assusta-los e ajuda criancinhas. Foi assim que a amizade deles começou, não?

- Addie. – Remus pegou seu braço. – Por favor.

Além de ir contra todos os seus princípios. Sua mãe e seu pai viviam falando sobre os lobisomens. Que eram bestas malditos e incontroláveis. Que deveriam ir para Azkaban de qualquer modo. Adhara tentou imaginar Remus em Azkaban, era impossível.

- Certo, tudo bem. – Ela se virou para ele.

O garoto suspirou antes de começar a falar.

- O que aconteceu esse verão?

A expressão de Adhara se tornou mais sombria do que já estava.

- Não é da sua conta, Lupin.

- Estou perguntando.

- Já tem sua resposta.

Então ela voltou a andar, mas não demorou muito para Remus a alcançar.

- Ele foi massacrado! Mutilado!

- Então avise para ele que Maya já está fazendo o que ele precisa, agora para de se intrometer em assuntos da minha família.

- Certo, tudo bem. – Ele coçou atras da nuca e abaixou a cabeça - Desculpe.

A garota revirou os olhos e voltou a andar, curiosamente, Remus estava andando do seu lado, dando passos menores para a acompanhar. Quando o relógio mental de Adhara bateu um minuto e meio que eles andavam juntos, ela parou e se virou para ele.

- Por que está me seguindo?

- Não estou te seguindo. – Ele respondeu na defensiva. – Estou indo para minha aula de poções, para onde você está indo?

- Minha comunal.

- As duas são nas masmorras, então sem querer estou te acompanhando.

- Você pode esperar alguns minutos para ir a sua aula assim não teremos que andar juntos.

- Não posso, estou atrasado, mas você pode esperar alguns minutos, já que está incomodada.

- Não estou incomodada!

- Certo então - Remus abriu um sorriso idiota como vitória e voltou a andar em direção as masmorras.

Adhara bufou e deu um pequeno sorriso, rindo da própria idiotice, e apressou os passos para acompanhar Remus.

𝑻𝒉𝒆 𝑩𝒍𝒂𝒄𝒌 𝑮𝒊𝒓𝒍Onde histórias criam vida. Descubra agora