A beautiful lie - Tom Kaulitz

Vc está aqui para me matar!?

Eu sabia que vê-la pela primeira vez seria difícil, sabia que seria necessário todo o controle para me impedir de correr até ela, para mostrar a ela que ainda estava aqui e que estava vindo atrás dela, mas eu ainda não tenho ideia do quanto isso iria me destruir por dentro. Ela era linda, tão linda quanto eu me lembrava dela, mas vê-la naquele vestido vermelho justo tornou muito mais difícil para mim me manter sob controle. No momento em que coloquei os olhos em sua pele macia e pálida, seus longos cabelos ruivos e aquele vestido justo, foi como se algo que estava morto dentro de mim tivesse acabado de voltar à vida, o desejo.

Ela estava tão alheia à minha presença ali que pude ver enquanto seus olhos examinavam a multidão, mas ela não tinha ideia de que eu estava aqui, que estava tão perto. Ela parecia tensa, do jeito que costumava ficar quando eu a levava para a estrada comigo, seu corpo estava tenso e pronto para qualquer coisa. Eu nunca esqueci como ela era, seu rosto estava impresso em meu cérebro, mas vê-la em carne e osso novamente fez com que todas aquelas pequenas coisas voltassem para mim. Lembro-me da sarda logo abaixo do olho esquerdo e da marca de nascença na parte inferior da barriga. Lembro-me de como ela se sentia embaixo de mim, da maneira como seu corpo se movia.

Afastei os pensamentos eróticos que haviam entrado em minha mente e voltei meu olhar para ela. Observei quando um homem no bar começou a olhá-la, seus olhos queimando em sua bunda. Minha reação automática foi ir e dar um soco na cara dele, arrancar os olhos de sua cabeça por olhar para ela daquele jeito, mas eu sabia que tinha que manter a calma, o lugar estava cheio do que pareciam ser os homens de Roman. O homem levantou-se e caminhou até ela, com uma leve instabilidade no passo. Eu observei enquanto ela o ignorava, seus penetrantes olhos azuis nem sequer lhe davam a satisfação de olhar para ele, isso me fez estremecer de desejo.

-Então qual é o plano?- Georg perguntou ao meu lado, tirando-me do transe.

Eu me mexi no meu assento, tentando me impedir de ficar muito nervoso só de vê-la, limpei a garganta e fiz sinal para ele me seguir de volta para fora do clube, dei uma última olhada para ela, meu coração doendo. como eu tive que deixá-la para trás, tive que deixá-la no poço dos malditos predadores sem mim, mas eu sabia que só tinha uma pequena janela para entrar no clube e resolver isso, não poderia abusar da sorte e arriscar pego, colocaria tudo em risco.

Seguimos pelo beco escuro, alguns civis bêbados vomitando e tropeçando no caminho de pedra. Aproximamo-nos de um carro preto escuro e entramos. Olhei para Bill enquanto ele estava sentado no banco do motorista, com uma expressão de raiva no rosto enquanto esperava que fechássemos as portas.

Suspirei

-Não seja assim, Bill.

Ele bufou e saiu andando

-Isso foi estúpido! E se alguém te reconhecesse?- Ele gritou comigo agora:

-Você teria sido morto!

-Mas eu não estava, além do mais ninguém me reconheceria agora com essa barba.-Eu brinquei, mas fui duramente atingido pela realidade quando percebi que não teria ideia de quando a veria novamente, se a veria novamente, quem sabe o que poderia acontecer entre agora e quando finalmente tivermos a chance de entrar e Levar ela. Agora tudo que eu podia fazer era rezar para que ela fosse inteligente o suficiente para se manter viva, e eu tinha muita fé nela.

***

Esta noite, pela primeira vez Roman me fez trabalhar no clube como prostituta. Isso me deixou mal do estômago só de pensar no que estava por vir, a ideia de um homem estranho me tocando fez minha pele arrepiar e eu já me imaginei depois, esfregando minha pele até sangrar só para tentar sentir o cheiro dele fora de mim. Contive as lágrimas que gritavam para sair, Roman ficaria bravo comigo se eu chorasse, se eu estragasse a maquiagem do meu rosto e eu não queria deixá-lo bravo, não queria que ele me punisse de novo. Tenho me saído tão bem, recrutando mulheres no clube e nas ruas com Angel, eu o agradei e por um segundo pensei que talvez pudesse tinha reservado para mim esta noite.