Constelações- Régulos Black

Capítulo 01

A BRUXA

Sempre me considerei uma pessoa sensata, coerente, sobretudo para a minha tenra idade, mas concordava com a senhora Black quando ela dizia que certas coisas exigiam mais emoção que razão, a razão podia não dar a mesma satisfação que um impulso, a razão gritava pela autopreservação, pelo seguir em frente, mas quando se estava magoada como eu estava, não havia razão que sanasse a vontade de dar tantos socos naquele sorriso até que tanto o rosto dele quanto minha mão estivessem cobertas de sangue, porque só uma mão quebrada me faria parar.

Ele havia mesmo me deixado sonhar, me tratado da melhor forma, me garantido que sempre seriamos ele e eu, para no fim, não apenas me trair, ma ter uma outra namorada esse tempo todo, desde os 13 anos, ele tinha passado anos com aquela garota detestável sem dar um pio sobre o compromisso para mim, que era a melhor amiga - eu acha que era sua confidente - mas eu era só um brinquedinho, nem quando nossos pais começaram a arrumar todo um noivado, ele não disse uma palavra, nem uma. Não havia nada que me alertasse. Exceto, talvez, Regs, mas ele sempre tinha me parecido um tanto ciumento com o irmão. Eu deveria ter ouvido, eu deveria saber melhor, Régulos nunca me tratou mal, sempre foi compreensivo, mesmo não muito próximo.

Nada disse podia ser mudado, eu ainda tinha flagrado ele com a namorada, eu ainda podia sentir o tapa que ela havia me dado, eu ainda podia ouvir ele se explicando pra ela enquanto eu ainda estava atordoada pelo golpe, calada de choque e coração partido.

"Meg, é a minha irmã!" Tinha a afastado de mim." O que fez?! " Uma pergunta ridícula feita enquanto olhava dela para mim. Nem consegui falar nada." É a Úrsula. Te falei dela."

Ele tinha falado de mim para ela, claro, mentiras diferentes para garotas diferentes.

Eu não era idiota, o idiota era ele.

Mas nós duas fomos enganadas, eu deveria ter desmascarado ele para ela naquele momento. Deveria. Mas o tapa que ela me deu não deixou.

Eu o tinha visto no caixa da nossa sorveteria favorita, e o abracei, praticamente pulei nele e beijei sua bochecha pensando que ele tinha dado um jeito de adiar o tal compromisso com o amigo, e que Régulos o avisará que eu passaria a tarde ali com Narcisa. Tinha jurado que ele tinha vindo me ver, nem notei que já estava de saída, tampouco vi a garota morena pendurada em seu braço, as coisas se desenrolaram com violência depois daquilo. Eu não a ajudaria.

Ela pediu desculpas assim que ele disse que eu era sua irmã, parecia envergonhada. Não liguei, minha educação me impediu de manda-los —ambos — a merda, escolhi só me virar e sair andando, ele tentou vir atrás de mim, me alcançou na saida o lugar, disse que podia se explicar, disse que não era o que parecia. Mas estava tudo claro, ela o tinha chamado de namorado, ele não negou, ele me chamou de irmã quando isso não era nem de perto o que éramos, eu aceitaria que Régulos me chamasse de irmã, aceitaria que Narcisa me chamasse de irmã, de fato ela era como se fosse, mas Sirius? Sirius sempre odiou quando seus pais nos colocavam nessa posição, dizia que era errado pelo que eramos mesmo e pelo que sentíamos, e então ficamos noivos.Mas ali estava o detestável irmã.

Ele muito bem poderia enfiar aquele irmã no rabo.

O chamei de lixo e disse que se ele não soltasse meu braço naquele momento eu gritaria a plenos pulmões, ouvisse quem quer que fosse. Ironicamente, era mentira e ainda assim ele acreditou, para o meu bem. Fui embora andando até um ponto de táxi, chamei e entrei sozinha. Chorei o caminho todo até a biblioteca nacional, eu não sabia mais pra onde ir, eu não iria pra casa dele, não tinha como ligar para Narcisa e nem sabia onde esta ficando, também não surgiria naquele estado na casa dos pais dela, Belatrix abomináva qualquer sinal de fraqueza, se via um pássaro com a asa quebrada, seu primeiro instinto era esmaga-lo, não cuidar dele.