Dias, foi o tempo que se passou desde que Miguel havia chegado naquele casarão enorme, grande até demais para alguém que dizia morar sozinho e não era de receber visitas, então, não havia motivos para uma casa tão grande assim.
O mineiro se encontrava na cozinha, pensativo com sua xícara de café e uns pães de queijo que assou a alguns minutos, ele queria muito fazer então Matias fez questão de ir até a cidade comprar o resto dos ingredientes que faltavam e comprou em grande quantidade para que não faltasse por um tempo.
De onde ele tirou tanto dinheiro? Miguel também queria saber, afinal, ele comprou fardos dos ingredientes que precisava, já que o resto tinha na fazenda como o leite e os ovos à vontade.
Além de tudo isso, parte do dia ele ficava sozinho já que Matias estava quase sempre fora a trabalho ou fazendo outras coisas que ele preferia nem saber do que se tratavam, tinha até medo de saber mas de uma coisa ele tinha certeza, sangue não era já que desde que chegou ele só tomava o dele, não todos os dias mas de dois em dois dias.
Aos poucos o pobre rapaz foi se adaptando à nova vida que tinha agora e se perguntava se seus amigos sentiam sua falta, pensava frequentemente neles e como estavam, se seu amigo Sandro havia reduzido a frequência do uso dos cigarros como lhe foi pedido várias vezes ou se Estelinha estava bem, era tão pequena e delicada.
Ele se manteve ali por um tempo, sentado e refletindo como todos os dias e estava tão focado nisso que nem se deu conta do barulho, mesmo que mínimo, na porta de entrada que logo foi seguido de passos, não só de uma pessoa, mas aparentemente de mais de uma.
Seu foco era tanto na pequena xícara que continha o líquido escuro e quente que não sentiu a presença atrás de si, olhos famintos lhe observando sentindo o doce aroma que tanto atraiu Matias.
Miguel foi tirado repentinamente de seus pensamentos quando uma mão tocou seu ombro, era pequena para ser a de Matias e delicada demais, fora as unhas em um tom vermelho vinho que lhe chamaram a atenção, fazendo o pobre mineiro virar bruscamente para trás.
— Eu não sabia que tinha um ratinho aqui.. Pelo cheiro entendo por que meu irmão te escolheu.
Ele encarou a figura feminina que sorria ladino, um batom vermelho forte marcava bem seus lábios, cabelos curtos e escuros como os de Matias e um chapéu parecido com o do sul-mato-grossense.
— Quem.. Quem é ocê moça? — Perguntou num tom baixo, receoso e medroso.
— Aquele brutamonte, com ele não falou de mim?! — A mulher resmungou, já fazendo uma cara emburrada, mas logo sorriu — Me chamo Marta, sou a irmã mais velha daquele cabeça dura.
Miguel ficou confuso, não sabia que Matias tinha uma irmã e agora que tinha se virado totalmente e ficado de pé notou que haviam mais algumas pessoas ali, junto da mulher tinham mais 3 homens, um loiro alto barbudo, um mais baixinho de cabelos castanhos carregando uma.. Capivara? E outro de cabelos negros com uma barba rala.
— Desculpe.. Eu não sabia que o Matias tinha visita.. Eu vou pro quarto, licença — Pediu todo sem graça e com um pequeno medo, afinal, se Matias era vampiro e ela era irmã dele, com certeza era uma também.
— Não precisa ir embora daí, nós que somos visita, você provavelmente mora aqui — Respondeu o mais baixo, com um pequeno sorriso.
Pera, será que todos eles eram vampiros? E se Matias tivesse chamado eles para um jantar? E se ele fosse o jantar? Será que iriam tomar o sangue do pobre mineiro até não sobrar uma única gota? Tentas coisas ruins se passaram pela cabeça do pobre rapaz que sua única reação foi ficar branco igual papel.
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Tentação
VampirosCampo Grande, uma cidade tranquila e calma que agora se encontrava em desespero, todos temiam por suas vidas quando corpos começaram a aparecer totalmente drenados. Um padre de Minas Gerais foi encaminhado para a cidade para tentar entender do que...