Dylan poderia dizer que sua família era bastante comum. Bem, não do tipo comum que muitas pessoas pensavam, mas ele não se importava. Ele estava muito grato pela oportunidade que a vida lhe deu de ser feliz novamente, e ele dizia aos seus pais com bastante frequência porque, graças a eles, ele tinha saído daquele lugar horrível que continuava a causar pesadelos e calafrios só de lembrar.Ainda se lembrava dele vividamente, tanto que acreditava que nunca poderia esquecer tudo o que aconteceu lá. Os gritos, sons de coisas quebrando, empurrões e golpes vinham à sua cabeça em cada pesadelo que ele tinha.
Ter vivido naquele orfanato por cinco anos tinha sido uma das piores coisas que Dylan poderia viver. Os dias sem comida, as roupas sujas, os novos golpes que se fazia todas as semanas e o quão frequentemente ficava doente. Ele tremia da cabeça aos pés.
De acordo com o que lhe tinham dito, tinha sido levado para aquele orfanato quando tinha pouco mais de um ano de idade. Não havia registros de quem eram seus pais biológicos, nem mesmo da pessoa que o havia abandonado diante daquele local de tortura que se tornou para ele. Ele estava sozinho no mundo. Nunca soube o seu verdadeiro aniversário, nem o seu verdadeiro nome. Tinha chegado sem nada, nem mesmo identidade.
Ele não se lembrava muito dos primeiros dois anos lá, mas não achava que sua imaginação estivesse muito errada.
Dylan teve tanta sorte que apenas coisas estranhas aconteceram ao seu redor. O menino, por muito tempo, acreditou firmemente que havia algo com ele, que ele era estranho e que ninguém jamais iria querer ele. Enquanto chorava à noite nos cobertores que tinha como cama, repetia isso para si mesmo, pois era a única coisa que sabia, a única coisa que lhe repetia o dia todo. Que foi um fenômeno.A criança observava todos os dias pessoas diferentes que visitavam o orfanato, na esperança de procurar uma pequena pessoa para cuidar e vê-la crescer. Observava como as crianças saíam com os seus novos pais, felizes por sair daquele lugar. Como as crianças lhe dirigiam olhares mesquinhos e de zombaria, quando ele os observava partir com a sua nova família. Dylan aprendeu que as crianças podem ser muito cruéis. E mais se você não tivesse um nome.
Todos acreditavam que ele não percebia nada, mas ele o fazia. Ele percebeu como os gerentes sussurravam e apontavam para eles quando as famílias faziam um passeio pelo local. Percebeu como ele era o que recebia as sobras de tudo. Percebeu que ele era um obstáculo, uma vez que essa era a única coisa que conhecia.
E também sempre se lembraria, do dia em que sua vida mudou para sempre, quando se iluminou tão brilhantemente, que acreditava que aquilo era um sonho, como muitos dos que tinha tido.
Aquele dia em que dois homens se aproximaram dele, deixando-o surpreendido. Ele os tinha visto desde que tinham chegado, e como sempre, só podia encolher e fingir que não ouvia o que as responsáveis diziam sobre ele. Viu-os se aproximar, apesar dos protestos da gerente, que parecia maravilhada ao ver os dois homens. Dylan abraçava o seu cão de pelúcia — Jack — enquanto os via aproximar-se. O menino inflou as bochechas, preparado para algum golpe que certamente receberia - pois isso era muito comum - e fechou os olhos, apertando os lábios e Jack contra o peito.
Ele sentiu as figuras altas pararem na frente dele, mas continuou sem se atrever a levantar o olhar.
—Olá —disse o homem à sua frente. Dylan abriu um olho, observando cuidadosamente a pessoa à sua frente, que tinha se sentado — qual é o seu nome?
Dylan franziu a testa. Ele sabia o que era um nome, mas ele não tinha.
O pequeno encolheu os ombros, assustado caso a sua resposta não fosse bem recebida e fosse golpeado.
—Você não sabe qual é o seu nome? —o outro homem perguntou surpreso, também sentando. O outro bateu nele para fazê-lo calar a boca, ao que o outro retribuiu, mas ficou claro para o menino que não era uma briga de verdade, pois não eram como as que ele recebeu. Ele balançou sua cabeça.
—Bem... meu nome é Alexander —o primeiro se apresentou — o nome dele é Edward.
Dylan olhava para eles de um para o outro. Ninguém tinha sido gentil com ele. Nunca. E lá estavam duas pessoas que não tinham o golpeado até aquele momento, então ele se encorajou a falar.
—O-olá.
Ele trava um pouco ao dizê-lo, uma vez que também não falava muito. Abrir a boca era um risco para ele.
Os homens à sua frente sorriram.
—Qual é o nome do seu amigo? —perguntou Edward, apontando para o cãozinho de pelúcia.
—Jack.
— Nome bonito. E lindo cachorrinho —disse Alexander, sorrindo para ele.
O pequeno devolveu-lhes o sorriso.
...
—Chegamos —anunciou Alexander, estacionando o carro em frente a uma bela casa. Dylan - feliz por ter um nome tão bonito - olhou para a casa surpreso. Ele nunca tinha visto uma casa tão bonita, ou melhor, nunca tinha visto uma casa fora do bloco do orfanato. Também nunca tinha viajado de carro, o que foi uma experiência emocionante ver os carros passando pela janela e as lindas paisagens que eles deixaram para trás. Ele tinha visto diferentes tipos de árvores, cães e pessoas. Eles compraram sorvete para ele, de acordo com o que Alexander e Edward lhe contaram, que foi a coisa mais saborosa que o menino já provou.
Alexander desceu do carro e abriu a porta do assento de Dylan. O menino desabotoou o cinto - depois de ter sido dito como - e saltou para o chão. Ele olhou para o quão bonito era tudo. Um ótimo lugar cheio de grama e árvores. As casas estavam um pouco separadas, mas pareciam muito bonitas, cada uma diferente. Ele não sabia quanto tempo ficou olhando para a casa até que Edward falou.
—Você quer entrar? —perguntou ele. O menino acenou várias vezes e pegou a mão de ambos os homens. Ele já tinha mais confiança neles, por todas as visitas que lhe faziam e por tê-lo tirado daquele lugar. Avançaram até parar em frente à porta do marrom.
—Bem-vindo a casa, Dylan.
Alexandre abriu a porta. A primeira coisa que você viu foi um belo corredor com tons quentes. Entraram e mais à frente havia umas escadas que Dylan olhou de boca aberta.
Eles pareciam muito altos. À direita havia uma sala grande com muitas janelas e uma televisão, e mais à frente ficava a cozinha, e uma porta transparente através da qual se avistava o pátio.Dylan olhava espantado para tudo o que via. Era um novo mundo para ele, e o pequeno ainda pensava que era um sonho.
—Quer ir ao seu quarto? —perguntou Edward, colocando suavemente uma mão no seu ombro. Dylan franziu a testa em confusão.
—Meu.. quarto?
—Sim,vamos.
Os três subiram as escadas. O menino observava tudo ao seu redor enquanto caminhavam, até chegarem a uma porta branca.
—Você quer abri-la?
O menino avançou um passo, segurando a maçaneta, girou-a.
E ambos os homens acreditavam que todo o processo que tinham realizado, tinha valido completamente a pena ao ver aquele sorriso.
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𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐌𝐄 - harry potter
RomanceDois melhores amigos, um mundo mágico e sentimentos confusos. Ah, sim, e uma guerra. -Harry potter x male!oc -Universo Harry Potter -cálice de fogo - relíquias da morte •História original: -luxtomlinson •tradução: jasperhalegatenho