𝟎𝟏| 𝐏𝐫𝐨𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚 𝐈𝐧𝐝𝐞𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞

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Uma noite, uma festa, apenas isso, vai durar pouco tempo

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Uma noite, uma festa, apenas isso, vai durar pouco tempo. Foi isso que repeti para mim, várias vezes, enquanto caminhava pelo salão.

O convite para a festa na mansão Belmont, havia surgido de Lucy, uma velha amiga, e talvez ela não estivesse ciente de toda a raiva interminável que eu tinha pelo seu irmão mais velho. Henry.

Ele é insuportável, no mesmo nível que eu poderia dizer que é gostoso, principalmente quando estava enfiado em um tweed. Mas não era esse tipo de pensamento que eu deveria nutrir.

Tanner, meu namorado, segurava em meu braço enquanto passeávamos pelo salão, cumprimentando todos que estavam presentes. Algo um pouco exigido já que conhecíamos todos que circulavam ali.

Desejei que uma maldição não caísse sobre mim, e também pedi mentalmente a proteção de todos os santos. Seria muita inocência imaginar que não iria vê-lo. Com uma loura que devia ser sua mais nova namorada, o avistei do outro lado do hall. E depois de tanto tempo, não havia mudado muita coisa, continuava sendo o cretino de sempre, mudando de mulheres como mudava de sapatos.

Eu ainda sentia a pressão em meu peito, toda vez que o via. Devia ser algo como uma porção de ódio e outra coisa. Tentei diversas vezes sufocar essa coisa, mas sempre voltava, quando encarava aqueles olhos azuis. Maldito par de olhos.

Ele se virou em minha direção. A parte mais estranha é que ele não sorriu, como sempre fazia, daquele jeito provocativo, apenas com a intenção de me tirar do sério. Henry apenas permaneceu sério.

Apertei o meu braço em volta do de Tanner, evitando encará-lo. A minha salvação veio em seguida, Lucy vinha em minha direção, com um enorme sorriso no rosto.

— Que bom, que você veio. — Ela estendeu os braços ao meu redor, fazendo-me largar de Tanner. — Fiquei receosa, pensando que não viria.

— Não poderia deixar de vir. — Retribui o seu abraço. — Você está linda.

Ao ouvir o meu elogio, ela deu uma volta fazendo a barra do seu vestido azul balançar.

— Você também. — Ela se recompôs em cima do salto — Tanner você tem sorte, de ter essa beldade com namorada.

Ele deu um sorriso discreto e balançou a cabeça em positivo.

— Eu preciso procurar o Marcus, em um instante volto. — Ela olhou de um lado para o outro e se envolveu entre as pessoas.

Alguns garçons passavam levando bandejas e servindo champanhe e alguns aperitivos. Aproveitei uma das passadas de algum, e estendi a mão para pegar a taça de bebida. Sem muitas cerimônias virei ela.

— Eu preciso ir ao banheiro. — Tanner avisou, largando o meu braço — Me espere aqui.

Dei um longo suspiro, assim que ele se afastou de mim, e sumiu entre todos. Pensei comigo que Lucy gostava realmente de uma festa bem cheia, havia várias cabeças no campo de visão.

Respirei fundo, voltei a olhar para onde Henry estava com a sua acompanhante, mas por sorte já havia saído. Era melhor assim, que ele tivesse sumido, e eu pudesse aproveitar essa noite em paz, sem quaisquer estresse.

Outro garçom passava, e devolvi a taça vazia para a bandeja. Sequer havia bebido tanto, mas parece alucinar, com uma sensação um tanto estranha. Deslizei a mão pela nuca, em um instinto, como se pudesse de alguma forma afastar aquele sentimento, mas saltei para frente quando senti uma brisa fria alcançar a minha pele.

— Poderia dizer que fica bem com esse vestido. — Aquela voz. Os pelos da minha nuca se eriçaram — Mas, deve ficar muito melhor sem ele.

Me virei para dar de cara com Henry. Seus cabelos negros, e seus olhos azuis, juntamente daquele corpo esculpido, era o conjunto da obra que seria dito como "Caminho da Perdição".

— Não esperava que me dirigisse a palavra essa noite, ainda mais que estou bem acompanhada. — Minha língua pareceu saltar como um chicote, mas isso não o afastou, pelo contrário, a sua resposta foi um riso descarado — Qual seria a graça?

— Ele a deixou aqui, sozinha. — Ele falou e deu ênfase no final. — E isso foi quase como um convite.

— Então, sinta-se desconvidado. — Invés de um riso, ele gargalhou.

— Gosto do seu humor, Hadley. — Apontou

Meu corpo pareceu querer entrar em combustão, e talvez isso fosse pela raiva. Era bem notório que era isso que ele estava tentando fazer, me tirar do sério. Queria que eu perdesse a cabeça, mas não lhe daria tal gosto, não estragaria a festa de Lucy. Henry dessa vez não iria conseguir.

— Que bom. — Me virei, dando as costas para ele.

Mas não foi o bastante.

A ponta de seus dedos alcançaram as minhas costas nua pelo vestido, subindo devagar de baixo para cima, escorregando em minha pele, que ardia com seu toque. Eu não conseguia controlar o que sentia naquele momento, e um arrepio surtiu efeito em todo o meu corpo, também não consegui dizer nada, e então ele continuou com o ato.

Seus lábios roçaram na lateral do meu rosto, quase tocando a minha orelha, perto o suficiente para que ele pudesse sussurrar.

— Sei que você me deseja. — A voz saia arrastada. — Porra, Hadley, eu também a desejo, por que não vamos...

Juntei todas as forças que ainda restava e me virei para encará-lo. Pude enxergar o desejo em seus olhos, e sua ansiedade visível em suas mãos inquietas que me tocaram há poucos instantes. Me controlei para não deixar minha visão cair, sobre o volume marcando em sua calça.

— Eu tenho namorado. E jamais iria transar com alguém como você. — Apontei.

Olhei de um lado para o outro, e tentava assimilar há quanto tempo Tanner estava demorando naquele banheiro.

— Se está procurando o seu namoradinho. — Henry enfiou as mãos nos bolsos e prosseguiu — Ele subiu as escadas.

Arrumei algumas mechas de meu cabelo, na melhor forma que encontrei para me recompor. Tomei um caminho entre as pessoas, e mesmo que o lugar estivesse tão barulhento, era quase como se eu pudesse ouvir as batidas do meu coração. Era assim toda vez que eu precisava lidar com Henry, uma tensão insuportável que sequer deveria existir.

Após alcançar finalmente a imensa escada, subi devagar os degraus, mas antes dei uma última olhada para trás. Assim que encontrasse Tanner, voltaríamos para casa. E se assim fosse, não voltaria a olhar novamente nos olhos de Henry, ou sequer iria imaginar sucumbir a qualquer proposta indecente dele.

 E se assim fosse, não voltaria a olhar novamente nos olhos de Henry, ou sequer iria imaginar sucumbir a qualquer proposta indecente dele

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Nota da autora: Esse conto terá mais duas partes ♥

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