Dois corações podem permanecer juntos mesmo depois de destruídos?
Após perder sua mulher e filho em um acidente criminoso, Alexei Rurik jurou a si mesmo duas coisas: se vingar e nunca mais entregar seu coração.
Mas as duas maiores convicções de...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A noite chegou e com ela alguma tranquilidade, pelo menos era o que eu pensava. Quando fomos jantar, por incrível que pareça foi agradável e apesar do silêncio ensurdecedor no ambiente não houve mais incidentes com garfos. A pequena fera parece estar mais calma agora que sabe que será enviada ao Brasil.
Após a refeição sigo até o escritório deste lugar decadente pois preciso fazer algumas ligações e cuidar dos trâmites para voltar à Rússia.
Antes de qualquer coisa vou até o barzinho improvisado ao lado da mesa de madeira. Preciso de uma bebida para tirar o beijo que troquei com Olívia da cabeça já que esse maldito contato insiste em dar voltas em meus pensamentos toda vez que estou distraído. Enquanto sirvo a vodka, penso se devo ou não falar com a pessoa que está ali. Calculo mentalmente o tempo de alcançar minha arma ao mesmo instante em que falo.
— Devo me sentir privilegiado por receber a ilustre presença de duas belas mulheres González na mesma semana? — comento virando o líquido de uma vez na garganta.
Alcanço a arma e destravo, só então percebo que a mulher também segura uma.
— Se casou com uma de nós. Não deveria estar surpreso. — Rebate com a mesma calma que eu aparentou ter.
— Dama de aço, é um prazer finalmente conhecê-la. Me sinto honrado com sua presença. — falo com altivez ficando frente a frente com a avó de Olívia — Aceita uma bebida, ded (vovó)?
— Dispenso. Afinal minha visita é para falar sobre minha neta. — Claro que é. Seguro o ímpeto de revirar os olhos, afinal seria desrespeitoso com a senhora à minha frente — Pelo modo como se referiu a mim agora a pouco, presumo que Alya já esteve aqui e teve uma conversa com você. Conhecendo minha neta sei exatamente o que ela proferiu, sendo assim, pode acreditar em cada uma das palavras dela e saiba que se machucar a minha Olívia vai desejar ser um homem morto.
— Veio aqui pra que então? — pergunto sem rodeios.
A mulher elegante de meia idade se levanta da poltrona onde estava sentada, ela é imponente, admito. Sua fama percorre o mundo e sei que suas ameaças não são um blefe. Diferente do filho que é um inútil, Leonor González é poderosa e letal.
— Quero entender como acabamos com o Lucca sequestrado e com você na família meu querido.
Apesar de parecer estar calma, consigo ver os sinais claros de nervosismo. O jeito como sua garganta se move e leve tremor nas mãos, ou como os dedos enrugados brincam com o gatilho da arma. Se eu não fosse quem sou, a essa altura estaria morrendo de medo.
— Sua voz doce não me engana. — aviso sentando na mesa e apoiando a mão com a arma na perna — Mas vou responder sua pergunta. Juarez tinha algo que eu queria, eu tenho os recursos que ele precisava para acabar com os Spencer e como sabe alianças entre máfias são forjadas em casamentos. — gesticulo com a mão que seguro a arma.