Além das Estrelas

*Capítulo 1: A Cor das Cicatrizes*

*Moon-Hee acorda em seu quarto sombrio, sentindo o peso dos segredos. Logo que abre seus olhos, as vozes voltam a atormentá-la e a culpa preenche seu peito novamente. Logo escuta o barulho de passos vindo do corredor e se levanta rápido para trancar a porta de seu quarto, só não imaginava que o seu pai seria mais rápido e abriria a porta no mesmo instante que Moon toca na fechadura. Seu pai a encara e Moon dá passos para trás e um em falso faz com que a mesma caía sobre sua cama e sua respiração começa ficar acelerada conforme o olhar de seu pai*

– Acabou, Moon-Hee.

*Ha-yoon enfrenta o olhar ameaçador do padrasto e tenta jogar a cadeira contra o mesmo que desvia e avança contra Yoon, a mesma corre pelo corredor escuro do prédio batendo nas portas que encontra pela frente, só que Yoon não imaginava que seu padrasto já teria falado com os vizinhos sobre esse ocorrido e que ambos não poderiam abrir a porta à ela por ser uma garota rebelde e querer fazer drama. Yoon corre até o último andar e se vê encurralada quando vê que apenas restou o muro que determina o fim do terceiro andar e a avenida movimentada logo abaixo. Seu padrasto a olha e sorri tenebrosamente*

– Acabou, Ha-yoon.

Horas Antes •

*Moon-Hee como sempre segue sua rotina antes de seu pai acordar. A mesma prepara o café da manhã e logo em seguida sai para escola, caminhando e sentindo a brisa do mar bater em seu rosto, a mesma esquece por um momento das suas cicatrizes e de sua vida devastadora. No outro lado, Ha-yoon revisa mais uma vez as palavras em sua mente e sai do seu quarto. Kim Lee-Yun estava sentado lendo um jornal quando viu que Yoon tinha saído de seu quarto e se levanta*

– Aonde pensa que vai?

– Vou a escola, por que?

– Você está de castigo!

– Irá me proibir também de ir para escola, já basta ter me proibido de pintar e ter tirado todos os meus meios sociais. Quer ficar com o meu coração também?

– Que engraçado, pro seu quarto…

– Tenho prova hoje e você detesta que eu falte em dia de provas, ainda mais que você quer que eu dê exemplo para meus irmãos mais novos. Preciso dar resultados, já que você gasta muito dinheiro com o meu ensino.

– Tá certa, pra escola e da escola pra casa. Se eu pegar você em outro lugar, não deixarei você ver mais a luz do dia.

– Seria bom - falo baixo -

– O que você disse, Kim Ha-yoon?

– Eu? Nada - sinto a ardência do tapa em meu rosto e boto a mão, eu apenas ajeito meu cabelo e me curvo diante dele e saio - Idiota, filho da puta desgraçado, espero que morra e e queime no inferno, puto.

– Sua vadia.

H/N- Eu sorrio e corro, não paro mesmo ele xingando e gritando meu nome. Os vizinhos saem todos para ver e eu apenas dou o dedo do meio para todos. Acabo cansando e paro no parque, eu ando de cabeça baixa e esbarro numa garota que cai logo em seguida. Eu me agacho e ajudo ela a se levantar e nossos olhos se encontram

*Suas almas se encontraram em um simples piscar de olhos. O tempo pareceu parar quando Moon-Hee e Ha-yoon se olharam. Em seus olhares, havia uma faísca, uma conexão inexplicável. Naquele instante, elas souberam que algo especial estava prestes a acontecer.*

– Me desculpa

– Tudo bem…

A garota sai correndo sem olhar para trás e deixa sua luva caída no chão. Eu me agacho novamente e pego a luva, dou um sorriso logo depois. O olhar dela, foi algo inexplicável, sentir um arrepio denso que vinha do meu estômago e passava por todo o meu corpo. Algo inexplicável que nunca senti por ninguém antes