Capítulo 03

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ALMOFADINHAS

Ver vermelho nunca fez tanto sentido, eu a tinha caçado por todo o vagão, claro que tinha. Não com todo o entusiasmo possível, admito. Mas eu não tinha como ter certeza que ela estaria realmente no trem.

Começou com um comentário de James na semana passada, quando foi com a mãe pegar nossos uniformes na madame Winf. Ele disse que tinha conversado um pouco com uma garota que estava lá tirando medidas, havia tido um erro na encomenda dela e a numeração das camisas precisou ser ajustada. Ele a descreveu como: Adoravel de olhos brilhantes - cinzas - bonita e educada. Mas foi um contato rápido, e ela teve de entrar no provador logo em seguida, ele não perguntou seu nome ou se apresentou, esperando conversar mais um pouco quando ela saísse, o que não aconteceu, já que a senhora Potter terminou de pagar e de comprar todas as gravatas que achou que James precisaria - já que ele as estava sempre perdendo - e eles tiveram que ir embora.

Não pensei muito nisso por alguns dias, até que James, mexendo nas minhas coisas, como de costume, achou a única foto que eu tinha dela. Que era uma minha e dela, tirada em uma das nossas férias, não precisava ser um gênio para saber quem ela era. Ele me acordou com sacudidas violentas, demorei para entender oque ele estava falando, mas quando entendi. Só preciso dizer que não durmo direito há pelo menos dois dias, e nas mil e uma possibilidades que passaram na minha cabeça, uma delas era que ela estava indo para Hogwarts.

Procurei ela o dia todo, desde a estação, e durante boa parte da viagem, e estava caçando ela nas carruagens, o que não resultou em nada. Tinha acabado de sentar na carruagem com os meninos, quando duas garotas passaram comentando sobre meu irmão e a garota que estava com ele. Saltei da carruagem imediatamente, arrastando a mochila do Pontas com o pé, sei que ela caiu mas eu não tinha tempo, James teria que me desculpar mais tarde.

Alcancei as duas garotas, pouco me importando se eram mais velhas e nunca tinham falado comigo. Perguntei a descrição da garota imediatamente.

Assustei elas, eu sei. Mas me contaram.

Olhos cinzas, cabelo preto liso, baixinha. Pálida. Basicamente, uma Black.

Meu coração disparou.

Elas não sabiam onde estavam, tinham visto eles na estação.

Oque queria dizer que eu não tinha procurado direito.

Cacei meu irmão com os olhos, enquanto andava, em algum momento da minha busca neurótica, James me alcançou, ele parecia ter entendido o nível do meu surto. Como não entenderia, a Ursinha era minha versão do seu Lírio, só que mais divertida.

Foi James que apontou que deviam estar no Trem, quando reparou da trupe de Régulos próxima demais da porta no último vagão.

Entrei pela outra entrada enquanto Pontas destraia os idiotas, Sabe Merlim como James e Mulciber chegaram tão rápido para me tirar de cima do cretino.

Úrsula estava paralisada, olhando de mim, que ainda era segurado por Mulciber e pelo Veado - o filho da mãe como meu amigo tinha que me soltar,eu não tinha descontado nem metade da minha raiva. - para Régulos, ainda no chão, com nariz, boca e rosto sagrando onde meu punho tinha acertado. As vestes dela não estavam amassadas, a o lábio estava vermelho e um pouco inchado no rosto empalidecido dela. Então ela se moveu, indo para Régulos no momento em que o monitor chefe da corvinal adentrou a confusão ladeado por Ranhoso e Avery. E claro, que todos presenciaram quando tentei voar para cima do meu irmão novamente.

