Capítulo 05

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Mas eu sei que algum dia eu vou conseguir sair daqui
But I know someday I'll make it out of here

Mesmo que demore a noite toda ou cem anos
Even if it takes all night or a hundred years

Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar nenhum por perto
Need a place to hide, but I can't find one near

Quero me sentir viva, lá fora não consigo enfrentar meu medo
Wanna feel alive, outside I can't fight my fear

Lovely - Billie Eilish feat. Khalid

Pov: Ella Blanche

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Pov: Ella Blanche

FLASHBACK
2017

Não sei ao certo em que dia ou mês estamos. A última vez que me permitiram sair foi em 15 de janeiro de 2017, pelo que consigo calcular, faz algumas semanas. Estou presa em uma espécie de "solitária" que eles chamam de "O Inferno". Eles me dão o mínimo para sobreviver, mas não o suficiente para saciar a sede, a fome e o frio. Estou acordada a dias, com medo de que um daqueles homens entre aqui. Isso aconteceu algumas vezes, ou talvez não. Não consigo discernir o que é real e o que são alucinações.

Cada parte do meu corpo está implorando para que eu desista, para que eu simplesmente me entregue ao sono eterno. Mas eu não posso fazer isso, não posso me permitir desistir. Com o pouco de força que resta em meu corpo, eu grito por ajuda, sabendo que ela nunca chegará, por uma pessoa que nunca atravessará essa porta, por qualquer tipo de esperança de que isso não será eterno, de que eu não estou condenada a uma existência miserável.

Encolho-me no canto mais escuro e úmido da cela, envolvida pelo frio cortante que penetra em meus ossos. Meus olhos, fundos e vazios, fixam-se na porta enferrujada, símbolo de opressão que me mantém cativa. Sinto meu corpo magro e frágil, traído pela fome e pela privação de qualquer conforto. Minha voz rouca e trêmula ecoa pelo espaço confinado enquanto luto para manter minha determinação diante do desespero iminente.

Minha mente vagueia entre momentos confusos de consciência e alucinações, lutando para encontrar uma linha tênue entre o que é real e o que é uma mera projeção de minha psique exaurida. Agarro-me desesperadamente a qualquer fragmento de sanidade que resta, procurando sinais de redenção em um mundo cruel que parece ter se esquecido de mim.

Um ruído metálico ressoa no corredor. Meus músculos se enrijecem instantaneamente, e meu coração dispara em um ritmo frenético. A sombra de um dos homens se materializa à entrada, sua silhueta escura recortada pela fraca luz que se insinua pela porta entreaberta.

Um arrepio de pavor percorre minha espinha enquanto ele se aproxima, passo a passo, com uma lentidão calculada, como se saboreasse o medo que fibra do meu ser. Seus olhos frios e indiferentes encontram os meus.

Watch Me DieOnde histórias criam vida. Descubra agora