Capítulo 3 - O quarto Clã
Sera apertou o cachecol contra o pescoço, o tempo havia esfriado repentinamente. O vilarejo do lado de fora da Floresta estava vazio, não havia uma viva alma no lugar além de Sera.
Não havia nada há fazer além de andar. Havia jornais velhos presos nas paredes que falavam sobre um massacre. Porém, estavam desbotados e a luz da lanterna não era forte o suficiente para iluminar ao ponto de Sera continuar lendo.
Ela continuou a caminhar, mesmo que barulhos estranhos a fizessem tremer de medo. Porém, ao olhar ao redor, não havia ninguém.
Já haviam se passado algumas horas, quantas ela não sabia, porém, o sol já estava nascendo e Sera estava bem longe de casa, o que era um alívio.
Com o dia chegando, Sera finalmente pôde ver um local mais amistoso à frente. Parecia uma cidade após uma grande ponte que ligava o vilarejo abandonado à mesma.
Já no fim da ponte, Sera chegou à cidade. Não era um local grande, porém era movimentado.
Havia carros de um lado para o outro, o que fez a moça tampar os ouvidos pela falta de costume com o barulho.
Também, havia diversas lojas iluminadas com luzes coloridas que vendiam diversas coisas, desde alimentos até roupas e bugigangas.
No entanto, algo chamou a atenção de Sera. Uma pequena cafeteira chamada Café Místico, um local que parecia aconchegante e fofo com uma fachada azul escura com estrelas douradas.
Sera se sentou na poltrona azul confortável e pela primeira vez pegou em um cardápio. Ela apontou para um cappuccino simples e pagou um valor que não sabia dizer se era justo ou não. O dinheiro que o velho guardava havia sido útil, afinal.
Enquanto saboreava sua bebida, Sera aproveitou para pedir informações, anotando no papel onde ficava a escola Wolf Paws e como chegar lá.
A atendente respondeu com um sorriso de pena ao perceber que Sera realmente não podia falar.
A jovem loba não se sentiu confortável com a expressão da moça, todas a olharam da mesma forma ao saber de sua condição?
Ela agradeceu com um sorriso e seguiu em direção ao trem como havia sido informado pela atendente.
A estação não era longe. Sera caminhou apressada e animada por finalmente parecer que a vida tomaria um rumo diferente. Até tudo desmoronar em poucos segundos, tudo não, apenas ela e mais alguém.
"Eii! Não olha por onde anda, esquisita? Quem usa um cachecol nesse calor?"
Sera se apressou em escrever no seu caderno:
"Me desculpe. Eu não te vi."
Olhos amarelos e arrogantes a olharam com raiva. O jovem se levantou sem ajudá-la, limpando a calça azul escura do uniforme. Uma força estranha fazia com que a atenção de Sera permanecesse fixa nele.
"Ei, vocês estão bem? Foi uma queda feia."
Um homem de corpo esguio veio até Sera com um sorriso galanteador, estendendo a mão. Ela pôde ver o símbolo do lobo com uma pata azul ao fundo em seu paletó azul-escuro que cobria a camisa branca, quando apertou a mão dele.
"Não preciso de sua ajuda, Aurelius." - Disse o menino que esbarrou nela com voz irritada.
"Estou perguntando para a bela moça, Ramesses. Óbvio que não estava falando com um pirralho como você." - Aurelius respondeu.
"A menina parece não querer conversar. Ela parece uma novata e tem que entrar no trem. E, além disso, pelo que sei, Joshua, você já tem seus próprios deveres inacabados."
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A Loba Que Odiava Alfas
RandomAviso: Contém ataques físicos e s*xuais de abuso e ansiedade. Você já viveu no inferno e pensou que nunca iria deixá-lo? Se você tivesse uma nova oportunidade, você aceitaria? Esta foi a vida de Sera, alguém que perdeu sua fala devido ao trauma e d...