Úrsula ajudou Régulos a se levantar e contou uma versão nem um pouco parecida com a verdade para o monitor, embora crível. James tentou protestar mesmo sem saber como, já que não tinha idéia do que tinha acontecido. Mas era voto vencido, já que Régulos e Úrsula eram 2 e a outra pessoa que poderia dar uma versão diferente era eu, e se eu conseguisse falar algo que não fosse uma infinidade de palavrões, que diabos eu ira dizer? Fui procurar minha namorada, que acha que terminamos mesmo, para conversarmos sobre eu ter espalhando para todo mundo que somos irmãos e ter saído - mesmo que de brincadeira - com outra garota que bateu nela, e no processo a encontrei com meu irmão, praticamente o devorando!!!!

E assim comecei o ano suspenso por agredir meu irmão nas dependências da escola, e com menos 100 pontos para minha casa.

Não falei nada, uma vírgula. Pontas me levou para a carruagem depois que Úrsula e meu irmão sairam de vista com os outros sonserinos, que foi quando Mulciber me soltou sem um pingo de cortesia e andou na mesma direção dos outros, sendo aguardado por Rosier, que tinha uma prancheta nas mãos. Aquilo estaria aparecendo no jornal na escola pela manhã, se ele escrevesse hoje, e aquela cobra escreveria.

Meu temperame explosivo estava claro quando sentei na carruagem e ninguém disse uma palavra até o castelo.

Meu irmão e minha Úrsula, que inferno. Como eles podiam?

Ela me odeia tanto assim?

Respirei fundo, ela tinha o direito de me esfaquear assim, eu não pude impedir Meg de bater nela, e eu não tinha uma boa explicação para tudo que fizesse ela me perdoar. Sei que pedi a ela pela chance de me explicar, mas a explicação com certeza a faria me odiar mais. Porque mesmo que na época eu nem estivesse ficando com Meg, tecnicamente ela é minha namorada agora, ou quase isso, e deve continuar sendo por mais uns poucos meses. Eu não ia levar esse relacionamento de merda longe, eu só estava tentando voltar pro time de quadribol, eu não tinha nem beijado Meg quando tudo foi para o inferno na sorveteria. Não que isso seja qualquer consolo, mas eu não traí ela, isso tinha que valer de alguma coisa, mesmo que ter convidado Rucle pra sair algumas vezes tivesse cortado qualquer efeito da minha defesa, e o miserável do meu irmão devesse ter minado qualquer bom sentimento que ela tivesse por mim, ainda tinha que ter algo dentro dela capaz de me perdoar.

Mas Meg e eu estávamos ficando de verdade na última semana, e namorando oficialmente a duas, então, é claro que Úrsula não vai me perdoar sem um esforço colossal da minha parte e muita misericórdia da parte dela. E provavelmente não vou conseguir nem chegar perto dela enquanto ainda namorar com Meg.

Mas, de todas as pessoas, porque meu irmão tinha que ficar com a garota que eu gosto?

Porque ele era assim? Sempre minando as coisas em silêncio, sempre acertando onde mais doía, pensei que Úrsula entendia isso sobre ele, mais não, agora não acredito mais nisso.

- Quer falar sobre isso? - James perguntou com um cuidado nada típico dele.

Neguei com a cabeça.

As carroagens logo parariam, e a verdade era que eu não queria nem falar disso. Eu já ia ter que me explicar para Meg quando ela soubesse, e ja deveria saber. Era um alívio que a carruagem dela e das amigas fosse a segunda e estivesse muito à frente para saber da confusão logo que ocorreu.

Suspirei. Deveria pensar agora no que dizer a ela, mas eu só conseguia pensar na minha ursinha, sim, era um apelido dos mais bregas e costumava irrita-la, sempre gostei de atenta-la. Um sorriso sem humor quis se formar em minha boca. Eu estava estava aliviada de poder ver ela todo dia agora, era um sentimento que brigava com a minha vontade de matar Régulos.

Talvez eu tivesse um pouco de sorte e Úrsula fosse para Grifinoria, ou talvez lufa-lufa. Qualquer casa que colocasse alguma distância entre meu irmão e ela.





Ela foi pra Sonserina.

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⏰ Última atualização: Feb 20 ⏰

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Constelações- Régulos BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora