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A lua estava bem alta no céu. As coisas estavam calmas.
"Argh." Euhyuk estremeceu silenciosamente, segurando o braço sobre a mesa enquanto tentava fazer um curativo. Doeu bastante, o suficiente para ele demonstrar qualquer reação à dor; o que ele geralmente não fazia. Ele era simplesmente... assim. Ele não demonstrava muito suas emoções ou sentimentos, muito menos falava sobre eles e na situação. ele e o resto dos moradores do prédio estavam presos, ele não podia se dar ao luxo de mostrar nada, era uma fraqueza e um líder não podia ser fraco.
"Olhe para você." você disse ao entrar na sala. O garoto se virou lentamente, apesar do leve susto que você lhe deu e ergueu as sobrancelhas, instintivamente tirando o braço da sua vista.
"S/n." ele disse, sorrindo. "O que te traz aqui?"
"Seu ferimento, claramente. Eu obviamente notei." você disse, sacudindo um kit de primeiros socorros ao seu lado. Eunhyuk desviou o olhar e depois voltou para o braço, engolindo em seco. Se houve alguém por quem ele se permitiu demonstrar emoção, foi você. Afinal, ele precisava, considerando que vocês estavam namorando. Ele teve que mostrar seus sentimentos em algum momento para vocês dois realmente ficarem juntos. Portanto, você era uma das poucas pessoas com quem ele concordava em ser um pouco vulnerável. Mas ainda assim, ele não queria preocupar você ou algo do tipo. Então ele escondeu o braço e olhou para você, sem expressão.
"Ferimento?" ele perguntou calmamente, franzindo as sobrancelhas. "Eu não tenho nenhum ferimento."
“Braço esquerdo, parte externa do pulso, oposto ao local onde você fica realmente sensível sempre que alguém o toca. Uma ferida aberta com pelo menos o equivalente a uma seringa de sangue encharcando o pedaço de tecido que você rasgou da flanela na tentativa de parar o sangramento... Você está com dor, tem suor no pescoço e está se esforçando tanto para não demonstrar seu nervosismo que o gole que você está segurando está deixando sua boca seca." você disse tudo enquanto caminhava até ele. Você puxou a cadeira que ele estava usando para esconder o ferimento e sentou nela, colocando a caixa sobre a mesa e se virando com os braços cruzados para olhar para ele, "Certo?"
Então ele engoliu em seco. "Certo."
Você riu e abriu o kit de primeiros socorros, tirando um pouco de gaze e desinfetante. "Que idiota você é, querido estudante de medicina. Você não pode esconder sua dor ao custo de desmaiar. Afinal, você é o líder."
Surpreendentemente, ele não havia pensado nisso. Era verdade que ele poderia ser sensível a se machucar, e que sangrar excessivamente era suficiente para deixá-lo muito tonto. No entanto, a ideia de desmaiar sem que ninguém soubesse e, portanto, piorar o seu estado, não lhe passou pela cabeça. Ele se perguntava o que faria sem você, às vezes.
Ele observou enquanto você derramou desinfetante em sua ferida sem pensar e reprimiu uma forte careta. Você colocava gaze no ferimento junto com um curativo desnecessário para "garantir que grudasse" e depois colocava outro no dedo porque ele tinha um arranhão ali. Então você olhou para ele com um sorriso. "Tudo feito."
"Obrigado." ele suspirou, os olhos desviando dos seus. "Você... deveria voltar para os outros."
"Não." você disse, com um suspiro dramático enquanto se recostava na cadeira. “Eles são chatos... Hyunsu é o melhor aqui e você está confinando ele, Jisoo está ocupada conversando com o Senhor Espadachim e Eunyu está fumando... não sei, sabe-se lá onde.. ."
"Fumando?" ele repetiu, com as sobrancelhas franzidas e um olhar curioso. Você mordeu o lábio e desviou o olhar com os olhos arregalados.
"Você não ouviu isso de mim..."
Eunhyuk percebeu que havia coisas muito piores com que se preocupar do que sua pequena irmã fumando durante um apocalipse, então ele apenas suspirou ao pensar e cruzou os braços. Então ele estremeceu. Por algum motivo ele já tinha esquecido de sua lesão. Ele exalou profundamente enquanto colocava o antebraço de volta na mesa, tamborilando impacientemente os dedos na superfície. "Agora não sei o que fazer."
"O quê? Você está entediado?" você riu, "De jeito nenhum. Quer lutar contra monstros, então?"
"Obviamente não."
"Então fique satisfeito com o seu tédio. É normal e não temos mais disso. Você pode apenas estudar, para quando o mundo voltar a ser como era."
Ele sabia que o final daquela frase era uma ilusão. Nenhum de vocês dois realmente acreditava que poderia voltar à sua vida diária normal. Não com esse vírus estranho. Mas ainda assim, era esperança e, logicamente, a esperança era uma das coisas mais importantes durante uma situação apocalíptica. Se não fosse lógica, a esperança era o que as pessoas seguravam para salvar suas vidas. Ele imaginou que poderia ter mais esperança e ilusões, pelo menos por um tempo. Então ele sorriu suavemente e acenou com a cabeça, e vocês dois tiveram uma sessão de estudo como costumavam fazer antes de tudo acontecer, com música tocando ao fundo para imitar uma sensação de segurança que antes você considerava natural. E por um tempinho foi o suficiente para fazer vocês dois esquecerem o estado do mundo no momento, e poderem aproveitar a vida mesmo que só por um pouquinho.
