Existem pessoas que nascem saudáveis. Sem nenhum tipo de complicação, alergia ou imunidade baixa.
E existem pessoas como Riki.
Azaradas ao ponto de serem escolhidas para nascer. Não viver, e sim passar a vida dentro de um leito de hospital.
Sunoo sabia que Riki era daquela forma bem antes de se envolver com ele. E mesmo assim, o amou.
E o vendo ser levado pela equipe médica, quase pela décima vez no mês, doera mais que o normal. Sentiu um peso em seu coração e pôde jurar que o sentiu se quebrando.
Quase se jogou nos bancos de espera da recepção daquele hospital.
E ali foram horas...
Ou talvez alguns minutos. Mas não importava.
Estranhou quando um médico veio falar consigo, e não com a senhora Nishimura, que esperava ali no canto, quase desidratada de tanto derramar lágrimas.
— O garoto acordou. Está desesperado. Quer muito ver um garoto de cabelos castanhos e de bochechas vermelhas. Kim Sunoo, alerta ser seu namorado. É você?
Sunoo apenas concordou com um aceno de cabeça. Quase sem forças, se levantou dos bancos e seguiu o médico.
A primeira coisa que sentiu quando chegou naquela sala, foi um peso enorme em suas costas, a fazendo até doer.
Riki estava praticamente pálido. Seus lábios estavam levemente inchados e bastante roxos. Seus olhos negros e tão belos, estavam tão tristes.
— Bem, vou conversar com sua responsável, Riki. Qualquer coisa, só chamar. — Alertou o médico antes de sair da sala.
Sunoo se aproximou da maca em que o mais novo o encarava. E sem forças, proferiu o nome que sua voz mais amava entoar:
— Meu amor...
Viu o garoto mover os lábios, mas não produzia som algum, então tomou coragem para dizer algo.
— Como se sente? Soube que queria falar comigo. — Sunoo levou sua destra aos fios de cabelo do namorado, afagando-os. Tal ato fez o garoto fechar os olhos com tamanho conforto.
— E-eu não sinto meu corpo. Tudo bem. Meus olhos estão sendo acariciados com a visão do seu rosto. — Riki proferiu baixinho.
E Sunoo lhe deu um sorriso amoroso.
— Escute bem o que eu vou te dizer, tudo bem? — O japonês buscou as mãos do mais velho, onde encontrou abrigo. — Eu não sei por quanto tempo eu vou ficar aqui com você. Mas saiba que eu te amo profundamente, Kim Sunoo!
— Não, meu amor... — A frase foi proferida quase inaudível.
— Como eu queria viver... Ah, como eu queria... — Riki sorriu triste. — Eu queria viver para dizer que eu te amo mais um milhão de vezes. Queria viver para dizer para o mundo que o dono do meu coração se chama Kim Sunoo! — Uma lágrima fina e solitária escorreu pelo canto dos olhos e desceu até os lábios esbranquiçados do garoto. — Queria viver para fugirmos da festa de família para ir até a praia e admirar o céu cheio de estrelas.
— Riki... Isso não é justo! — Sunoo já chorava descontroladamente. E Riki buscou por seu rosto, limpando suas lágrimas delicadamente.
— Eu sei... que vai doer quando eu partir. Eu sei que talvez você não aguente e se dope de remédios todo santo dia, como você fez quando sua mãe nos deixou, 'pra não ter que permanecer acordado e se lembrar que um dia me amou. — Riki limpava as lágrimas do mais velho e chorava ainda mais. — Me desculpe por te deixar tão cedo, é que eu não tive escolha de nascer assim, e me apaixonar por você. Me desculpe por te fazer sofrer toda vez que viemos aqui, eu prometo que será a última vez... — Riki foi interrompido.
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Na primavera de oitenta e quatro.
FanfictionRiki sempre seria a primavera mais bonita e colorida de Sunoo. Ou, sempre seria o resumo de seu livro favorito. Sempre estaria brilhando, não importava o quanto estava machucado. "Meus olhos nunca vão acomodar-se com tamanha beleza. Ele era a ar...