Você está andando pela cidade com seu livro. O tão amado livro. .
Um dia, você o perde. Isso dói. Você fica de luto.
O tão amado livro já não estava mais com você.
A vida segue. O tempo continua.
Você volta para sua rotina e lembra dele em alguns momentos.
Pega trem lotado.
Vai para o trabalho.
Almoça.
Toma um café.
Volta para casa no trem lotado.
Pensando na vida.E então, você tem a consciência que perdeu seu livro.
E perder, significa pra sempre.
Você nunca mais ira ver ele. Você percebe que sente muita saudade do livro. No final, nunca foi só mais um livro. Era o livro.
Nunca mais você o teria. Nunca mais você leria as palavras e se sentiria conectada com elas. Porque tudo acabou.Sempre é assim, observando a paisagem que se tem a consciência do fim. No meio de todas aquelas pessoas coladas dentro do trem minísculo, uma lágrima escorre. Você não consegue limpar porque uma mão está segurando no ferro para não cair e a outra está segurando a bolsa. Então, você deixa a lágrima escorrer. Deixa a próxima também. E a próxima, próxima, próxima.
O sentimento é desesperador. Você sabia que já havia perdido o livro, mas a consciência daquilo tinha sido mais forte agora. Mais avassaladora.
É isso. Você não tem mais o livro.