Beatrice Snow
Amor é uma palavra singular para muitas pessoas, mas para mim, é só mais uma no dicionário.
Se está esperando uma história triste de como um homem ou uma mulher partiu meu coração, já adianto; não irá encontrar.
Sou bem resolvida no quesito amor.
Nunca senti por alguém, então não tenho uma opinião totalmente baseada em sentimentos.
O fato é: ninguém liga pra porcaria do amor em pleno 2023.
— Senhorita Snow? — Alfred tocou suavemente meu braço. — Está tudo bem?
— Sim, Fred. Só me perdi em pensamentos. — balancei a cabeça levemente. — Já chegamos?
— Sim. Sua mãe a espera na sala dela. — sem mais perguntas, Alfred deu partida no carro assim que desci, o levando para o estacionamento.
Encarei o enorme prédio à minha frente, imaginando me jogar dele, caso minha mãe insista nessa história de casamento.
Tommy é até bonito, mas para casar? Não. Definitivamente não.
— Olá. Boa tarde. — forcei um sorriso para recepcionista, que logo pegou no telefone. Provavelmente comunicando que eu estava subindo. Apertei as teclas e observei a grande caixa de metal se fechando. Respirei fundo, tentando aliviar a tensão do meu corpo.
As conversas com minha mãe sempre eram extremamente desgastantes. Ela insiste em tentar me fazer uma cópia dela, o que claramente não sou, nem mesmo na aparência.
Senti o elevador parando aos poucos, indicando que cheguei ao meu destino final.
Minhas mãos estavam úmidas pelo suor, assim como meu pescoço. O nó na garganta aumentou quando enxerguei a enorme e sofisticada porta de madeira diante dos meus olhos.
Vi a secretária de longas datas lançar um sorriso gentil para mim, abrindo a porta da sala para eu entrar. Minha mãe estava sentada em sua mesa, elegante como sempre, em seu terninho que custa mais que o salário da senhora Bawen. Seus cabelos loiros presos em um penteado que esbanja riqueza e expressão dura e fria, como de costume.
— Pode nos deixar a sós, Marina, obrigada. — sua voz firme e intimidadora ressoou pela sala. Seu olhar recaiu sobre mim e senti calafrios percorrendo minha espinha. — Sente-se, Beatrice. Precisamos conversar sobre Thomas Kutner. — previsível demais, eu diria. Me segurei para não dar uma revirada de olhos. Fiz o que ela pediu.
— Não acho que temos que conversar sobre Tommy. — ela suspirou. — Não irei me casar com ele. Sabe disso.
— Não é como se eu tivesse lhe dando uma opção de escolha. Você se casará com ele. Não tem mais. — disse, com ar de arrogância na voz. Deus, como eu a odeio.
— E para que me chamou aqui então? — perguntei, suprimindo meu desejo de mandá-la ir a merda.
— Você irá fazer uma viagem com ele. Thomas quer passar alguns dias no chalé dos Kutner e ficaria muito feliz em ter sua companhia.
— Oh, que pena. Não quero vê-lo feliz. Ele que vá a merda.
— Mary Beatrice Snow! — praguejou entredentes. — Você irá nessa viagem, assim como irá se casar com ele. Não ache que está falando com o Robert. Seu pai morreu e você irá sim obedecer. — falou, aumentando gradativamente a voz. — Agora trate de ir arrumar suas coisas. Vocês irão passar o fim de semana lá. — me levantei, sem lhe dizer uma palavra, e sai dali, sendo seguida por olhos curiosos que me encaravam sem pudor.
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Caso 4587: Uma História De Sobreviventes
FanfictionA vida de Beatrice estava longe de ser perfeita. Mesmo sendo filha do casal mais prestigiado no mundo jurídico, a garota enfrentava serios problemas que guardava apenas para si. Em decorrência dos acontecimentos, Bea acaba se perdendo na floresta. L...