Tudo bem amar

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Oiê
Primeiramente: a foto é do insta. Créditos de @central_kelmiro

Segundamente... Coisas aconteceram ao longo dessa escrita, viu...

Foram cada altos e baixos que nem jesus na causa

Enfim, são recortes de cenas Kelmiro que dei meu toque.
Espero que gostem.
Sim, acho que vai ter mais, sim.

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- me da um... - Aproximou-se sem disfarçar o quanto queria tocar em Ramiro.

- Mai aqui não, Kévin, que tem umas vaca oiando e aí eu não consigo da apertãozinho, não. - Segurou a barra da calça, nervoso, e trocou de lado com Kelvin, ainda no meio das árvores.

- Só um apertãozinho da sorte, vai. - Sorriu largo, já estendendo os braços na direção de seu homem. - Pra dar sorte pro filme.

- Sorte é? - Sorriu largo, sendo vencido pela vontade que tinha de tocar a pele branca, que pouco aparecia com aquele traje exageradamente prateado e ridículo.

Entre uma brincadeira e outra, Ramiro terminou com Kelvin abraçado em seu pescoço, uma das pernas sendo sustentadas por si e os corpos colados.

Repentinamente teve total consciência do corpo que lhe tocava, a roupa colada dava espaço para imaginar tudo o que já teve vontade de tocar em demasia e isso, somado ao fato de já ter conhecido boa parte daquele corpo no rio, o deixou repentinamente ofegante.

- Calor... né? - Kelvin brincou, sentindo-se cozinhar dentro do figurino.

Estava muito quente naquele dia, de fato, mas o calor que seu corpo emanava estava longe de ser externo. Sentia suas entranhas ferverem em vontades vagamente expressadas, às vezes de forma mais direta, outras indiretas, mas nunca de fato correspondidas. Não verbalmente.

- Kévin, eu quero muito te dá otro bejo, - Engoliu em seco, ao mesmo tempo em que soltou a perna do rapaz, para depositar ambas as mãos na cintura fina. - mai... - Fechou os olhos.

Para Kelvin, mais uma vez, era nítido o quanto Ramiro lutava contra si próprio para expor seus pensamentos e ir contra todos seus preconceitos enraizados em sua mente tão pouco trabalhada ao longo de seus anos de vida.

Contudo, ele lutava.

Era evidente.

- Tá tudo bem, Rams. - Deixou as mãos acariciarem a barba farta. - Eu também queria muito outro beijo daqueles, mas preciso que esteja à vontade pra isso.

Ramiro buscou o olhar que lhe dava todo o apoio necessário e sentiu o coração disparar em desespero. Não queria que Kelvin duvidasse do que sentia ou sequer pensasse que não o queria.

- Eu tenho vontade inté dimais, Kévin. - Confirmou com o exagero de quem era acometido de um medo sem precedentes de estar sendo mal compreendido.

Kelvin podia sentir o coração disparar. O seu e o de Ramiro. Não era fácil, mas o amava e não tinha como simplesmente abandonar tudo. Lutava pela liberdade de Ramiro tanto quanto o próprio. Sabia o que era viver preso dentro de si e não desejava isso a ninguém.

- Eu sei. - Sussurrou. - Ter vontade e estar à vontade são duas coisas diferentes, Rams. - Sorriu uma vez mais. - Você deu vários passos e eu me orgulho disso, mas estar disposto a mostrar o que é para o mundo, fora da proteção das paredes do nosso quarto, é realmente assustador. - Foi compreensivo mais uma vez.

Ramiro, ao ouvir aquelas palavras, sentiu vontade de ser diferente, de poder pensar como Kelvin, de não ter sido moldado a uma sociedade preconceituosa.

Conclui-se que... (Kelmiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora