único

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O sinal desequilibrado da ligação gerava um chiado, tudo que Roier escutou foi  "Adeus Guapito, Te amo" e logo perdendo  completamente a conexão. Roier dizia coisas como "Não pendejo, venha", quase se atirando  barco mas sendo segurado por seus amigos que manteram ele naquele assento pelo qual chorou por horas, navegando em uma longa viagem melancólica que o afastava de tudo que ele mais amava.

Se passaram duas semanas, Cellbit por alguma piada de mau gosto do destino sobreviveu à bomba que foi posta naquela ilha infernal, o purgatório definitivamente não era um lugar bom para sobreviver, mas  o que o motivou foi ver as crianças levantando e sendo acompanhadas pela federação que as retornou para Quesadilla, ver seu filho voltando para casa foi relaxante, uma pena que não podia falar com ele.

    Desde então, nada passava em sua mente além de Roier, ele imaginava como seu marido estava lidando com a sua ausência. Cellbit sabia que Roier já tinha conhecido a dor da perda, então ele não queria nem pensar em ver seu marido passar por isso de novo, ele prometeu que não deixaria mais Roier sozinho, e com muita coragem, Cellbit foi se aproximando do centro do purgatório, procurando por ElQuackty.

     Cellbit e ElQuackity nunca se deram bem, mas ele sabia que o outro gostava de Roier, até por que Roier foi o único que o acolheu mesmo quando tudo que ElQuackty queria era a destruição, logo não restou alternativas para voltar para sua família, Cellbit precisaria falar com "ElQuackty" que agora tinha se tornado uma entidade naquele lugar.

"Um sobrevivente..." ElQuackity disse vendo o loiro se aproximar.
"Quackity, eu preciso falar com você, preciso que você me leve de volta para a ilha quesadilla..." Cellbit pediu jogando todo seu orgulho de lado "Preciso voltar para a minha família..."
" Pensei que tinha sido a sua escolha deixar sua irmã e seu marido sozinhos..." ElQuackity sugeriu sarcástico, rindo como se tivesse falado uma grande piada. "Tudo por causa desses ovos idiotas, vocês deveriam continuar aqui para aprender a não se sacrificar por essas crianças inúteis."  O moreno esbravejou com desgosto pelo sacrifício de Cellbit. 
Cellbit suspirou, mas se segurando para não avançar no outro, ele precisava o convencer de sair daquele lugar. "Bom, eu não fui o único que deixou Roier para trás não é? Não somos muito diferentes Quackity, a diferença é que eu posso voltar para a minha casa, já você não posso dizer o mesmo." Cellbit ameaçou, logo mudando a expressão sarcástica de ElQuackity para uma carranca.

  5 minutos de silêncio ensurdecedor se passou naquele lugar, ElQuackity  finalmente tomou sua decisão. "Eu vou te proporcionar um barco, você terá que dirigir, boa sorte com o oceano"  Ele explicava "Não pense que eu estou fazendo isso por você, Roier foi um ótimo amigo, ele merece ser feliz e infelizmente aquele culero te adora" Quackity terminou, tirando um sorriso de gratidão de Cellbit. "O barco vai chegar amanhã durante a madrugada." Cellbit por fim concordou, voltando para sua base para finalmente voltar para casa.

Assim como esperado, tinha um barco na costa da ilha, ele era pequeno mas suficiente para lidar com a viagem. Logo ao ligar o motor do veículo, Cellbit foi voltando para a ilha Quesadilla horas se passando e tudo que o loiro pensava era na sua família, ele imaginava que finamente voltaria a passar seu tempo com Richarlyson, poderia junto a Forever    construir Copacabana, e principalmente voltar aos braços de Roier.

Então ao ver a terra daquela ilha aparecendo em meio ao mar, Cellbit foi acelerando o barco e assim finalmente chegando novamente na ilha Quesadilla.

Ele foi andando por aquele lugar, via o palácio do presidente pintado com belos tons verdes e azuis, andava pela favela e sentia o cheiro familiar de sua casa, logo chegando na pequena cidade de Bobby, já era noite então naquela escuridão Cellbit via uma fumaça saindo da traqueria, indo até lá sorrateiramente até olhar para a janela, o loiro suspirou em alívio assim que viu a seguinte cena:

Leonarda preparava tacos na cozinha e Richarlyson conversava com Roier animado, contando alguma fofoca que acontecia na ilha, enquanto isso, o moreno olhava para ele cansado enquanto segurava uma pequena criança desconhecida no seu colo.

Cellbit aliviado que sua família estava bem suspirou, logo sem perceber foi visto por Richas que correu em um abraço, a criança chorava e o loiro sendo percebido pelos outros que estavam presentes. Roier assim que viu Cellbit exibiu uma feição confusa.

"Gatinho? Eres realmente tú?" Ele se perguntou se aproximando. Na medida que Roier se aproximava Cellbit percebia como sua ausência afetou seu marido, olheiras em seus olhos eram perceptíveis  e infelizmente e aquele sorriso bobo não invadia mais o seu rosto.

"Sim guapito, eu voltei para você." Cellbit falou com receio, logo depois foram saindo lágrimas dos olhos de Roier que ia indo lentamente até Cellbit, desabando nos braços dele junto com Richarlyson.

"Pedejo!! Por qué te fuiste sin mí? Pensé que había muerto... " Ele se lamentou a dor na sua voz quebrando o coração de Cellbit em milhões de pedaços.

"Eu precisava me certificar de que as crianças estivessem bem, mesmo que isso custasse minha vida....Me perdoe Roier, mas eu nunca seria capaz de deixar você para morrer naquele lugar junto comigo." Cellbit contou, segurando o rosto de Roier e olhando no olhos marejados dele, então foi a hora de Cellbit chorar, ambos apenas colaram suas testas e naquele momento o tempo pareceu parar, foi quando aquele abraço que no meio de xingamentos e juramentos teve um fim, ambos se distanciaram e olharam para as crianças que estavam emocionadas.

"Quem é esse baixinho?" Cellbit perguntou olhando para o pequeno que se agarrava atrás de Richalyson por conta da timidez.

"Este es Pepito, soy uno de sus padres, el vino con los otros niños." Roier contou, e logo Pepito foi aparecendo, Cellbit no primeiro segundo já tinha adorado o menino, além de ser literalmente uma cópia de Roier, o menino tinha uma camiseta listrada vermelha e usava uma pequena máscara de gás apoiada no cabelo.

"Este es tu padrastro del que te hablé Pepito! Por qué no le dices que eres un gran fan de Bolas, eh?" Roier se ajoelhou encorajando o menino a se aproximar de Cellbit que olhava maravilhado para o pequeno, Pepito apenas deixou uma placa dizendo "Hola soy Pepito" tirando uma risada de Cellbit que deu um abraço no pequeno se apresentando.

Então depois de uma janta com tacos e uma playlist de músicas mexicanas o casal pôs os pequenos para dormir, o que foi uma tarefa quase impossível visto que a hipertividade de Richarlyson e Pepito juntos tornava tudo difícil, então depois de um bom tempo deles se implicando os meninos se cansaram e rapidamente pegaram no sono deixando Roier e Cellbit sozinhos.

Vendo as crianças dormindo juntas fez o casal ter um pequeno flashback da base guapita, deles cuidado de Bobby e Richas e se apaixonando no processo, Cellbit nunca se esqueceria de como conhecer Roier foi sua salvação no meio do caos e sabendo de tudo que Roier passou após sua partida fez ele querer ser a salvação de Roier também.

Cellbit e Roier então foram subindo até o quarto daquele castelo, Cellbit sentou na cama percebendo o quão gelada ela ficou com a sua ausência.

"Você não dormiu enquanto eu estive fora não é?" A sugestão fez apenas Roier concordar, ele sabia que sua aparência entregava sua falta de descanso. "Vem cá Roier, vamos dormir,  você não está mais sozinho..." Cellbit terminou apontando para o lado de Roier da cama,  o moreno apenas se juntou, se aconxegando junto com o marido.

"Nunca más me dejes solo, pendejo! " Roier disse irritado "Te amo tanto que no podría soportar verte partir" Ele disse se afundando nos braços de Cellbit.

"Nunca mais eu te deixarei guapito, eu também te amo muito" Declarou, passando as mãos nos cabelos de Roier e selando os lábios dele  "Você é a minha família, sem você comigo eu iria a loucura." Concluiu logo percebendo que Roier já tinha adormecido em suas carícias, foi quando o loiro também relaxou, perdido no aroma de seu marido.

Família- GuapoduoOnde histórias criam vida. Descubra agora