𝟎𝟐| 𝐀 𝐑𝐞𝐯𝐚𝐧𝐜𝐡𝐞

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Quando alcancei o último lance da escada, parei para recuperar um pouco do meu fôlego, antes de me deparar com um labirinto

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Quando alcancei o último lance da escada, parei para recuperar um pouco do meu fôlego, antes de me deparar com um labirinto. Havia tantas portas, que seria quase um milagre se eu conseguisse encontrar Tanner por ali.

Deixei escapar um longo suspiro, enquanto caminhava, me esgueirando devagar pelas portas. Mesmo que demorasse, seria a melhor maneira para achá-lo.

Uma batida soou atrás de mim, o que me fez virar rapidamente. Dei alguns passos, voltando pelo caminho do corredor, e tentei entender do que se tratava aquele barulho.

Que porra! Uma festa rolando lá embaixo e outra aqui em cima.

Os gemidos eram baixos, mas ainda assim eram audíveis, talvez precisasse se esforçar um pouco para ouvir. Que me perdoassem, mas acabei parando diante a porta, que estava entreaberta.

Abri um pouco bem devagar para evitar qualquer rangido. Me esgueirei pela lateral, apenas para saber se tratava de algum conhecido. E então eu consegui ver. Uma mulher loura se atinha rebolando no rosto de um homem.

Meu coração quase saiu pela boca. As ondulações naquele cabelo dourado, e aquelas mãos com uma pequena cicatriz no dedo, eu reconheceria em qualquer lugar.

Abri a porta com um chute, e os dois se viraram. A mulher saiu rapidamente de cima de Tanner, tropeçando nos próprios saltos e ajeitou seu vestido, enquanto ele se levantava do sofá.

— Por que não continua? — Gritei, mas não tão alto. — Não estava adorando ter a porra da boca, na buceta dela.

Ela estava prestes a falar alguma coisa, quando Tanner a interrompeu, erguendo sua mão frente ao rosto dela. Foi então que a reconheci, era a mesma mulher que acompanhava Henry. E tudo só parecia piorar.

— Had, eu posso explicar. — Ele deslizou o dorso da mão limpando a boca — Eu estava indo ao banheiro quando ela...

— Não, deixa eu só adivinhar...— Entrelacei os braços, para me conter dá vontade que tinha de enganá-lo — Ela te puxou para cá, e fez você cair de boca nela. Tinha bastante cara de quem estava sendo forçado.

Antes que pudesse responder, puxei a maçaneta, batendo a porta com toda a força.

Minhas lágrimas caiam e nem conseguia contê-las. Andei depressa pelo corredor, que até um de meus saltos acabou saindo do meu pé. Eu não retornei para buscar, aquilo nem sequer era importante para mim naquele momento.

Segui tateando pelas portas, puxando uma ou outra maçaneta, até conseguir abrir uma das portas. Precisava de um tempo sozinha para me acalmar. Então adentrei no quarto.

É triste pensar que foram dois malditos anos, se dedicando a alguém, que se ajoelhava diante de mim, e jurava me amar. Todas as lembranças, as palavras e sonhos para o futuro, era uma grande mentira.

Soltei a presilha do meu cabelo, fazendo com que as mechas escuras caíssem em meus ombros, antes de me jogar na cama. Algo parecia fechar a minha garganta, e a dor em meu peito, era crescente, me fez até crer que meu coração se romperia a qualquer momento.

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