7° capítulo

178 9 4
                                    

Wildefay Hill19 de outubro, 2023

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Wildefay Hill
19 de outubro, 2023.

Me remexo na cama, tento de todos os jeitos possíveis abrir os olhos mas não consigo, sinto como se algo estivesse me prendendo naquele dia, mas eu não quero reviver aquela dor. Não, ele está perto demais, suas mãos foram longe demais, eu quero sair daqui, está sufocante, mal consigo respirar.

Você nunca se livrará de mim.

Essa cicatriz te lembrará desse dia para sempre.

Sinto como se fosse morrer, meu peito está queimando e eu pude sentir a mesma dor daquele dia. Eu sentia a mesma sensação de estar suja, sentia a mesma sensação da minha pele queimando a cada vez que sua mão tocava meu corpo, eu desejava tanto acordar daquele pesadelo.

Ele estava perto novamente, perto demais, eu podia sentir seu corpo sobre o meu, podia sentir minha barriga ardendo pela ferida funda, eu podia sentir suas genitais encostando em mim, eu estava agonizando com a náusea que ameaçava a me fazer colocar tudo para fora.

Me debati sobre a cama, pude sentir minha mão apertando o cobertor, meu coração estava acelerado e a qualquer momento ele poderia sair do meu peito. Mas algo, ou alguém, me fez despertar em um pulo.

Meus olhos abriram, respirei fundo recuperando o fôlego, encarei o teto escuro do meu quarto, o suor escorre da minha testa e eu retiro o cobertor do meu corpo sentando na cama. Abraço meus joelhos, encosto a testa sobre a minha perna, começo uma sequência de respirar fundo pelo nariz e soltar o ar pela boca para tentar recuperar o fôlego.

Fico alguns minutos nessa posição até estabilizar minha respiração, levanto a cabeça passando a mão no meus cabelos, engolo em seco sentindo minha garganta seca e olho pela janela vendo as folhas da árvores balançarem fazendo o ar invadir o meu quarto.

Me levantei firmando meus pés no chão, me aproximei da janela me debruçando sobre a mesma, encarei o céu, meus olhos vidrados na lua que iluminava a escuridão das ruas, a brisa da noite atingiu meu rosto fazendo os fios do meu cabelo voarem. Senti um arrepio percorrer minha pele, olhei para baixo e arquei a sobrancelha ao olhar o que estava na calçada.

A moto do meu pai. Será que estou delirando?

Rapidamente me afasto da janela, retiro a blusa que eu usava para dormir, abro meu guarda roupa retirando uma calça jeans rasgada e uma regata branca junto com meu moletom. Após vestir a roupa, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, abro a gaveta pegando meu punhal com o suporte, fecho-a em seguida, coloco o punhal na parte de trás da minha calça,  quando toco a maçaneta da porta encaro meu celular em cima da escrivaninha e acabo o deixando de lado.

Saio do meu quarto fechando a porta sorrateiramente, caminho pelo corredor com passos lentos, desço as escadas, passo pela sala, pego minha chave reserva, rapidamente calço meus coturnos que estavam do lado da porta, destranco a porta em seguida e saio trancando-a.

Dark NightsOnde histórias criam vida. Descubra agora