𝐂𝐋𝐀𝐒𝐒𝐈𝐂𝐎𝐒 𝐄 𝐁𝐄𝐈𝐉𝐎𝐒 ; chifuyu

Quartas apaixonadas.

Hoje era uma quarta-feira.

O que significava que era o dia de Chifuyu se encontrar com ____, seu amigo e também parceiro de leitura. Os dois sempre se juntavam nas quartas para ficarem lendo e relaxando próximos a um lago. 

Era um dia que ambos esperavam a semana toda, ansiosamente, para que chegasse logo.

____ e ele tinham um gosto por romances, principalmente por mangás que eram considerados clássicos. Era uma paixão em comum que ambos os meninos tinham.

Com o decorrer do tempo, conforme os dois iam se encontrando e passando mais tempo juntos, Chifuyu começou a se sentir estranho perto de ____. Um sentimento confortável se formava no seu peito com a companhia do outro garoto. Estranhou, pois nem com Baji que era seu amigo de longa data ele se sentia daquele jeito. Era algo diferente, que o deixava aquecido. Que o deixava pensando em ____ por horas, fascinado com seu jeitinho.

Comentou com Takemichi uma certa vez, e o Hanagaki deu um sorriso brincalhão e falou que talvez isso fosse paixão. Chifuyu negou, corando profundamente, mas comprou a ideia.

Ele já tinha se sentido assim algumas vezes, então esperou que o sentimento fosse embora. Só que não foi. Durou meses. E ia se tornando cada vez mais forte toda vez que ____ estava junto dele. 

 Chifuyu de vez em quando até pedia pro amigo ler para ele, só para ouvir mais de sua melodiosa voz. 

Passou até fazer pequenas ações que demonstravam seu interesse romântico. Ajudava ____ com o que fosse preciso, dava carona e o acompanhava sempre que podia. Mas nada adiantava, seu amado nunca o via do mesmo jeito que ele.

Então — Com um empurrãozinho dos outros dois amigos, Takemichi e Baji, que não aguentavam mais ver o loiro sofrendo de amores. — se decidiu que se declararia na quarta-feira de hoje. 

Colocou a roupa na qual ele se sentia mais confiante e saiu de casa, se sentindo extremamente nervoso.

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Sentou-se em cima do pano que estava sob a grama e apertou fortemente a barra do seu suéter bege, tentando aliviar a tensão.

Deu um pulo quando sentiu as mãos de ____ apertarem sua cintura, dando-lhe um susto.

"Calma aí, Fuyu!" - Disse o amigo, sorrindo radiante. Matsuno quase derreteu ali mesmo. - "Demorei, né. Foi mal mesmo! Meu irmão ficou me enchendo o saco, você sabe como é..." 

"De boa" - Respondeu o loiro, dando uns tapinhas no espaço vago ao seu lado. - "Senta aí"

Depois disso os dois ficaram em silêncio lendo. ____ estranhou, Chifuyu nunca ficava tão calado assim, pelo menos não tão repentinamente. Mas a realidade era que o garoto estava tão nervoso que não conseguia nem falar uma palavra. Repassava várias vezes o que tinha ensaiado em casa e pensava em como iria contar ao amigo sobre seus sentimentos.

Chifuyu respirou fundo e olhou para ____, que lia atentamente. O cérebro do Matsuno parou de funcionar quando ele reparou o quão lindo estava o garoto amado ao seu lado. Os lábios dele estampavam um biquinho de concentração. Os cabelos em movimento por conta do vento. Os olhos tinham aquele brilho de sempre, o nariz, as bochechas... tudo tão lindo! 

"Nossa..." - Exclamou com um sorriso bobo no rosto.

"Que foi?" - Respondeu ____ em divertimento. - "E esse sorriso bobo? Tá achando que eu sou o que?" - Disse em um tom brincalhão, fechando o mangá que lia. Chifuyu corou e deu uma risada tímida. 

"Não vai tomar a iniciativa nunca, Fuyu?"

De repente ____ puxou o loiro pela gola do suéter, aproximando os dois ao ponto de ambos sentirem as respirações um do outro, face a face. Chifuyu arregalou os olhos e colocou a mão sobre a bochecha fria do amigo, sorrindo tímido.

"Demorei?" - E sem dar tempo para uma resposta, beijou o menino em sua frente.

Beijou ____ com vontade e paixão. Colocou naquele beijo todo o amor que sentia pelo garoto, todo aquele amor guardado a meses.

____ largou da gola do suéter do Matsuno e colocou as mãos na cintura dele, aprofundando mais o beijo.

Chifuyu sorriu contra os lábios de ____, finalmente tinha conseguido.

"Acho que chega de leitura por hoje." - Disse ____ arrancando uma risada do garoto de olhos verdes, e deu um selinho nele.

No fim, Chifuyu nem precisou do texto que preparou para esse momento.