Quarta-feira – Três Dias Depois
Thalita
Já fazem três dias que dona Joana me pediu pra procurar o Ph. Juntamos nossos hackers para tentar rastrear e achar o cativeiro onde o Ph tá sendo mantido. Não tivemos muitas novidades desde então.
Fiquei muito pensativa nesses dias, sobre o que fazer depois que salvarmos a vida do Ph.
Costumo imaginar que cada um seguirá a própria vida e até que iremos deixar as brigas de lado, pois sinto que nossa relação ficou abalada com a descoberta de que tudo foi um plano.
Conversei bastante com a Nanda e a Pietra nesses últimos dias, falamos sobre diversas coisas, incluindo o fato de que estou ajudando nas buscas pelo Ph.
No começo elas ficaram meio preocupadas que eu iria arriscar minha vida por um babaca, mas depois entenderam que eu aceitei ajudar pela mãe e irmã dele.
Hoje, quarta feira, temos que achar os rastros dele e de seus sequestradores. Já tem quatro dias que ele está desaparecido, e se não acharmos nenhum rastro dele, poderá ser tarde demais. E pensar isso me dói mais do que deveria!
{...}
Estou na minha salinha, tentando me distrair com os pagamentos da última semana, quando um dos hackers abre minha porta com tudo.
— Chefia, encontramos algo, mas...
— O que encontraram? — pergunto, já me levantando da minha cadeira e indo praticamente correndo até a porta.
— Bem, as notícias não são boas. — ele diz e vamos andando a passos apressados até a salinha deles.
Assim que chegamos lá, encontro meu pai se aproximando com o outro hacker. Nós entramos na salinha e um deles me mostra uma imagem de um mapa no computador.
— Essa é a localização que o Ph está. — ele diz apontando o dedo em cima da imagem.
— Ótimo, encontramos ele. Mas qual seria o problema?
— São dois problemas. Primeiro, que mesmo demorando três dias para encontrarmos, parece que estavam facilitando nossa busca. Como se quisessem que a gente encontrasse a localização do Ph. — o hacker do Ph diz.
— Então, isso seria como uma emboscada? Estão fazendo o Ph de isca, para que outra pessoa seja pega? — pergunto, assimilando essas revelações feitas pelos hackers.
— Sim, mas o pior nem é isso. — nosso hacker diz, e começa a digitar algumas coisas bem rápido no computador. — Esse é o cativeiro em que o Ph está.
Então, ele abre as imagens dos meus piores pesadelos. O cativeiro onde eu fiquei, onde eu fui torturada pelos capangas do Benjamin e onde eu quase fui estuprada por ele.
Começo a tremer de desespero, sentindo meus olhos enchendo de lágrimas e minha vista ficar embaçada por conta delas.
Meu pai me abraça, tentando me manter de pé antes que eu tenha alguma crise.
— Chamem o Lc, agora!!! — ele diz a um vapor que estava na porta, com sua voz transbordando desespero — Thalita, respira devagar. Lembra, 747, inspira por sete segundos, segura por quatro segundos e solta em sete segundos. Vem, deixa que eu termino a conversa por aqui, tá?
O Lc aparece correndo pela sala, me puxando dos braços do meu pai e me tirando da salinha dos hackers.
— Ei, vamos sair daqui, tá? O que você quer fazer? — ele diz em um sussurro, tentando me manter calma em meio a crise de pânico.
— Banho... Gelado...— digo com dificuldade pela falta de ar.
— Certo, vamos pra sua casa então.
Assim que saímos da boca principal, meu carro para na nossa frente, onde um dos vapores abre a porta para eu e Lc entrarmos na parte de trás.
O vapor dirige meu carro até minha casa, onde eu e Lc entramos e ele me conduz até o banheiro.
— Quer ajuda pra tirar as roupas?
— Não... Vai de... De roupa mesmo.
— Certo.
Ele liga o chuveiro na água gelada, e com cuidado, me coloca lá. Me sento no chão do banheiro, sentindo a água gelada bater contra minhas roupas.
Minhas lágrimas escorrem pelo meu rosto, e eu choro de soluçar ao pensar no local em que o Ph está sendo mantido.
E se a culpa dele estar lá é minha? Quem é que tá mantendo ele em cativeiro? Isso tudo é parte de uma vingança? Será que tem algo a ver com meu passado?
Todas essas dúvidas me deixam mais assustada e preocupada. Ele deve tá sofrendo muito e tudo isso pode ser culpa minha. De novo eu estou causando dor às pessoas ao meu redor. Eu que deveria estar lá, não ele e nem ninguém que eu amo.
Com os olhos fechados e chorando muito, passo minutos nesse sofrimento, até que o chuveiro é desligado por alguém.
— Vem, Thata. Você precisa tirar essas roupas molhadas antes que fique doente. — ouço a voz da Pietra falando comigo.
Lc me levanta com cuidado, enquanto a Pietra e a Nanda me enrolam em uma toalha. Eles me levam com calma até meu quarto, enquanto digo bem baixinho repetidamente:
— A culpa é minha. A culpa dele tá lá é minha.
Nanda e Pietra entram comigo em meu quarto, me ajudam a tirar as roupas molhadas, me secam e colocam um pijama fresquinho em mim.
Elas me ajudam a secar meu cabelo, e depois eu me deito na cama. Antes que eu apague de exaustão, escuto a Pietra falando:
— Descansa um pouquinho enquanto a gente prepara uma comidinha pra você.
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Amor Proibido (Elos De Amor #1)
RomanceThalita, vulgo Perigosa, foi vendida ao dono do complexo do PPG aos 9 anos. Desde então ela foi criada por Caveira, treinando com os vapores para um dia se tornar a dona do PPG. Mas tudo muda em uma reunião das facções, onde ela conhece PH, um cara...