a Suicida

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A biblioteca estava imersa em um silêncio reverente, interrompido apenas pelo suave farfalhar das paginas sendo viradas e o ocasional clique das teclas. A luz suave das lâmpadas antigas iluminava as estantes de livros, criando um ambiente quase mágico, onde o tempo parecia suspenso.

Eu estou sentada em uma mesa isolada, cercada por uma pilha de livros da literatura clássica.
Meus dedos deslizam lentamente pelas paginas de um volume de poesia de Sylvia Plath. A dor silenciosa e a beleza melancólica das palavras de Plath eram um conforto sombrio.

De repente, sinto uma mudança no ambiente ao meu redor. Meus olhos varrem a biblioteca, encontrando Lauren entrando com passos confiantes.

Lauren Jauregui, umas das mais populares do colégio, porém extraordináriamente inteligente e encrenqueira.
Personalidade completamente toxica, alguns dizem que se deve ao fato dela ser interssexual, como se fosse uma maneira dela se auto proteger.

Os olhos dela varrem todo o ambiente como se estivesse procurando algo, e imediatamente se vidram na mesa ao lado da minha onde estava sentada Lucy Vives, namorada de Lauren.

-Ei, você não pode simplesmente sair sem me avisar - Afirma Lauren para Lucy que imediatamente ergue a cabeça fitando a mesma.

-Lauren, por favor aqui não- Diz Lucy repreendendo-a

-Você não entende como me faz sentir quando some sem dizer nada? - diz Lauren, nesse momento a biblioteca toda passa a observar o que está acontecendo.

-Lauren, eu não preciso te dizer pra onde eu vou o tempo todo - esbraveja Lucy

Lauren cruza os braços e se dispoe ao lado de Lucy

-Você não parece se importar com o que eu sinto - Bastou Lauren terminar de expressar que Lucy começou a organizar seus pertences em sua mochila para ir embora.

Lauren a segue em direção a porta de saída.

Cenas como essas é comum, Lauren em toda oportunidade que tem, a humilha em publico.
Não sei como Lucy suporta esse tipo de relação, é uma menina doce e gentil, completamente o oposto de Lauren.

Apos esse acontecimento volto a minha leitura cotidiana.

-Que horror, aquela menina consegue ser pior a cada dia, não sei o que a lucy viu nela- Diz ally, minha colega sentando ao meu lado

-pse hahaha- digo para ally

Ally é uma menina muito gentil,esta sempre sorrindo e com um belo bom humor.
Não posso afirmar que somos amigas mas de vez em quando nos falamos.

Eu e ally continuamos na biblioteca até o último horário, quando já deu a hora de ir embora.

Chego em casa, abri a porta da frente com um suspiro cansado, largando a mochila pesada no chão da sala de estar. O cheiro familiar do jantar caseiro encheu minhas narinas, e eu escuto um som de risos vindo da cozinha. Senti um peso em meu peito, uma tristeza que parecia não ter fim, mas tentei disfarçar o máximo.

-Oi gente! Cheguei!- anuncio, caminhando em direção a cozinha.

Ao entrar na cozinha, encontro minha mãe,Sinuhe, mexendo uma panela no fogão, enquanto meu pai, Alejandro, esta sentado a mesa, lendo o jornal. Sofi, minha irmã mais nova de apenas 6 anos, esta rindo de algo que meu pai havia dito.

-Oi,Hija, como foi seu dia na escola?- minha mãe se vira com um sorriso.

-Foi bom, mama. Nada de novo.- forço um sorriso.

-Está com uma cara de cansada. Muitas provas?- Meu pai pergunta e abaixa o jornal olhando para mim.

-Sim, foi uma semana cheia. Estou exausta.- Me sento a mesa.

-Você não vai acreditar, camz! Hoje eu tirei dez na prova de matemática.- Sofi me diz com entusiasmo. Abro um sorriso sincero.

-Serio? Parabéns, Sofi! Estou orgulhosa de você.- Digo dando um beijo na sua bochecha.

-Tenho certeza de que você também se saiu bem, querida. Está com fome? Fiz seu prato preferido.- Mama coloca um prato de comida na minha frente

-Nossa, parece delicioso, mãe. Obrigada.- Digo olhando para a comida

Enquanto minha família conversava animadamente, sinto-me aquecida pela presença deles, mas uma parte minha esta distante. O sorriso em meu rosto esconde a dor que eu carrego.

-Hija, Tudo bem? Você parece um pouco distraída.- Meu papa percebe. Desvio o olhar.

-Sim,papa, só estou cansada. Vou comer um pouco e depois descansar.- informo a ele

-Se precisar conversar sobre qualquer coisa, estamos aqui, viu?.- Diz minha mama em tom de preocupação.

-Eu sei, mama, obrigada.- Expresso com um nó na garganta.

Eu sei que preciso de ajuda, mas temo preocupar minha família novamente. Nessa noite, após o jantar me recolhi em meu quarto, trancando a porta atras de mim. Sentei me a cama e senti a pressão do meu peito aumentar. As lágrimas escorriam silenciosamente por meu rosto enquanto procuro a lâmina escondida no fundo da gaveta.

Com a lâmina fria em minha mão, senti uma mistura de medo e alivio. Fechei meus olhos, tentando silenciar a dor que me consumia. Deslizo a lâmina pela pele do braço, sentindo a dor física que, por um momento, parecia diminuir a dor emocional.

Quando terminei, cobri rapidamente os cortes com um pano, deitando-me na cama com um sentimento de culpa e desespero. Sei que essa não é a solução, mas nesse momento parece ser a única forma de lidar com a dor insuportável que eu carrego.

Olhando para o teto, fiz uma promessa a mim mesma. Na manhã seguinte, eu irei procurar ajuda. Eu sei que preciso falar com alguém, encontrar uma saída antes que fosse tarde demais.

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Olá meus amores. Dps de muito tempo estou voltando a escrever, e preciso que vocês me motivem, avaliem.. comentem... não me deixem na mão. Agora vocês são meus novos amigos que irão me acompanhar até o fim desse livro, conto com vocês.

Ig: azaborgess

A Suicida e a Psicopata - Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora