Os novos Theerapanyakul

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Pov. Sky

- Outro? - Senhor Vegas falou assim que entramos no salão que aconteceria o seu jantar de aniversário, com um Tahran muito tímido no colo do meu marido e escondendo o rosto na curvatura do pescoço dele. - Nem pensar. Estamos fechados para novas adições. Você pode dar esse para os seus pais.

Prapai rolou os olhos e conversou alguma coisa bem baixinho com o nosso novo filho e então o menino assentiu e virou o rosto para me procurar. Tahran desceu do colo do meu marido e segurou a minha mão sem largar a do outro pai dele, e passou a me olhar com aqueles olhinhos brilhantes que me convenceram a fazer uma loucura que eu nunca imaginei ser possível, a duas semanas atrás. Prapai também me encarou, mas daquele jeito maluco dele, com as duas sobrancelhas arqueadas, os olhos enormes e um sorriso de orgulho presunçoso que me fez rolar os olhos.

Então eu virei para a nossa família e apresentei o mais novo membro a eles.

- Esse é Tahran Suansri Theerapanyakul. Não o trouxemos para o senhor, senhor Vegas. Ele é meu filho e do Prapai.

Toda a nossa família, menos os notavelmente ausentes, olharam para o meu marido como se fosse outro dia normal e continuaram a conversar como se toda a comoção inicial não tivesse acontecido.

- Foi meu Sky quem me deu. - é claro que Prapai tinha que falar isso e eles passaram a me encarar como se eu fosse um alienígena.

Certo. Talvez não tenha sido a minha melhor ideia. É muito estranho ser responsável por alimentar e cuidar para que uma criaturinha tão pequena não se machuque. Ou mesmo prestar atenção para que o outro pai dele não encha a sua cabecinha impressionável com ideias questionáveis. Ou acordar no meio da noite, todas as noites, porque o menino não está acostumado a dormir sozinho em um lugar tão grande. Ou não saber o que fazer todas as vezes que ele me chama de pai. Também quando ele me oferece com tanto carinho o café horrível que o pai dele o ajuda a fazer.

- Papai..

Meu filho pediu colo para mim e, mesmo que ele fosse bem pesado, apesar de ser pequeno para a idade, eu o carreguei e ele se aconchegou em mim enquanto as outras crianças se aproximaram de nós. Khaisee ele já conhecia, mas Samy esteve viajando com os seus pais e voltou apenas agora. O que eu havia esquecido completamente. E, como era previsto, a garota ficou absolutamente chateada e olhou para o meu filho como se ele fosse a razão de todos os seus problemas, como a grande possessiva que ela era.

Khaisee deve ter percebido que ela ia começar a falar as suas bobagens de sempre, então pôs as mãos na boca dela, que começou a resmungar e tentar pisar no pé dele. Olhei para o senhor Kim em busca de ajuda, mas ele apenas deu de ombros e ofereceu sua taça para o senhor Kinn encher.

Suspirei e pus meu filho no chão.

- Você se lembra que nós falamos que te mostraríamos a nossa família hoje? - ele assentiu e eu continuei, apesar dos gritos abafados da Samy. - Então, agora, eu quero que você vá com o seu pai, está bem? Ele vai te mostrar todo mundo que é nossa família. Todos os seus tios, primos e com quem você vai estudar no próximo ano.

- E o meu irmão?

- Sim! - Prapai falou e agarrou a mão dele. - Venha, nosso Yangmei está bem ali.

Meu marido me deu apenas um beijo rápido antes de levar Tahran para perto do Syngapore, que ocupava uma mesa com o namorado dele o mais longe possível do senhor Vegas.

- Você pode ir com eles, Khaisee.

- Graças a Deus.

Ele soltou Samy e ela me agarrou na mesma hora. Sem gritos. Sem agressões. Sem reclamações. Apenas chorando copiosamente enquanto me abraçava o mais apertado que seus bracinhos conseguiam. Eu a carreguei com muita dificuldade até uma mesa afastada e nos sentei na primeira cadeira vaga que eu encontrei.

Especial de Natal Dos TheerapanyakulOnde histórias criam vida. Descubra agora