Dear diary

20

Autor(a)Tricked_Rabbit

Querido diario:
Kacchan case-se comigo por favor

Izuku olha para o céu nublado enquanto gotas frias de água caem em seu rosto. A atmosfera é tensa, fria, avassaladora, com as vozes ao fundo ecoando em sua cabeça.

Ele não consegue sentir o braço esquerdo, seu abdômen dói muito e ele sente que as palavras não vão sair por mais que tente.

(Oque meu Deus oq ta acontecendo?)

Ele deveria voltar para casa mais cedo, comprar rosas no caminho e levar Katsuki a algum lugar legal.

Eles deveriam passar a noite juntos depois de muito tempo.

Agora ele só pode torcer para que Katsuki não esteja assistindo ao noticiário, pois isso implicaria que seu pobre garoto estava tendo um ataque de ansiedade ao descobrir sobre sua condição.

Ele não quer que Katsuki sofra.

Ele fecha os olhos e tosse dolorosamente, gotas de sangue escorrendo do canto dos lábios.

Agora é possível ouvir o som de ambulâncias, policiais, repórteres explicando a situação, entre outros.

Ele quer se levantar e sair daí, quer ir para casa.

Mas ele não tem forças para isso, todo o seu corpo está dormente e frio. É difícil para ele respirar e suas pernas mal respondem.

Pela primeira vez em muito tempo um vilão lhe deu uma briga, uma luta muito feia, quem poderia imaginar que apesar de ser tão forte, seria fraco contra um vilão.

Porque Izuku não teria ficado tão magoado se não fosse o fato de seu celular ter tocado na hora errada, com o toque característico que ele tinha para sua pessoa especial soando em seus ouvidos de uma forma única.

O amor e a dedicação que ele tem por Katsuki são irreais.

Apenas uma ligação foi suficiente para ele baixar todas as suas defesas e focar em algo que não era seu objetivo principal.

No final, ele conseguiu derrotar aquele vilão, mas não conseguiu atender a ligação.

Parou de tocar, a chuva veio de repente e seu braço parou de responder.

Ele virou um pouco o rosto, tanto quanto possível, focando com dificuldade no celular que estava a poucos centímetros dele.

Seus olhos ficaram vidrados e sua respiração o abandonou, ele não conseguia alcançá-lo, seu braço não respondia por mais que tentasse.

Ele se sentiu tão frustrado que mordeu o lábio de raiva, a ponto de fazê-lo sangrar. Ele não conseguia alcançar algo que estava a poucos centímetros de seu corpo.

De repente, no meio de sua frustração, o celular brilhou e tocou novamente.

Seus olhos se arregalaram, a doce melodia ressoando por todo o seu corpo novamente. Sua respiração tornou-se irregular, seus lábios tremiam enquanto ele forçava seu corpo a reagir.

Ele não sabe como, não sabe por que, mas de alguma forma dolorosa seus dedos conseguiram atender a chamada.

E então tudo ao seu redor parou, ele não sentiu a chuva, não ouviu as vozes, nada, apenas a voz daquela pessoa que alegrou seus dias.

- Oe? Izuku Izuku...

-Kacchan...

-Deus, onde diabos você está? - suspira. - Estou muito preocupado, além disso, faltou energia em toda a área. Não consigo nem assistir ao noticiário para ver se você está com outro problema.