Capítulo 1

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Ryeo não sabia dizer se a mudança para a casa em Seoul iria fazer alguma diferença no temperamento de Sumi. Tentava lidar com o temperamento da amiga, mas as brigas entre as duas se tornavam cada vez mais constantes.

Depois que Sumi perdeu uma grande chance de expor seu trabalho como artista em uma galeria na Itália estava abusando de Soju todas as noites e vê-la chegando tarde da noite preocupava Ryeo. Aquela havia sido só mais uma noite.

Eram três da manhã quando Sumi passou pela porta quase gritando:

____ Ryeo-Won! Ryeo-Won!

A jovem de cabelos batendo quase na cintura, meio anelados e esvoaçantes, levantou da cama num salto e não teve tempo nem de vestir seus chinelos. Parou na escada de alguns poucos andares e hesitou um pouco cruzando os braços na frente do corpo enquanto escutava os risos exagerados de Sumi. Antes que pudesse pensar mais um pouco se deveria ou não descer, foi chamada novamente:

____ Ryeo-Won, vem!

Dessa vez desceu os degraus da escada curvada em forma de "C" e deu de cara com a sala conjugada com a cozinha onde Sumi revirava a geladeira procurando por mais bebida:

_____ Onde colocou minhas cervejas? - Já estava um pouco impaciente.

_____ Bebeu de novo? - Fez um comentário com bastante tom de crítica.

_____ Não banque a minha mãe! - A voz arrastada começava a tomar um timbre irritante: ____ Onde colocou minha cerveja?

_____ Eu nem toquei nisso, Sumi. - Ryeo-Won respondeu se lembrando que havia despejado tudo na privada, mas agora mesmo se arrependendo era melhor mentir.

_____ Se você nem tocou... onde estão? - Mantinha a porta da geladeira aberta: ____ Eu coloquei bem aqui... - Apontou o centro de uma prateleira: ___ Nessa porra de geladeira de trezentos mil que você comprou. - Riu por estar irritando Ryeo-Won que só torceu a boca fazendo uma expressão de cansaço. Então falou:

_____ E daí que colocou ali? Já deve ter bebido tudo e se esqueceu. - Dessa vez se sentiu um tanto orgulhosa por ter parecido tão convincente, afinal de contas era uma atriz.

Sumi se aproximou, a diferença de altura entre as duas começava a ficar evidente. Sumi tinha 1,76 e o topete na cabeça fazia com que parecesse ainda mais alta. Também não era tão mignon como Ryeo-Won, tinha os braços bem trabalhados e um tórax com a largura bem incomum para mulheres coreanas. Ryeon-Won teve que levantar a cabeça para conseguir olhá-la nos olhos.

_____ Eu iria esquecer porque? Hein? - Sumi a encarava com raiva.

_____ Deita e dorme, amanhã compramos mais pra você. - Ryeo-Won sempre tentava evitar discussões calorosas com a amiga, sabia bem que tanto ela quanto Sumi eram temperamentais demais e tinha medo de perdê-la. Tentou puxá-la pelo braço, mas Sumi se soltou rápido dando um encontrão em Ryeo-Won:

_____ Porque é rica e famosa... - Sumi debochava: ____ Uma atriz! - Abriu os braços fazendo um teatro: ____ Acha que pode fazer o que quiser? - Ela agora gritava.

Apesar de querer gritar, Ryeo-Won cochichou, exaltada:

_____ Quer que o maldito vizinho bata em nossa porta novamente... às 3 da manhã? - Perguntou irritada.

Sumi mordeu os lábios se divertindo:

_____ Você com essa sua cara linda... - Tocou nos lábios de Ryeo-Won com os dedos: ____ ... e até parece ser alguém que presta.

Ryeo-Won virou o rosto fazendo-a soltá-la:

_____ Não faz nada que vai se arrepender pela manhã, Sumi, por favor! - Ryeo-Won pedia.

Sumi e Ryeo-WonOnde histórias criam vida. Descubra agora