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•CASTIEL•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


As meninas haviam sido aceitas na faculdade e isso foi um baita motivo para comemorarmos em família. Emilly estava elétrica enquanto contava a todos desesperadamente o que a carta da universidade dizia. Minha menina estava crescendo e eu só tinha orgulho por ela.

Quanto a Estela podia dizer o mesmo, foram anos de convívio para saber que a garota tinha se esforçado para aquilo. O único problema era que agora, tudo o que eu desejava era a loira o mais longe possível.

Não gostava de garotas novas, aliás, não gostava de ninguém que não fosse minha mulher, já haviam acontecido casos em que paramos na cama de outras pessoas, mas fora apenas por sexo e um passatempo banal que não afetava nosso casamento, mas com certeza passava dos limites ter o menor desejo que fosse pela amiga da nossa filha, por isso sim, eu queria Estela bem longe.

Não era como se eu estivesse interessado por ela ou algo do tipo, mas desde o dia na piscina quando minha mente pensou em minha esposa tocando Estela... Bom, esse tinha sido um grande alerta vermelho que me indicava o quão distante eu deveria permanecer dela.

Desliguei meu computador e pela primeira vez depois de muito tempo, finalmente tinha conseguido concluir meu trabalho cedo. Estava pronto para ir embora, tomar um bom banho e dormir por longas horas.

Recolhi todas as coisas que precisava levar para casa e conferi meu celular vendo que tinha umas trinta mensagens de Amanda, todas elas era falando sobre a nova boate que haviam inaugurado no centro. Óbvio que ela estava bem disposta a ir e não me deixaria em paz sem me perturbar com isso, mas não sentia nenhuma vontade de frequentar um lugar desses.

Passei pelos corredores me despedindo de alguns funcionários que encontrava pelo caminho e fui observando o céu que começava a deixar o sol ir embora criando uma cor laranja linda. Cheguei na sala da minha esposa e senti uma animação por saber que poderia fazer uma refeição caprichada para a gente hoje. Abri a porta sem bater e foi como se toda a alegria e o sorriso contagiante em meus lábios fossem embora de uma vez, olhei para os cabelos loiros e antes mesmo dela notar minha presença soube de quem se tratava. Geovana virou para mim e um baque atingiu diretamente meu estômago.

— Castiel? — Ela abriu um sorriso e se aproximou de mim me abraçando fortemente.

Meu corpo não conseguiu reagir com isso. O cheiro feminino exagerado, as roupas formais que sempre tinha um jeito de deixar seu corpo à mostra, o olhar de minha esposa confusa em minha direção... Essas coisas me deixavam sem saber o que fazer.

A mulher se afastou e me olhou com um sorriso tão sínico que foi quase difícil não explodir alí mesmo.

— O que você está fazendo aqui?

— Vocês não atenderam minhas ligações, precisava falar com os dois.

— Ela estava de saída — Isabella falou se levantando e vindo até mim — Não é?

— Por favor, vamos conversar.

— Não têm conversa! Você têm que ir embora agora

— Por que estão me tratando assim?! Eu cometi um erro e já pedi desculpas por isso, será mesmo que não podem me perdoar?

A loira se afastou da gente e cruzou os braços, uma onda de lágrimas encheu seus olhos e por algum motivo não senti nenhuma verdade naquilo.

— Você que impôs regras sobre a gente, regras que não pedimos e mesmo assim seguimos para depois você estragar tudo — Isabella falava com tanta raiva que eu tinha dúvidas se ela não iria pular em cima da mulher para arrancar seu pescoço.

— Eu estava bêbada! Acham mesmo que faria algo daquele tipo sem efeitos alcoólicos?

— É, achamos sim — Ela ficou em silêncio diante minhas palavras — Já falamos sobre isso e deixamos claro que aceitamos suas desculpas, até mudamos você de prédio para não prejudicar sua carreira, então por que ainda está aqui?

— Porque ainda quero vocês — As palavras encheram o ambiente de uma tensão nada confortável — Vamos fazer assim, podemos nos encontrar naquele apartamento que sempre íamos, eu ainda tenho as chaves e posso vê um dia para conversarmos melhor.

— Geovana...

— Não aceito um não como resposta, os dois ainda estão de cabeça quente e tô vendo que precisam pensar melhor, vou ligar para vocês quando estiver disponível.

A loira nos olhou uma última vez e vi que naquela profundeza de castanho tinha mesmo um resquício de sentimentos que era preocupante. Sentimentos dos quais deixamos claro que ela não deveria ter. Logo em seguida ela foi embora.

Eu e Isabella tínhamos um relacionamento fechado, isso até o dia que resolvemos inteirar alguém nos momentos íntimos e se tornar um tipo de jogo para a gente. Não acontecia com certa frequência, até porquê tinhamos limites e muitas regras para sairmos com outras pessoas, porém tínhamos feito o suficiente para adquirir uma experiência considerável.

Os problemas surgiram a quatro anos atrás, quando uma nova secretária havia sido contratada, de início ela só parecia ser uma suposta amizade de longa data, mas então ficamos bêbados juntos e tudo que não deveria acontecer, aconteceu. Geovanna tinha vinte e dois anos quando caiu em uma cama de motel com a gente e no mesmo instante vimos que era uma péssima idéia ter relações íntimas com uma funcionária, mas não seguimos nossos instintos.

Nunca quisemos um relacionamento com outra pessoa, na minha vida a única mulher que me importava era Isabella e minhas filhas, mas Geovana sempre tinha sido boa no que fazia e era um saco encontrar alguém para transar casualmente, por isso os anos foram passando e ela acabou se tornando algo próximo do que podíamos chamar de namoro. Transamos casualmente, conversavamos o suficiente e ponto final, não havia sentimentos, não de nossa parte pelo menos.

Ela queria algo, isso era visível e o mais racional era mantê-la longe, mas novamente não escutamos os extintos e resolvemos aceitar seu pedido de ficar apenas com ela. Geovana era perfeita, tinha uma beleza de nosso agrado, era legal e sabia fazer um sexo espetacular, mas a encontramos na cama com outro e naquele momento se encerrou tudo.

Não era ciúmes que envolveu aquele momento, não guardamos nenhum sentimento por ela além de um carinho por anos de foda, mas tinha sido uma quebra de confiança e isso era o suficiente para acabar com qualquer relação. Pelo visto ela ainda não tinha se conformado com isso.

— O que acha de sair para beber? — Sugeri depois de longos minutos naquele silêncio.

A única reação de minha esposa foi pegar sua bolsa e me acompanhar em direção a tão falada balada que Amanda estava nos sugerindo.

A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora