Last Christmas [Fyolai - Christmas Special]

I - A face on a lover with a fire in his heart...

"Happy Christmas, I wrapped it up and sent it! With a note saying 'I love you', I meant it! Now I know what a fool I've been... But if you kissed me now, I know you'd fool me again"

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O Natal estava chegando, mais uma vez. Ruas decoradas, árvores com pisca-piscas e pessoas alegres, como sempre. O único que não estava nem um pouco feliz com as comemorações era, ninguém mais, ninguém menos, que Fyodor Dostoyevsky.

Claro, ele deveria adorar o Natal, afinal, era o nascimento de Jesus, não é mesmo?

Bom, ele simplesmente havia enjoado. Por ele, uma refeição, uma oração e uma noite de descanso já era mais que o suficiente para comemorar, mas todos a sua volta insistiam em fazer festas estrondosas, decorações extravagantes e músicas natalinas completamente desnecessárias!

Nikolai Gogol, de todos, era o mais extravagante quando se tratava do Natal.

O homem era louco: ele tinha uma lista de coisas que ele queria fazer no Natal, e acabava arrastando Fyodor junto com ele.

Se a lista contasse com itens comuns, como "Andar de treno" ou "Montar um boneco de neve", seria mais fácil! Mas, não! A lista tinha os itens mais insanos!

• Matar o Papai Noel;
• Roubar os presentes de todas as crianças da cidade;
• Provar pra todos que arroz com uva-passa é bom, sim;
• Trocar todos os Chocotones por Panetones;
• Tombar 7 árvores de Natal da praça...

Fyodor lia a lista, não podendo crer nas coisas que estavam escritas, enquanto o palhaço se sentava no chão a sua frente, de pernas cruzadas.

— O que te faz sequer pensar que eu vou querer fazer isso? — Fyodor perguntou, não conseguindo nem se fazer ler os outros itens da lista.

— Ah, vamos, Dostoy! Vai ser divertido! — Nikolai insistiu. — A gente pode pular o primeiro item da lista! Assim, não precisamos ir até o Polo-Norte e só ficamos por aqui!

— Nikolai, você sabe que o Papai Noel não existe, né? — O crente perguntou.

— Existe, sim! É só que ninguém achou ele ainda! — Nikolai reclamou, fazendo bico, mas rindo logo em seguida.

Fyodor observou sua risada com olhos envoltos de... algo, que ele não sabia dizer o que era.

— Tá bom... — Ele cedeu, quase rindo junto com o palhaço, que comemorava o abraçando e dando saltinhos. Ele deu tapinhas no ombro de Nikolai, pedindo que ele se afastasse, mas o palhaço não o fez.

Era... estranho. Fyodor não se lembrava de ter se sentido assim quando outra pessoa o abraçava. De fato, ele simplesmente matava qualquer um que tentasse... Nikolai era sua exceção.

》☆《

O grande dia chegou: Véspera de Natal!

Fyodor queria apenas deitar em sua cama e esperar o sol se pôr, mas ele sabia que seus dias de paz haviam acabado, isso desde o dia em que conheceu Nikolai.

Bom, como esperado, um feixe de luz amarelada atravessou a porta. Era um dos portais de Nikolai.

— Dostoy~ — Ele chamou, pulando por cima de Fyodor e o abraçando por cima dos vários cobertores que o Russo usava. — Hah, agora sim! Me sinto revigorado!

— Sai de cima de mim, seu porra! — Fyodor xingou, ainda sonolento.

— Nossa! — Nikolai reclamou, se sentando na beira da cama, saindo de cima do assassino. — Esse humor num dia tão natalino como esse? — Ele riu.