CAPÍTULO X - A esperança em um novo destino -

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Por muito tempo Gabriela ficou naquelas condições, inconsciente e rodeada de curandeiros verdes para curá-la com ervas e medicamentos alternativos que Gabriela nunca antes foi exposta. A apreensão do lado de fora era quase que palpável e a cada instante um curandeiro era responsável por avisar os preocupados sobre o andamento do estado de Gabriela.

Apesar dos pesares, tudo correu bem e Gabriela logo estava acordando daquele pesadelo horroroso em que estava, ainda tinha a sensação de estar envolta de uma grande quantidade de água ou o que quer que aquilo fosse. Seus olhos ainda estavam completamente pesados e os curandeiros agora não estavam mais ao seu entorno, pois já haviam feito o seu trabalho, apenas as três figuras ansiosas estavam perto de Gabriela.

O príncipe branco estava ao seu lado esperando que acordasse, seu coração estava apreensivo e admitia que estava tão tenso que algumas lágrimas teimosas resolveram cair contra o seu desejo, enquanto o guarda marrom estava próximo de Gwyn, o acalmando para caso uma notícia ruim viesse, por fim, a discípula dourada estava à porta, esperando que Gabriela acordasse para que ela convocasse a Sacerdotisa.

Ao acordar, a primeira reação da morena foi sentar-se lentamente e com dificuldade dentro daquela cama macia e esverdeada. Havia uma dificuldade em respirar que passava lentamente conforme o tempo passava, além disso, seu ombro estava latejando suavemente, a mesma sensação de quando se faz um arranhão ou um ralado, mas Gabriela não pensou muito nisso a princípio.

Enquanto a cacheada se acostumava com a sensação de estar viva, Gwyn foi o primeiro a sentir um alívio imenso em seu peito, não demorou para que estivesse com um sorriso tão grande que quase não cabia em seu rosto. Impulsivamente, abraçou Gabriela mesmo sabendo que ela desgostava da sensação, mas ela tinha quase falecido em poucos minutos e Gwyn sentia que precisava despejar seu alívio em um abraço caloroso.

– Vai com calma, garanhão. – Gabriela comentou um pouco baixo e com dificuldade, ainda estava se adaptando as dores ao respirar.

– Pensei que tinha morrido... Por alguns segundos... Ainda bem que está bem... – Gwyn estava imensamente feliz e sempre foi alguém de se permitir transbordar de emoções, claro que ele não segurou as lágrimas felizes e animadas que saiam de seus olhos marejados.

– Eu sou imorrível – Gabriela comentou rindo um pouco, apesar de doer um pouco e precisar respirar com calma. Gradativamente sua voz estava retornando ao timbre certo e isso a deixava confortável, principalmente por saber que estava bem e com seu amigo de novo, por alguns momentos lembrou-se de seus pensamentos ao conhecê-lo e praguejou a si mesma por pensar daquela maneira.

– É imortal. – Corrigiu Gwyn afastando-se um pouco dos braços da garota, suas lágrimas teimosas e alegres escorriam pelo seu rosto pálido enquanto falava. Gabriela reuniu todas as suas forças para retirar algumas delas das bochechas do príncipe, abrindo um sorriso muito amistoso e alegre. Ela realmente estava contente em estar viva, pela primeira vez talvez.

– Que seja. – Comentou a jovem com humor desviando seus olhos por toda a extensão de onde eles se encontravam. Reparou a presença de Bruno que parecia estranho a sua visão, claramente transmitia alegria e alívio, mas simultaneamente um sentimento de dúvida tomava conta de suas feições marrons, algo curioso para Gabriela que preferiu não comentar sobre isso. Enquanto do outro lado do lugar estava Selene, alguém que Gabriela não esperava encontrar fora do templo, isso a deixou chocada e um pouco curiosa das motivações da dourada, mas nada foi perguntado a ela. – Bruno, Selene. Tô viva.

– Vou chamar a Sacerdotisa Luna, ela queria que eu a avisasse se você acordasse. Descanse. – Essas foram as únicas palavras ditas por Selene antes de se retirar da tenda, de maneira tão rápida que Gabriela mal teve tempo de pensar. Ao menos o motivo agora era conhecido pela cacheada, isso explicaria muita coisa desde o momento em que estava afogada.

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