No mesmo dia...
- Seu funcionário em questão.- diz apontando para o sujeito que agora faz cara de inocente.- se recusou a me servir, me privou de meus direitos como consumidor, e alegou falsas informações para afirmar suas ações. - Vendo o gerente um tanto quanto confuso ele explica.
- Eu cheguei ele disse que eu não poderia ficar, pois todo o restaurante já estava reservado, e teve a audácia de insinuar que eu venho atrás de marmitas, por um acaso meu dinheiro não é válido no seu estabelecimento? Achei que a moeda era o dólar, devo ter me enganado.-
- Eu sinto muito por isso, esse funcionário está por um fio, mas pelo jeito não mudou seus atos, eu entenderei se quiser processá-lo.- o gerente diz olhando para o homem ao seu lado, que agora está com os olhos arregalados em susto.
- Deixemos isso de lado, não valeria o tempo gasto, pretendo apenas almoçar.- diz com um meio sorriso de vitória.
- Com uma condição senhor.- o gerente exclama.- por nossa conta.- aponta para o funcionário mal encarado.
- Considere-se com sorte, eu no lugar dele, te processaria, e agradeça a ele por te dar mais uma chance aqui, o próximo que desrespeitar, você vai estar na rua.- o gerente cumprimenta David e sai de volta para sua sala.
- Por aqui senhor.- o homem agora fala com tom entristecido e cabisbaixo.
"Missão Almoçar. Feito."
Após a refeição David resolve dar uma volta, entra em um cinema, apesar de já ter visto todos os filmes em cartaz, ele gostava de contar o final do filme para quem ainda ia assistir, esse era um filme de terror.
- Não faz isso garota você vai morrer.- as pessoas olhavam com semblantes ruins, e outra riam tipo "ela não vai morrer idiota".
- Você vai morrer na próxima cena, ninguém mandou mexer com essa bruxaria ai, olha para trás...morreu eu disse.-
- Fica em silêncio estou tentando assistir o filme.- alguém dizia enfurecido.
- Pra que você quer assistir ela já morreu, o namorado vai morrer, e o irmão vai descobrir quem é a bruxa, que é a vizinha que ninguém desconfiava.- inúmeras vaias foram ouvidas, alguns até saem da sala por perderem o interesse no filme.
- Quer saber, vou sair por que vocês fazem muito barulho, assim não vou ouvir ela dizer que não amava ele, tchau seus chatos.- David sai de uma sala e vai para outra. Um romance.
- Beija ele. Isso! te considero uma sem vergonha agora, nem vai ficar com ele e ta beijando assim.- os casais mandam olhares apreensivos.
- Só falta adotarem um cachorro...olha ai não disse, agora tem um cachorro.-
- Fica quieto babaca.- alguém grita ao longe.
- Quero ver o filme, se você não quer saia daqui.- outra voz é ouvida.
- Para que querem ver o final? Ela nem fica com esse cara aí, ela fica com o outro que vai aparecer daqui a pouco, os dois se conhecem a muito tempo, e sabem o cachorro?... ele foge. e o cara vai recuperar o dinheiro da herança.
- A fala sério.- um rapaz grita jogando a pipoca fora.
- Ninguém perguntou cara.- a mulher do meu lado levanta.
- Pra que então estou assistindo isso.- alguns mais se levantam.
- Quer saber, vocês reclamam muito, vou assistir o filme outro dia.- saí da sala entre gargalhadas
Pensa em entrar em outra sala, mas não parece ser uma boa, já está ficando tarde, e ele tem um compromisso a cumprir.
Sai do cinema e vai até o estacionamento onde está o carro Cerca de um quarteirão - Dirige até em casa mas antes passa por uma rua da qual se lembra bem, estaciona por um instante em frente a uma casa amarela com janelas em marrom madeira, o jardim parece sem vida, o balanço na mangueira parece sem uso a um bom tempo, as folhas tomam conta do gramado, deixando a casa com aspecto ainda mais abandonado - segue seu caminho até em casa levando esse sentimento nostálgico.
VOCÊ ESTÁ LENDO
28/10 - vida Artificial
Science FictionOi, me chamo David, vivo o dia 28 de outubro todo dia, e essa é a história de como meus dias repetidos são chatos. Estou falando de forma literal, tudo acontece da mesma forma, todo dia, e sou o único na cidade que pode fazer algo diferente. Mas até...