Sofia Cooper, uma advogada renomada no Brasil com tão pouco tempo de carreira e ainda tendo apenas 25 anos. Fria, calculista, cheia de traumas por não conhecer nada do seu passado e ter crescido em um orfanato que a fez sofrer muito, mas agora reso...
Foi a primeira coisa que vi assim que abri os olhos.
Minha vista estava embaçada, pisquei várias vezes e olhei ao meu redor, onde Axel estava sentado em uma poltrona com um livro nas mãos, dessa vez o livro era branco no fundo com uns tons de azul no meio e um buquê de rosas no centro, só não consegui ler o título dele.
Dirigi o meu olhar para o canto esquerdo do quarto onde tinha um sofá cama, Lívia estava dormindo nele.
Quanto tempo passei aqui?
ㅡ Sofia? ㅡ Axel se levantou rapidamente da poltrona e saiu para o corredor, alguns minutos depois ele voltou com um médico.
ㅡ Seus batimentos estão normais e nós conseguimos repor todo o sangue que ela perdeu. ㅡ O médico abriu os meus olhos e quase me cegou com uma luz que ele colocou neles para enxergar sabe lá o quê.
ㅡ Como eu perdi sangue? ㅡ Não fazia ideia nem de como vim parar aqui.
ㅡ Não se lembra? ㅡ Axel parecia confuso, mas sem nenhum tipo de deboche em sua expressão. Estranho.
ㅡ É normal que a paciente não se lembre de algumas coisas, ela perdeu muito sangue e passou três dias desacordada.
ㅡ Espera? três dias desacordada? como assim? ㅡ Tentei me levantar mas o médico me impediu.
ㅡ Seu namorado vai te explicar, preciso ir mas daqui a uma hora eu volto para te examinar. ㅡ Meu namorado? da onde ele tirou que ele é meu namorado? O médico saiu deixando eu e Axel sozinhos na sala, bom, com Lívia dormindo profundamente.
ㅡ Começa a contar. ㅡ Cruzei os braços esperando que ele começasse. Axel puxou a poltrona para perto de mim e se sentou.
ㅡ Nós saímos para jantar sábado com a Madelyn, suponho que disso você lembra. ㅡ Balancei a cabeça confirmando. ㅡ Você viu alguém estranho na porta do restaurante e então começou a ficar nervosa, pediu pra ir embora e nós saímos depressa do restaurante. Mas, o carro estava estacionado muito longe, então nós tivemos que correr até lá.
ㅡ Acho que lembro disso, lembro de quando comecei a ter crise de pânico porque tinha muito sangue saindo da minha perna e eu estava me sentindo muito fraca. De lá não lembro de mais nada.
ㅡ Você perdeu muito sangue, Sofia. Lívia saiu correndo para me procurar porque eu fui atrás do cara que atirou em você e...
ㅡ Espera aí. ㅡ Me ajeitei na cama. ㅡ Você foi atrás do cara que atirou em mim? ficou maluco? ele poderia ter te matado, você não devia ter feito isso, Axel.
ㅡ Mas eu fui, e descobri que ele quer vingança porque você ajudou com que colocassem ele na cadeia.
ㅡ Não importa, Axel. Ele poderia ter te matado.
ㅡ Ele poderia ter TE matado, Sofia. ㅡ Ele se levantou com raiva e passou as mãos no rosto, parecia frustrado, incomodado.
ㅡ E o que isso importa? Você não tinha que arriscar a sua vida. ㅡ Cruzei os braços parecendo uma criança de birra.
ㅡ Eu não ia deixar ele te machucar.
ㅡ E porque?
ㅡ ... Não importa. ㅡ Ele se sentou de novo parecendo mais calmo. ㅡ Vamos mudar de assunto, você não pode se irritar.
Achei melhor mesmo mudar de assunto, ele nunca ia dar o braço a torcer e até então ele estava tendo bastante paciência comigo.
ㅡ Como repuseram o meu sangue? ㅡ Baixei o meu tom de voz, saiu quase como um sussurro.
ㅡ Doação.
ㅡ De quem? tenho que agradecer a essa pessoa. ㅡ Axel ficou em completo silêncio, tanto que já estava me incomodando. ㅡ Axel? você não vai me dizer quem doou sangue?
ㅡ Eu não conheço, mas ainda bem que conseguimos rápido, caso contrário você poderia até ter morrido por causa da hemorragia.
ㅡ Ah... ㅡ Olhei para o livro em suas mãos, dessa vez dava para ver melhor a capa. E o título do livro era: De Lukov, com amor. Nunca nem ouvi falar nesse. ㅡ Já terminou o livro que estava lendo e já está em outro? isso que eu chamo de gostar de ler.
ㅡ Ah, é... Terminei aquele na noite que ficamos aqui com você.
ㅡ E você já está terminando esse? ㅡ Você? é estranho chamar o Axel de você.
ㅡ Faltam 30 páginas para terminar.
ㅡ E qual a sua frase favorita dele? ㅡ Axel fez uma careta me olhando, talvez por não entender o porquê de eu estar me interessando por esze tipo de livro, bom, nem eu entendo.
ㅡ Não tem frase favorita.
ㅡ Como não tem? o livro tá todo marcado. ㅡ Ele esboçou um meio sorriso mas logo voltou a ficar sério. ㅡ Vai Axel, me fala. Vai negar fazer a vontade de uma pobre doente? ㅡ Me joguei na cama e Axel começou a rir, riu tanto que se inclinou para trás na poltrona. ㅡ Já que fiz você rir, já pode me dizer a frase.
ㅡ Tá bom. ㅡ Ele ainda ria enquanto abria o livro. Meu Deus, como o sorriso dele pode ser tão lindo? ㅡ É essa aqui. ㅡ Axel respirou fundo enquanto parecia que estava prestes a fazer a coisa mais difícil do mundo.
ㅡ Vamos logo, eu acho que nasci de 7 meses. ㅡ Toquei em seu ombro balançando devagar.
ㅡ Eu te amo tanto, Jasmine, que, se torcesse meu tornozelo durante um campeonato, eu me levantaria e terminaria a coreografia para você conseguir o que sempre quis.
ㅡ Aaah, que brega. ㅡ Sorri mas involuntariamente, porque aquele trecho realmente é muito lindo. ㅡ Lê outro.
ㅡ Você disse que era só um.
ㅡ Só mais um, por favor. ㅡ Sorri piscando os olhos, coisa que NUNCA faço. Axel revirou os olhos e abriu o livro novamente.
ㅡ Porque eu não me importo que você tenha dez outras pessoas como suas favoritas. Você sempre será a minha pessoa favorita. Sempre. Não importa como. ㅡ Senti meu corpo inteiro arrepiar com aquele trecho, Axel olhou no fundo dos meus olhos parecendo que podia ler meus pensamentos. ㅡ Se eu tivesse que escolher alguém para me ajudar a enterrar um corpo, jantar ou assistir televisão, seria você, sempre, para tudo.
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