Capítulo 5: Probabilidade

859 136 66
                                    

POV VALENTINA

- É... dan... dan... dançar? Mas eu nem sei dançar, Lu. – Respondi, sentindo meu rosto ficar todo vermelho e dando uma risadinha.

- Sabe sim, Valen. Deixa de ser boba, vem que eu te ajudo. – Luiza disse com um sorriso tão lindo no rosto que não tive como resistir.- Tá bom, você me convenceu...

Luiza me puxou para dançar e estava tocando Lento da Lauren Jauregui ft.Trainy

Bailando entre la gente
El sube y baja me prende
Está demasiado caliente
Bájamelo

Dale lento
Tócamela más lento
El ritmo me está encendiendo
Y sé que te está quemando

Dale lento
Un poquito más lento
El ritmo lo tengo dentro
Y siento que está vibrando

Num primeiro momento, estávamos dançando separadas. Luiza dança tão bem, balançando seu cabelo e o corpo. Com o vento que corria pelo salão, enquanto ela dançava, eu podia sentir seu perfume e o cheiro do seu cabelo.

- Essa música é incrível, não é? – Disse sorrindo e empolgada.

- Sim, adoro essa música. Você dança muito bem, Luiza. – Eu que não sei dançar rs.

- Ah, obrigada. Quando era criança fiz algumas aulas. Posso te ensinar se quiser. – E puxou a minha mão para perto dela. Ela estendeu a mão, e ficamos dançando juntas, até que nossos corpos se uniram como se fossem um só. Realmente, não sei o que isso me causa. Não consigo definir; é uma sensação indefinida, mas sei que gostei. Gosto do jeito que ela me deixa desconcertada.

- E aí, tá gostando Valen? – Ela perguntou dando um sorriso de canto e me olhando nos olhos. Ah, esse sorriso dela me desmonta. – Valentina, o que tá acontecendo com você? Minha cabeça não parava de querer, mas eu não sabia se era certo...

- É como se nossos movimentos se encaixassem naturalmente, como se fôssemos feitas para dançar juntas. É uma sensação única. – Porque foi mesmo que eu disse isso, hein?

- Eu sinto a mesma coisa, sabia? Sinto como se já te conhecesse, que doideira isso, né?

- Muita loucura, tenho certeza que teremos uma parceria e tanto... - Mesmo eu querendo outra coisa, eu não podia pensar assim. Será que eu tô sendo emocionada demais? Vou botar a culpa no meu signo, ninguém mandou eu ser pisciana. Aliás, ainda não sei o signo dela, será que ela acredita nessas coisas?

Meu Deus, eu conheci a Luiza outro dia. Ela é minha chefe, e a gente já está dançando juntas assim. Qual o sentido disso? Não sei, mas estou doida para descobrir onde isso vai dar.

De repente, Luiza coloca uma mecha do meu cabelo por trás da minha orelha, parecia que estávamos sozinhas, sabe quando o mundo parece girar em câmera lenta, tipo aquelas cenas de filme, que os casais, pera lá eu disse casais? Voltando aos casais dos filmes, que ficam girando e dançando e parece que o tempo para, que só existe duas pessoas ocupando o mesmo lugar e mais ninguém. Dançando como se não houvesse amanhã, tal e qual dois adolescentes empolgados.

- Seus olhos são lindos, Valentina. – Luiza disse isso e eu fiquei com tanta vergonha, que senti meu rosto queimar.

- Obrigada Luiza, o seu sorriso também é lindo. Na verdade, Lu... Ah, deixa para lá – Falei sem graça.

- Não Valentina, fala eu quero saber por favor. Sou curiosa

- É que você é toda linda, Luiza. Eu queria que você se visse com os meus olhos, para ver a sua beleza de verdade. Talvez eu esteja com muito álcool no corpo? Sim, mas acho que só desse jeito eu iria ter coragem de falar. Não sei se te elogiar assim parece o correto, mas não seria eu se não o fizesse. Eu sei que a gente se conhece tem pouco tempo, eu não sei se você acredita nessas coisas de vidas passadas e tal, mas eu sinto que te conheço de alguma outra vida que eu tenha vivido. – Sentia que as palavras fluíam da minha boca sem que eu mesmo as pensasse, como se minha cabeça tivesse parado e eu tivesse acionado um daqueles botõezinhos em brinquedos de criança que disparam a falar. A música alta forçava a elevação do tom de voz, mas conseguíamos nos comunicar perfeitamente bem, pois parecíamos ser as únicas duas pessoas naquele salão enorme.

- Meu Deus, Valentina, agora você me deixou sem graça... Nunca ninguém me disse nada parecido, sabe? E eu tenho a mesma sensação, de que nós nos conhecemos de outras vidas mesmo.

Sentido da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora