Capítulo 8: Arrepios

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Narrador

Luiza e Valentina estavam completamente entregues, sem conseguir esconder o forte desejo que uma sentia pela outra. No ambiente iluminado por velas, os olhares trocados transmitiam uma energia intensa. Tudo aconteceu rápido, mas ambas tinham certeza de que era exatamente como o destino, os orixás, deuses, e o que mais vocês acreditam, queria. Afinal, não podiam ignorar a ajudinha sutil do Universo.

A bióloga, dona do laboratório, nunca imaginou que a contratação de alguém poderia mexer tão profundamente com ela. Os corações delas batiam juntos, e o encontro rápido não era apenas uma coincidência, mas um capítulo que o destino estava ansioso para escrever. O brilho nos olhos de Luiza mostrava o quanto essa experiência estava moldando algo mais significativo em seu coração.

Sabemos que ambas tinham suas considerações, afinal aos olhos do mundo, elas eram chefe e funcionária. Mas aos olhos delas, eram muito mais que isso.

A conexão que haviam criado em tão pouco tempo, mostrava que não era sobre tempo, era sobre duas pessoas que se gostam, que se querem e que estão dispostas.




















POV Luiza:

Valentina veio até minha casa para um jantar descontraído. Comemos, ela compartilhou detalhes de sua vida, bebemos vinho, e de repente, nos encontramos dançando. Ao som de uma música que coloquei, algo aconteceu.

Não se tratava de uma simples dança; transformou-se em beijos, mãos, e chegamos até a ficar sem roupa. Mas, o momento foi abruptamente interrompido quando o "tonto" do Igor ligou para Valentina, que precisou correr para salvá-lo em Copacabana.

Tenho certeza de que esse momento intenso entre nós acontecerá em breve. Ambas desejamos muito uma à outra. Apesar do receio de julgamentos, especialmente porque sou a chefe de Valentina, quero que isso aconteça. Planejo ter uma conversa franca com ela, independentemente do desfecho.

E apesar de saber o que nós duas queremos, não, ela não me contou, eu senti. Precisamos conversar, alinhar nossos pensamentos, mas isso será outro dia.

No dia seguinte decido chamar a Valentina parar ir a praia comigo, minha mãe acabou me ligando e me disse que teria um jantar na casa dela, perguntei se poderia chamar a Duda e o Igor e Valentina também.

~Celular tocando~

Era minha mãe me ligando por chamada de vídeo.

- Oi, mãe, tudo bem? – Falei sorrindo.

- Oi, Lu, minha filha. Esqueceu que tem mãe? – Deu risada.

- Não, mãe. É que minha vida tá uma correria naquele laboratório. Não imaginava que, em tão pouco tempo, íamos trabalhar assim. Mas me conta, mãe, a que devo a honra? – Falei, dando um sorriso de canto.

- Minha filha, eu sempre soube que esse laboratório ia dar super certo. Isso é resultado do seu empenho, dedicação e inteligência. Você é muito inteligente, Luiza! – Falou toda feliz e orgulhosa. – Mas então, Lu, hoje eu e seu pai queríamos convidar vocês para virem jantar aqui em casa. Coisinha simples, sabe? Chamamos aquela chefe de cozinha que seu pai gosta para cozinhar, e eu vou fazer a sobremesa de uva que você gosta. Se quiser, pode chamar a Duda e aquele menino que ela tá, não me recordo o nome. Suas irmãs vão estar, e vai ser um prazer recebê-los. O que acha de hoje às 20h?

- Mãe, sem o seu apoio e do papai, eu jamais conseguiria. Não vou me cansar nunca de agradecer, por tudo que vocês fizeram por mim. Tá sendo uma experiência incrível poder vivenciar tudo isso! – Falei com os olhos marejados. Mas claro que eu aceito, mãe. Adoro a comida dessa chefe que ele gosta; ela é lá do restaurante da Helena Rizzo do Masterchef. É... vou chamar a Duda e o Igor sim. A propósito, eu posso chamar a Valentina também? Ela é irmã do Igor e é biomédica lá no laboratório. Temos nos dado super bem. Queria que conhecessem. – Falei, sentindo meu rosto queimar de vergonha.

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