Prólogo

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Mourak tremeu, desastradamente deixando seu equipamento cair peça por peça até enfim estar com seu machado firme nas mãos.

Ele respirou fundo, esperando engrossar a voz e desatar o nó da garganta. De exibir a confiança que não tinha.

---- Q-quem está aí?!

A pergunta soou alto, mas falha. Ele se amaldiçoou por isso.

Jurou ter visto uma sombra atrás das folhas. O som rápido de farfalhar de galhos o fazendo virar para todos os lados.

E então ele olhou para cima, aprontando o machado em direção as copas das árvores.

A criatura o olhava de volta. Tão inocente quanto assustadora naquele momento.

---- Estou te avisando! Vá embora se não quiser morrer! - Mourak rugiu.

Mas ignorando os alertas, a criatura desceu do alto, quase ciscando o chão com as garras enquanto se aproximava do anão.

O coração dele batia forte. Já havia baixado o machado. Sabia que não poderia fazer nada com ele.

A criatura assustadora, que na verdade não era assustadora, mexia o pescoço de forma curiosa. E aos poucos, ela também deixava de se parecer uma criatura.

As garras haviam se transformado em pés descalços.

Ela o olhava cautelosa. Surpresa e intrigada.

---- O que é você?

Ela perguntou pausadamente, baixo como um sussurro, mais para ela própria do que para ele.

Mourak fechou a boca que antes havia aberto sem perceber.

Entre Escudos e Garras (EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora