Capítulo 44

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NARRADO POR LÍVIA

Atende Sofia, atende... ㅡ Murmurei para mim mesma com esperanças de que ela atendesse. Minha preocupação é que Sofia é muito impulsiva, tenho medo dela fazer alguma besteira e depois se arrepender.

ㅡ Sofia, me escuta por favor. ㅡ Sofia entrou com Axel atrás dela, ambos estavam com o rosto completamente vermelho e os olhos inchados. Nunca na minha vida pensei ver Axel chorando, muito menos Sofia.

ㅡ Sofi, o que aconteceu?

ㅡ Depois eu te explico, arruma as suas coisas, vamos embora no próximo voo. Axel, quando eu descer não te quero mais aqui. ㅡ Ela subiu as escadas e olhei diretamente para Axel com vontade de matar ele.

ㅡ O que você fez? ㅡ Cruzei os braços e ele apenas balançou a cabeça.

ㅡ Eu fui um idiota, basta você saber disso. ㅡ Ele secou as lágrimas com as mãos e começou a arrumar a sua mala.

Me dei por vencida e subi para arrumar a minha também. Eu não sou uma pessoa que fica nervosa com facilidade, pelo contrário, é preciso muito para isso. Só que aquela situação deles dois estava me dando nos nervos.

Sofia estava sentada na cama olhando em um ponto fixo da parede, me sentei ao seu lado e a abracei e a mesma começou a chorar. Faziam anos que eu não via a Sofia chorar, desde a vez que defendi ela das meninas que faziam bullying com ela, desde esse dia Sofia nunca mais havia derramado uma lágrima. Mas hoje, ela estava chorando tanto que chegou a soluçar.

Depois de um tempo, Sofi parou e começou a falar tudo o que aconteceu e tudo o que Rafael falou para ela, fiquei sabendo que foi ele que deu um jeito para eu entrar no orfanato, mas não consigo odiá-lo, afinal, temos que sempre ver o lado bom de algumas situações....

Mesmo que ainda doa muito não ter meus pais ou contato com qualquer pessoa da minha família, pelo menos tenho a Sofia para chamar de família.

Depois de conversarmos, terminamos de arrumar a mala e fomos direto para o aeroporto. Axel foi atrás mas ia no mesmo voo que nós, Sofia não quis nem olhar para ele.

Depois que pegamos o avião, tentei fazer Sofia comer alguma coisa já que ela não tomou café da manhã, nem almoçou e já era noite e ela não havia comido nada, e a única coisa que consegui fazê-la tomar foi um suco de laranja que é o único que ela gosta.

[...]

ㅡ Não está cansada? com sono? Não dormiu o voo inteiro. ㅡ Segurei na mão dela e ela apenas balançou a cabeça.

Estávamos esperando a nossa mala quando começou um alvoroço no aeroporto, as pessoas corriam de um lado para o outro falando que era assalto, olhei para a Sofia que estava tranquila esperando a mala mesmo com todas aquelas pessoas correndo de um lado para o outro, parece até que ela tá sobre efeito de remédio.

ㅡ Sofia Cooper. ㅡ Me virei para trás e Sofia também, onde havia um homem vestido de preto igual aos outros que sempre apareciam. ㅡ A sua hora chegou. ㅡ Meus olhos se arregalaram quando ele disparou três vezes de uma vez na direção da Sofia. Parecia que tudo estava em câmera lenta, segurei em seus braços e ela me olhou rapidamente, mas logo fechou os olhos e desmaiou nos meus braços.

ㅡ UMA AMBULÂNCIA, CHAMEM UMA AMBULÂNCIA POR FAVOR. ㅡ Olhei para Sofia que estava com os olhos fechados e sangrando muito, eu não podia acreditar, estava perdendo minha melhor amiga, Sofia estava morrendo nos meus braços e eu não pude fazer nada para salvá-la. Sua pele já estava fria e o sangue não parava de jeito nenhum. Verifiquei sua pulsação e estava fraca, muito fraca, ela estava morrendo, morrendo em meus braços.

ㅡ SOFIA. ㅡ Axel chegou até nós e se aproximou dela parecendo conter sua vontade de desabar ali mesmo, seus olhos se alarmaram em preocupação, ele a amava muito e não entendo o que o fez mentir para ela. Baker começou a ligar para a ambulância e não demorou muito alguns enfermeiros entraram na parte que estávamos do aeroporto com uma maca. Com cuidado, começaram a enchê-la de aparelhos e a primeira coisa que fizeram foi estancar o sangue ali mesmo, mas não estava dando certo. Meu momento de agonia foi ao ápice quando um enfermeiro balançou a cabeça para uma das enfermeiras que estavam ali e ela rapidamente falou algo em algum tipo de bipe.

ㅡ O que aconteceu? ela morreu? porque vocês estão assim? ㅡ Minha voz já saiu embargada, meu rosto já estava molhado por chorar tanto e me sentia fraca por chorar e não ser mais forte, pela Sofia.

ㅡ Só podemos dizer que vamos fazer de tudo para salvá-la, mas que não há muitas esperanças. ㅡ Axel me abraçou de lado e eu assenti, não demorou muito para que entrassemos na ambulância junto com ela. Axel me recomendou que eu tentasse manter a calma se não não iam me deixar ir na ambulância junto com a Sofi, e com todo o esforço do mundo contive as minhas lágrimas e respirei fundo várias vezes até me manter mais calma.

Nós já estávamos sentados na ambulância, olhei para Axel e ele estava segurando a mão direita da Sofia, ele parecia quebrado, arrasado, parecia que só o corpo dele estava ali.

ㅡ Eu já liguei para a mãe dela e a avó, elas estão indo para o hospital. a Melanie ficou arrasada por saber que pode perder a filha. ㅡ Axel disse de repente me tirando dos meus pensamentos, ele abaixou sua cabeça e vi quando uma lágrima escorreu pelo seu rosto. ㅡ E pensar que é tudo minha culpa, se eu tivesse lá poderia ter evitado e... ㅡ O interrompi.

ㅡ Não poderia ter evitado nada, a Sofia é forte e vai sair dessa. ㅡ Dei dois tapinhas em sua costa nem acreditando no que eu mesma estava falando.

ㅡ ELA ESTÁ TENDO UMA PARADA CARDÍACA. ㅡ Foi o que a enfermeira falou e me fez desabar de novo.

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