O pequeno soar do piano ressoava pela sala vazia.
Caixas espalhadas pelo lugar denunciavam uma mudança pela metade.
Raios de sol passeavam pelas janelas abertas, as cortinas se mexiam calmamente com o vento anunciando o fim de mais uma manhã de outono.
Calmo e aconchegante, uma nova vida tentava se iniciar sem muita pressa.
- Momo? Querida, está perdida de novo com o piano.
- Deixe ela meu amor, sabe como ela é desde que compramos ele.
9 anos e 10 anos.
Sua pequena infância foi recheada com toques naquela sala aconchegante durante todo o seu tempo livre.
Ela brincava com colegas de sala e fez alguns amigos na rua nova, mas seu passatempo preferido era estar ali com o piano.
Sua mãe se preocupava um pouco, mas ela não tinha muitos argumentos já que suas notas continuavam boas e você interagia minimamente com os outros.
Calma, gentil e aconchegante como as partituras de uma sinfonia para bebês, mas as vezes agitada, bruta e intimidante como o soar de teclas aleatórias.
Essa era Hirai Momo.
13 anos e 14 anos.
Uma coisa que Momo nunca soube fazer bem eram esportes, ela sabia correr e pular como toda criança de sua idade, mas se colocassem ela em qualquer time pode ter certeza de que ele sairia perdendo.
Ela preferia a calma dos livros e gostava de correr um pouco no gramado da escola, vôlei era bastante assustador e basquete tinha pessoas assustadoras, então ela preferia apenas assistir na arquibancada depois de insistir e explicar muito sobre as futuras fraturas que teria se pisasse naquela quadra.
A bola passava com facilidade entre os jogares. Cesta. Drible rápido, um olhar raivoso junto com um sorriso irônico. Cesta. Um desvio mal calculado junto com um empurrão e a garota estava no chão. Pausa.
O professor separou a briga que se formava e pediu para que Momo levasse a garota para a enfermaria.
O olhar raivoso seguia junto de seus resmungos por todo o corredor.
- Você joga bem.
Um comentário e agora os olhos estavam fixos com muita curiosidade em si.
- Alexa não sabe perder, ela sempre faz isso com quem é melhor que ela.
- Você parece conhecer ela bem.
- É, ela me enche bastante nas aulas de música. Uma vez ela rasgou meu livro de partituras e na outra colocou cola no meu teclado.
A risada enojada fez Momo voltar sua atenção para a garota.
- Vou bater nela com aquela bola de basquete.
- Você é muito vingativa.
- Só quem eu quero.
Um subir de escadas silencioso, uma virada para a esquerda e elas já estavam próximas novamente.
- Nunca vi você participando das partidas.
- Eu nunca participo, dizem que quando eu jogo trago azar pro time e eu já não gosto muito.
- Não acredito nesses tipos de azar.
- Eu também não, mas convém bastante.
Uma risada anasalada e Momo ainda podia sentir o olhar da outra sobre si.
Mais algumas salas e a porta da enfermaria estava a sua frente.
- Seu pé está torcido, não está sentindo dor?
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Basquete e sinfonias para bebês • SAMO
Romance"Já sentiu como se você fosse uma grande idiota por gostar de alguém e que esse sentimento pode estragar tudo?" Sana pensava muito sobre isso desde que percebeu que estava se apaixonando por sua amiga Momo.