IX

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Viktor Krum

Adentrava o Labirinto assim que o som do canhão foi ouvido, caminhava cada vez mais fundo procurando pela Taça dos Campeões. Escutei um barulho atrás de mim e virei imediatamente para ver o que era, mas não havia nada ali, com minha varinha em mão segui meu caminho enquanto tinha a sensação de estar sendo observado.

Tudo aconteceu rapidamente, novamente escutei um som em minhas costas, mas antes que pudesse me virar fui atingido por algum tipo de feitiço e tudo ficou completamente nublado. Quando abri meus olhos já não estava no mesmo lugar, e sim em frente a uma casa que eu conhecia muito bem, aliás era onde tinha passado grande parte da minha infância. Mas diferente de minhas últimas memórias, a casa ainda estava intacta e cheia de vida, exatamente da mesma maneira antes de ser queimada e transformada em cinzas.

Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu o vi parado na porta, assim como costumava ser todas as vezes que ele me recebia na infância. Sua roupa grossa de pele faziam seus cabelos brancos se destacarem, seu bigode da mesma cor continuava igual, os olhos tão escuros quanto os meus mostrava que a genética se fazia presente. Por um instante pensei que estava sonhando, até ver seu sorriso acolhedor e seus braços abertos, como se me chamasse.

– Meu garoto, você cresceu muito não foi?

Aquelas palavras foram o suficiente para me fazer correr em sua direção, era exatamente como me lembrava, seus olhos escuros e carinhosos, sua aparência coberta de cicatrizes e sua voz paterna. Subi os degraus da casa tropeçando em meu próprios pés até finalmente ficar em frente ao homem, ele me olhava curioso como se tentasse adivinhar meus pensamentos.

– Meus braços estão cansando garoto. – ele fala com um humor nítido em sua voz.

Mesmo excitante me aproximo e o abraço, o calor aconchegante e até mesmo cheiro de cachimbo era o mesmo. Ele era real, tinha que ser real. O aperto em meu abraço que o homem logo retribui enquanto gargalhava.

– Tudo isso era saudade?

– O senhor não faz ideia avô. – sem conseguir segurar por mais tempo, as lágrimas ferventes começam a cair de meus olhos enquanto uma avalanche de emoções as acompanhava.

– Você não mudou nada mesmo. Continua sendo o mesmo pirralho chorão de antigamente. – ele gargalha enquanto da batidinhas na minha cabeça – Precisa se recompor garoto, não temos muito tempo.

– O que quer dizer? – me afasto dele enquanto o encaro com um semblante ainda choroso – O senhor não vai embora de novo, não é?

– Eu nunca voltei realmente. – sua expressão era calma, o que não combinava com suas palavras que me faziam sentir um tsunami de sentimentos. – Aqui não é o meu lugar garoto. Só vim para poder te ajudar uma última vez.

– Me ajudaria se ficasse!

– Garoto teimoso – ele nega com a cabeça – Não sei a quem puxou para ser desse jeito.

– Avô, posso te convencer a ficar?

– Sabe que não...Eu não posso permanecer entre os vivos novamente, não quando morri nas mãos de um Comensal da Morte que usou Arte das Trevas. – ele deu um longo suspiro e me encarou – Mas isso não importa agora, você precisa acordar garoto, caso contrário pode fazer um grande estrago.

– Não entendo avô. – nesse momentos as lágrimas voltavam a escorrer pelo meu rosto enquanto o desespero tomava conta de mim, ele não poderia ir embora mais uma vez.

– Você precisa acordar. AGORA!

Logo tudo havia sumido novamente, estava um breu e me sentia perdido, chamava pelo meu avô mas tudo o que ouvia era o eco da minha própria voz. Em um piscar de olhos o cenário havia mudado novamente, agora estava em um campo verde que continha vários dentes de leão espalhado por todos os lados. O sol estava prestes a se pôr quando escuto alguém chamar pelo meu nome, me viro para trás e vejo Hermion, ela usava um vestido branco rodado e esvoaçante enquanto seus cabelos estavam soltos ao vento, ela possuía um buque de flores silvestres em mãos.

Magia de Inverno - Hermione Granger e Viktor KrumOnde histórias criam vida. Descubra agora