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A tensão no carro era palpável. Nari e Nami haviam cochilado, exaustas de toda a diversão que tiveram na festa de segundo aniversário do pequeno Kim Moon Tae, que por acaso era filho de Jennie e Taehyung. Haein respirou fundo e se virou para Jisoo, que estava sentada ali com os braços cruzados, parecendo bastante séria.

As discussões eram uma raridade para o casal e geralmente as resolviam depois de algumas horas de reflexão ou de uma noite separados. Eventualmente, eles conversavam e entendiam as perspectivas um do outro. Mas desta vez parecia uma questão tão trivial, já que tudo o que foi necessário para perturbá-la foi uma resposta negativa.

— Quanto tempo mais você ficará com raiva de mim desse jeito, Jisoo? — Haein perguntou, esperando uma resposta. Jisoo permaneceu com o rosto impassível, como se ele não tivesse dito nada — agindo ainda mais teimoso do que suas filhas. — Sério? O tratamento do silêncio agora? — Haein acrescentou.

— Por que é tão difícil para você concordar, Haein? — Jisoo finalmente retrucou alto. O som agitou Nami, que gemeu e se mexeu na cadeira para encontrar uma posição mais confortável.

— Não podemos ter um filho agora. As meninas já têm quatro anos, consegui meu primeiro emprego como diretor, você está planejando voltar a atuar e ainda tem todas aquelas reuniões para o próximo retorno do Blackpink. — Haein raciocinou. Jisoo bufou e se encolheu no banco. — Além disso, não vejo por que precisamos de outro filho. — Haein acrescentou. Ela olha para ele como se ele tivesse sugerido a coisa mais maluca que se possa imaginar.

— Então, ter um filho é apenas uma questão de necessidade? — Ela se sente ofendida e um pouco magoada com as palavras dele.

— Bem, sim. Já me sinto completo com você e as meninas.— Haein disse.

Jisoo ficou quieta depois disso, permanecendo em silêncio pelo resto da viagem até que Haein estacionou o carro no local designado no prédio.

— Bom, se você acha que não precisamos de outro filho, talvez você também acredite que não é necessário fazer sexo. — Jisoo concluiu.

Os olhos de Haein se arregalaram de surpresa, enquanto Jisoo ficou de mau-humor e fechou a porta da frente. Ela então abriu a porta traseira para tirar Nami do carro. Ele ficou ali incrédulo por um momento, antes de sair também e pegar Nari, correndo em direção ao elevador onde Jisoo já estava entrando com a filha deles nos braços.

— Amor, sejamos razoáveis... Por que você quer ter outro filho? — Haein perguntou.

Jisoo respirou fundo, considerando se deveria revelar o verdadeiro motivo da discussão, mas acabou optando por permanecer em silêncio. Naquela noite, os dois dormiram de costas um para o outro. Não foi porque Haein não queria conversar, mas sim porque não houve uma comunicação clara, o que tornou difícil para eles verem a perspectiva um do outro e chegarem a um entendimento.

[...]

Na manhã seguinte, Haein acordou cedo, preparou as meninas e as levou para a casa dos avós antes de sair para o trabalho. Jisoo, que havia dormido até tarde, sentiu uma onda de alívio tomar conta dela quando percebeu estar sozinha em casa. Ela foi até o armário, abriu a gaveta de roupas íntimas e pegou um teste de gravidez escondido. Respirando fundo, ela reuniu coragem para usá-lo.

Desta vez, Jisoo não havia experimentado nenhum sinal revelador como em suas gestações anteriores. Ela só começou a ficar desconfiada quando a menstruação atrasou. Curiosamente, ela não se sentia confortável em discutir suas dúvidas com Haein.

Uma coisa a saber sobre o marido é que ele sempre teve tudo planejado e um bebê não fazia parte de seus planos. No entanto, nenhuma de suas gestações foi planejada. Notícias inesperadas sempre pareciam pegá-los desprevenidos, forçando-os a reorganizar suas vidas de acordo. Ela estaria mentindo se afirmasse querer esse bebê, porque não queria. Já se passaram anos desde a última vez que ela atuou e, nos últimos quatro anos, ela escolheu mergulhar totalmente na maternidade.

Surprise [Haesoo]Onde histórias criam vida. Descubra agora