Luke deslizava pelas ruas de Golden Lake, a cidade que ele chamava de casa, com o vento no rosto e o som suave das rodinhas do skate ecoando na calçada. Era uma tarde de janeiro, e ele seguia em direção ao *Big Pizza*, sua lanchonete favorita. Golden Lake não era uma metrópole, mas tinha uma energia própria — era um lugar onde boas memórias eram feitas, e, eventualmente, as ruins também surgiam. Mas essas, por enquanto, não importavam.
No caminho, um cachorro começou a segui-lo, o que fez Luke rir de leve. Ele acelerou um pouco e conseguiu despistar o animal, sentindo a adrenalina de uma pequena vitória. Ao chegar no *Big Pizza*, lá estava Larry, um dos seus melhores amigos, já esperando por ele.
— Larry! — Luke chamou, animado.
— Luke! — respondeu Larry, sorrindo. — Hoje é o dia da sua pizza preferida.
— Pizza de sushi com molho rosé. Perfeição em forma de comida — disse Luke, se acomodando na cadeira.
Larry riu, balançando a cabeça.
— Você tem um gosto muito peculiar pra pizza, sabia?
— Melhor que pizza havaiana. Detesto abacaxi na pizza.
— Nisso, eu tenho que concordar — respondeu Larry, rindo.
Enquanto conversavam, Ned, Raul e Arthur — seus outros amigos — entraram na lanchonete e se juntaram a eles. A pizza de Luke chegou bem na hora, e os amigos não puderam deixar de comentar sobre a escolha inusitada.
— Isso aí é arte, pessoal — disse Luke, com uma falsa pose de intelectual, arrancando risadas de todos.
A conversa logo desviou para o trabalho que tinham que fazer mais tarde: um mapa mental sobre a filosofia de Zenão, o fundador do estoicismo. A escola deles, *Einstein High*, não era convencional. Tinha um intervalo de cinquenta minutos e os professores narravam as matérias como se tivessem presenciado os eventos históricos que ensinavam, o que tornava as aulas extremamente imersivas. Além disso, tinham aulas de informática a cada duas semanas, o que era raro, mas sempre muito esperado.
Depois de comerem, foram até a casa de Luke para começar o trabalho. Ned pegou o papel e começou a organizar as ideias enquanto discutiam sobre Zenão e o estoicismo — a crença de que o cosmos é regido por uma harmonia que determina tudo. Luke se intrigou com o conceito e passou um tempo discutindo-o com Ned, até que decidiu pegar alguns salgados para o grupo. Com o trabalho concluído, sentaram-se no jardim para ver o pôr do sol, relaxando e saboreando a sensação de missão cumprida.
— Parece que, no fim, algumas coisas estão mesmo fora do nosso controle — comentou Raul, refletindo sobre o estoicismo.
Todos concordaram silenciosamente, sentindo uma calma incomum tomar conta deles. Mas a tranquilidade foi quebrada quando se lembraram dos deveres de matemática que ainda precisavam fazer. Eles riram, lancharam mais um pouco e, depois, se despediram. Luke ficou sozinho, esperando seus pais chegarem do trabalho.
Luke vivia boa parte das suas tardes sozinho. Seus pais, Jim e Elena, trabalhavam no turno da tarde, o que fazia com que ele fosse responsável por si mesmo. Para passar o tempo, pegou um mangá que estava na gaveta da cabeceira. Era a história de um mundo habitado apenas por animais, onde um garoto lobo se apaixona por uma coelha, questionando se seus sentimentos eram de amor ou apenas instintos primitivos. Luke adorava esse tipo de história, além de ser fã de autores como Stephen King, Neil Gaiman e até de clássicos como *Jurassic Park*.
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A Mariposa e a Borboleta
RomanceNa cidade de Silver Lake encontramos a principal dupla que ira passar por muita coisas nessa obra. Pela cidade cidade se divertem, se apaixonam, mas se perdem.