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Jisoo foi a primeira a acordar, escapando do abraço caloroso de seus cobertores antes mesmo de Haein se mexer. Com o gosto de pasta de dente ainda fresco na boca, ela foi na ponta dos pés até o quarto das filhas, com um sorriso aparecendo em seus lábios pela visão que a saudou. Ela sempre gostou de ver como suas gêmeas, esculpidas no mesmo molde, podiam exalar personalidades tão distintas mesmo durante o sono.

Lá estava Nari, sempre com o sono tranquilo, enrolada de lado com o cobertor puxado até a metade de seu corpo, os joelhos dobrados e uma mão sonhadoramente aninhada sob sua bochecha. A outra mão fez um pequeno punho próximo. Em contraste, estava Nami de costas descuidadamente, uma perna enrolada no cobertor enquanto a outra pendia livremente para fora da cama.

Observá-los dormir provocou um sorriso tão grande no rosto de Jisoo que quase poderia tocar a alegria em seu coração. Esses dois pequenos humanos eram o seu mundo inteiro. Claro, tornar-se mãe ao início dos trinta não foi exatamente algo que ela planejou, mas a vida trouxe essa surpresa gêmea que floresceu em uma felicidade tão vasta que não poderia ser expressa em palavras. Cada risada, cada dança boba e marcas pela casa contavam uma história da qual ela estava grata por fazer parte — uma jornada que lhe ensinou algo novo a cada passo.

Com beijos tão ternos quanto sussurros, Jisoo despertou Nari primeiro e depois Nami. Seus olhos se abriram para as carícias suaves da mãe e elas cumprimentariam com sorrisos calorosos como o sol. Jisoo as conduziu até a cozinha, onde eles conversaram sobre os sonhos da noite passada enquanto comiam ovos com torradas que só a mamãe poderia fazer 'da maneira certa' — embora a própria Jisoo lutasse contra ondas de náusea provocadas pela própria comida que ela servia com amor.

Durante todas as gestações, os primeiros meses sempre foram um pouco difíceis com todos aqueles enjoos matinais, e parece que desta vez não é diferente. Nami percebeu que algo estava errado só de olhar para a expressão desconfortável de sua mãe e a maneira como ela parecia lutar para respirar.

— Mamãe? — Proferiu com preocupação estampada em seu rosto. — Você está doente? — Jisoo respirou fundo.

— Não, querida, estou bem. — Ela tranquilizou a filha, conseguindo sorrir enquanto engolia em seco para manter a compostura e acariciava suavemente o cabelo da menina. — É só que... eu não gosto do cheiro de ovos com torradas.

— Por quê? — Nari franziu o rosto em confusão. — O que há de errado, mamãe? É gostoso, não é? Por que você não gosta do cheiro? — Curiosa e perplexa, Nari observou enquanto Jisoo se aproximava delas, sentando-se perto da mesa onde tomavam leite. Jisoo deu-lhes um meio sorriso brincalhão.

— Cheguem mais perto, tenho um segredo para compartilhar com vocês, mas vocês devem prometer não contar ao papai. Vocês podem fazer isso por mim? Manter isso apenas entre nós, meninas? — As meninas assentiram ansiosamente; elas estavam cheias de expectativa. Com um olhar silencioso em direção à porta para garantir que seu marido não estava por perto, Jisoo circulou ao redor da mesa e se colocou entre as filhas. Ela se aproximou como se revelasse uma informação ultrassecreta.

— Sabe, quando vocês estavam crescendo em minha barriga, como contei sobre me sentir enjoada e tonta? Bem, isso está acontecendo de novo porque... Há um novo bebê dentro da minha barriga agora. — A revelação arrancou suspiros e sorrisos arregalados das meninas enquanto elas voltavam seu olhar surpreso para a mãe, que colocou as mãos amorosamente na barriga.

— Mãe, é sério? — Os olhos de Nami estavam arregalados de curiosidade e admiração.

— Mas sua barriga não está grande! — Nari fez beicinho, sua pequena sobrancelha franzida em confusão.

— Dê um tempo, querida. Crescerá logo. — Jisoo a tranquilizou com um sorriso caloroso.

— Por que o papai não pode saber sobre o bebê? — O olhar curioso de Nari persistiu. Jisoo se aproxima, baixando a voz para um sussurro conspiratório.

Surprise [Haesoo]Onde histórias criam vida. Descubra agora