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Eu costumava ouvir que a luz da grande Lua no céu, sempre te levava à caminhos destinados. Eu esperei por grande tempo em minha vida, para descobrir um dia se isso realmente era verdade.

Mas à única coisa que estavam sob minha visão nesse momento eram grandes árvores e estrelas que cobriam todo céu. Além da luz da lua, que era a que eu estava acompanhando por todo momento. E agora eu estava, completamente, perdida.

Eu deveria ter percebido antes quando já me via entrando em um lugar afastado de onde eu vivia, em uma floresta onde não se tinha uma alma por aqui. E pensar em que eu tive esperanças de que tudo o que eu passei à ouvir tivesse sido uma prat9ca de cada pessoa.

A lua, não diz nada, e a luz que reflete dela muito menos.

Eu estava determinada à ir embora daqui, porém, como eu cheguei aqui? Na verdade, eu estava concentrada na luz, na lua. Eu mal sabia o caminho da volta, e eu me amaldiçoada neste momento pela minha falta de atenção.

Quando eu daria meu primeiro movimento em sinal de me retirar daquele local, uma música baixa, mais no tom certo para chegar até meus ouvidos, me atraiu na mesma hora. Isso era um sinal de que havia alguém por perto, alguém que poderia me dizer a saída dessa floresta isolada.

Peguei rumo contrário do qual eu estava prestes a seguir, e continuei aos poucos, caminhar até à melodia. A cada passo, a música ficava tão alta que eu não podia ficar mais animada.

De repente, eu me deparei em frente aos portões altos e pretos, depois dele, havia uma enorme mansão em um estilo antigo, e era dela que vinha a música. Uma brisa passou pelo meu ombro e bagunçou meus cabelos, o portão se abriu sozinho, fazendo um rangido desconfortável.

E foi aí que percebi que a luz da lua estava presente, bem ali. A música até então não parou, mas de forma alguma eu deixei de achar totalmente amedrontador o portão se abrir sozinho.

Da grande mansão, todas luzes estavam ligadas, e além da música, eu não escutava mais nada, apenas o som da noite e do vento. Infelizmente, sair daqui dependia da ajuda de quem morava por ali, era minha única saída.

Eu passei pelos portões, e então a mesma brisa forte me atingiu em cheio. Eu senti alguém tocar em meus ombros, no mesmo momento e gelei naquele segundo.

— Se eu fosse você, não teria cruzado os portões. – eu me virei para à voz, mas não havia nada, apenas uma máscara dourada, caída sobre o chão.

Me abaixei e peguei a máscara, ela tinha detalhes bonitos e era delicada. Eu tentei saber da onde teria ouvido aquela voz mas era inútil. Eu dei mais alguns passos até estar em frente as portas da mansão.

Estava receosa, e mesmo assim dei três batidas, esperando por alguma resposta. Não demorou muito, na verdade foi de imediato. As portas se abriram tão rápido, e uma luz extremamente forte me atingiu. Eu tentei bloquear minha visão com as mãos na frente de meu rosto, mas então logo senti como se meu corpo estivesse tendo uma reação por si próprio.

Eu andava para dentro da grande propriedade, sem nenhuma vontade.

E enfim, o que pareceu que levou minutos, acabou. A luz forte diminuiu, e eu pude enxergar a nova iluminação, e um salão cheio.

— Você deve colocar isto. – a voz ao meu lado me chamou a atenção. Era um homem, ele apontava para a máscara em minhas mãos.

— A não! Eu já estou de saída. – tentei converter a situação, fazendo referência de me virar em direção a porta atrás de mim.

— Você pode entrar mas não pode sair.

Eu tentei entender o que ele havia me dito, mas não fazia sentido algum. E então foi quando eu percebi que não usava as mesmas roupas de antes. Era um vestido longo, um pouco bufante e preto, ele tinha pedras brilhosas, também pretas. Além disso havia o decote profundo mas conseguia ser descente.

Parei para observar tudo ao meu redor, todos vestiam vestidos longos e elegantes com cores escuras. Todos por aqui usavam máscaras, então eu mal conseguia enxergar o rosto de cada um. Era como uma loucura, eu não sabia onde estava metida.

A decoração não parecia tão antiga, mas dava impressão que era. Eu coloquei a máscara rápido, imaginando que já era para ter feito isso antes. Eu gostaria de saber como vou sair daqui, isso não parecia normal.

— Onde estamos? – perguntei para o mesmo homem que ficava na entrada da mansão.

— Na festa de nosso líder. – respondeu.

— Não sei do que está falando.

Ele não me respondeu mais, então eu decidi vagar pelo salão, em busca de alguma saída.

Estava bem cheio, e assim que avistei uma enorme mesa cheia de bebidas, caminhei até ela. Peguei a primeira taça de líquido vermelho que vi pela frente.

— Não beba isso. – a menina em minha frente puxou de uma vez a taça em minha mão, sua expressão não era uma das melhores. — Eu sinto seu cheiro.

Ela me fitou com seus olhos profundos, agora eles pareciam mais indecifráveis.

— Não deveria estar aqui. – ela disse.

— Eu não faço à mínima ideia do motivo de estar aqui. – confesso.

— Se mantenha longe de todos, eles sentiram seu cheiro, e você não gostará do resultado.

— Pode me dizer onde estamos?

Ela se calou por um momento.

— Estamos do lado que a lua esconde. O lado da sombra.

Eu adoraria decifrar o que ela disse, mas eu não gosto de enigmas, e estar aqui é um enigma.

— Seja específica. – digo.

— Você não iria acreditar em mim se eu dissese que não está em um lugar adequado para mortais como você.

— Aonde quer chegar? – indago.

— Aqui está repleto de criaturas, e se eles soubessem que um sangue tão puro está por perto, não sobraria um osso seu para contar história. Tem sorte de eu não estar com tanta fome.

— Eu não entendo, como você conseguiu passar pelos portões? – ela parecia falar consigo mesma.

— Eu estava perdida pela floresta, e então eu parei em frente à eles.

— E como você conseguiu atravessar toda floresta?

Eu não queria dizer sobre seguir a maldita luz da lua, seria uma idiotice, mas a mais pura idiotice era o que ela estava tentando insinuar.

— Eu... Estava seguindo a luz da lua, já ouvi bastante sobre isto. – eu disse, mas a expressão dela ainda parecia a mesma.

— Já ouviu dizer que a curiosidade matou o gato? – ela parecia um pouco apavorada. — Nesse caso não seria um gato.

— Pode me tirar deste lugar? Eu apenas quero sair. – supliquei.

— Sinto muito. Quem está fora entra, mas quando entra não sai.

A Dama Que Usa PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora